Educação é o feudo ideológico do governo
Bolsonaro está resolvido a manter o caráter ideológico do ministério da Educação.
Bolsonaro está resolvido a manter o caráter ideológico do ministério da Educação.
Se não fizer coalizão, não governa, comentou o vice-presidente Hamilton Mourão.
A propaganda que Bolsonaro faz da cloroquina, remédio rejeitado no mundo inteiro, é absurda.
"A pergunta mais frequente nas redes: o que você está lendo durante a pandemia? Ou então: quais livros você recomenda? As listas não param de crescer.
Estou convencido de que, se as atividades sociais diminuíram ou simplesmente desapareceram com a Covid, as responsabilidades pessoais cresceram muito nesse novo tempo.
Entre notas e entrevistas recentes, ficou no ar a frase do general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, advertindo o outro lado a não esticar a corda.
O presidente Bolsonaro está tentando se equilibrar entre a harmonia com os outros poderes, especialmente com o centrão e manter sua base mais dura, que representaria apenas 15% do eleitorado, mas é muito agressiva e radical, e reservou saúde e educação como áreas prioritárias para uma atuação ideológica.
Tempos confusos os que temos vivido. A tal ponto que estranhamos o que ocorreu no meio da semana: chamou a atenção o fato de o governo não haver arranjado nenhuma confusão nova.
“Os inocentes do Leblon”, poesia de Carlos Drummond de Andrade de 1940, poderia ter sido escrita ontem, quando os bares do bairro carioca encheram-se de “inocentes” sem medo do amanhã. Aglomerados, sem máscara, “os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram/mas a areia é quente, e há um óleo suave/ que eles passam nas costas, e esquecem”.
Nessa imensa tragédia da pandemia de Covid-19 — que atinge números difíceis de imaginar, crescendo agora a 50 mil casos por dia e já sendo mais de um milhão e meio, com mais de 60 mil mortes — ficamos em casa, no necessário isolamento para que a calamidade seja menor e perdemos o convívio diário com a família e os amigos.
A escolha do quarto ministro da Educação de seu governo pode ser também a definição do que será o governo Bolsonaro no tempo que lhe resta.
Aproveitando o confinamento, estou há semanas tentando arrumar minha biblioteca que virou Babel, sem ser a de Borges. Ficava constrangido quando visitas olhavam para tudo e, educados, nada diziam.
A prisão de Fabrício Queiroz foi a gota d´água que faltava para que o bom senso prevalecesse no entorno do presidente Bolsonaro, levado a um silêncio obsequioso diante da realidade que lhe batia à porta do Palácio do Planalto.
Renato Feder ficou numa situação constrangedora quando foi preterido na escolha para o ministério da Educação depois de ter sido recebido pelo presidente Jair Bolsonaro.
Além da nomeação do novo ministro da Educação, que teria um perfil técnico, ao contrário do guerrilheiro de direita Weintraub de triste memória, há comentários insistentes em Brasília de que o presidente Bolsonaro, nessa fase de calmaria pós prisão do Queiroz, tiraria do governo outros dois ministros problemáticos, o das Relações Exteriores Ernesto Araujo e o do Meio-Ambiente Ricardo Salles.