ABL promove recital "Poesia na Academia", com as atrizes Beth Goulart e Maitê Proença
Publicada em 15/02/2023
Publicada em 15/02/2023
Publicada em 06/10/2022
Publicada em 23/08/2022
Quem adentra esse mundo 3D, torna-se coautor da narrativa, segunda alma de Edward Mathers.
Este romance precisa de você. Não aprecia monólogos solitários. Nasceu para o diálogo, para ouvir suas ideias. O espetáculo começa quando você chega. Só depois abrem as cortinas.
Entrei cedo na escola dos ventos, nas ondas frias e atrevidas. Não sei aonde me vou, se nas águas do Bósforo ou da Guanabara.
Tecida de onda e vento, a língua de Istambul. Ouço rumores do livro didático: tekneler yavas geçiyor, nos barcos que deslizam vagarosos.
Li de uma só vez, com duas pausas, se muitas, da madrugada ao amanhecer, o romance póstumo do inquieto e fascinante Carlos Heitor Cony. Como quem descobre uma carta não enviada, perdida numa gaveta entreaberta, sem destinatário – a todos e ninguém –, consignado, muito embora, o remetente, num jogo de espelhos remissivos. Faltou pouco para escoimar uma e outra parte, cortes e acréscimos, como deixou claro, na última revisão, suspensa em 2005, através de um movimento pendular: frontal e irresoluto, áspero e compassivo. Acenos de utopia e desencanto, estrela e solidão, no céu escuro deste século. Livro que flui para o leitor, na lisa superfície da narrativa, mas que se escreve sob dura condição, áspera e irregular. Legato que repousa na soma de staccati.