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O que Marin não sabia
O Brasil não precisava ter dado aos EUA o gostinho de mandar prender o ex-presidente da CBF na Suíça. A iniciativa de moralizar nosso futebol devia ter partido de nós, não deles.
O Brasil não precisava ter dado aos EUA o gostinho de mandar prender o ex-presidente da CBF na Suíça. A iniciativa de moralizar nosso futebol devia ter partido de nós, não deles.
A linguagem popular chama de dolorosa a cobrança que chega, ao final de uma noitada com os amigos num bar. Desgraçadamente, os últimos dias têm nos lembrado a quanta dor essa metáfora pode aludir. Sabemos todos, inclusive quem finge esquecer, que não há almoço grátis.
Ser professor de uma instituição respeitável constitui uma honra muito grande. Ainda mais quando se trata de uma das mais antigas do País, como é o caso da Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, de notáveis tradições.
A estabilização do governo aponta o novo radicalismo, senão o extremismo oposicionista, tanto quanto a definitiva tomada de posição do petismo no tocante à política de mudança e, sobretudo, diante da corrupção. O antagonismo extremado isolou da prática totalidade do PSDB movimentos como o "Brasil Livre" e os "Revoltados Online", que chegam, mesmo, a acusar de traição Aécio e FHC, na desistência do pedido de impeachment de Dilma.
A continuação das coligações proporcionais juntamente com uma cláusula de desempenho frouxa foi o preço pago aos pequenos partidos para a aprovação do financiamento privado nas campanhas eleitorais.
Caberá agora à Câmara demonstrar a seriedade com que trata a questão do financiamento privado de campanhas eleitorais, aprovado ontem à noite, dando os limites dessa participação das empresas. A limitação da doação aos partidos políticos, e não diretamente aos candidatos, já foi um avanço, mas será preciso ir além para não institucionalizar a corrupção que está sendo descoberta nas investigações da Lava-Jato.
Para falar apenas de educação e cultura. Se os setores já enfrentavam dificuldades, imagina quando se fizerem sentir de fato os efeitos dos cortes anunciados agora para os orçamentos de 2015.
A dificuldade da Câmara em aprovar quaisquer das propostas de mudança do sistema político brasileiro demonstrou o que já se sabia: não há maioria para fazer mudanças radicais como o voto distrital simples, o distrital misto, o voto de lista fechada na legenda.
Em meio à crise política que envolve o governo petista, coube a Marco Aurélio Garcia, assessor especial do Palácio do Planalto, fazer a mais realista análise sobre o momento político negativo por que passa o Partido dos Trabalhadores, que ajudou a fundar há 35 anos.
Quase no final da Segunda Guerra Mundial, o coronel Stauffenberg conseguiu entrar numa das tocas em que Hitler, reunindo membros de seu Estado-Maior, examinava mapas com as últimas informações de seus exércitos. O coronel fazia parte da Operação Valquíria, destinada a matar o tirano.
Está sendo colocado em xeque o novo equilíbrio político no país com que a presidente Dilma imaginou atravessar os próximos 18 meses, até a eleição municipal, com a ascensão do vice Michel Temer à coordenação política do governo e a presença de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.
Deliberadamente deixei, por algum tempo, de comentar este assunto: a confissão de Lula a José Mujica, ex-presidente uruguaio, de que precisou "lidar com muitas coisas imorais, chantagens" durante o mensalão. Disse ainda ao colega que viveu tudo isso "com angústia e um pouco de culpa".
Na segunda, jantar no Cipriani, com Cândido Mendes, Hélio Jaguaribe e senhora, bom papo, até tarde. Domingo passado, nem lembro mais, fiquei pela primeira vez atrasado com as crônicas, pois tive de terminar a duras penas o trabalho encomendado sobre JK.
Concordo que a simples redução da maioridade penal não vá resolver o problema da criminalidade juvenil no país, mas concordo também que a legislação atual precisa ser alterada para não permitir que fiquem impunes crimes hediondos como o desse jovem suspeito de ter assassinado o médico Jaime Bold na segunda-feira a facadas, como se o autor fosse um soldado do Estado Islâmico, especialista no uso da arma branca para suas bárbaras execuções.
Apesar da reação politicamente irracional de alguns movimentos da sociedade civil, que exigem o impeachment da presidente Dilma e acusam o PSDB de ter fugido da luta ao optar por outra ação contra o governo que não o crime de responsabilidade, as chances de sucesso da representação dos partidos de oposição por crime comum devido às "pedaladas fiscais" são muito maiores e têm base factual já comprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).