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Artigos

 
  • Feliz Ano Novo

    O Globo, em 02/01/2022

    Quem acabou de completar mais um ciclo de muito trabalho, resultado de cálculos rigorosos e precisos que não podem falhar, foi a dupla de sempre – nosso planeta, a Terra, e sobretudo nossa linda estrela, o Sol, sem a qual não seríamos ninguém. Se não tivessem feito esse trabalho, por 365 dias ou quase, sem refresco algum, seria um desastre que poderia nos eliminar do cosmos. E, no entanto, somos nós que nos abraçamos (já pode?) e comemoramos com festa o feito, como se fôssemos os únicos responsáveis por ele.

  • 200 anos de Brasil: pouco a celebrar, muito a questionar

    O Estado de S. Paulo, em 01/01/2022

    O Brasil não tem sorte com seus centenários. O primeiro, em 1922, teve de conviver com os restos da devastação causada pela gripe espanhola, chegada ao País em 1918. Calculam-se em cerca de 35 mil as mortes causadas no País, concentradas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Entre elas não estava, como se costuma afirmar, o presidente eleito, Rodrigues Alves, embora tenha morrido antes de assumir. O ano de 1922 foi ainda marcado pela primeira revolta tenentista e pela decretação do estado de sítio pelo presidente Epitácio Pessoa, destinada a garantir a posse do presidente eleito, Artur Bernardes.

  • Bolsonaro ajuda Lula

    O Globo, em 30/12/2021

    A insensibilidade do presidente Bolsonaro diante do sofrimento alheio, quando ele é difuso, é sinal de que é incapaz de compreender o alcance do papel de um presidente da República, que chegou aonde chegou pelo voto dos cidadãos, e não por escolha divina. Bolsonaro é capaz de comover-se com a morte de um rapper conhecido por fazer “funk de direita” ou de um militar no exercício de sua função, mas é incapaz de homenagear um grande artista nacional que seja de esquerda ou simplesmente adversário de sua maneira de ver o mundo.

  • Votos (in)úteis

    O Globo, em 28/12/2021

    Nunca o voto útil terá tanta importância quanto na eleição presidencial do ano que vem. Isso porque serão vários votos úteis, à esquerda e à direita, que podem decidir a votação logo no primeiro turno, a favor do ex-presidente Lula, ou fortalecer o presidente Bolsonaro para que chegue ao segundo turno com mais chances. Ou mesmo substituir Bolsonaro por um candidato da terceira via (no momento o ex-juiz Sergio Moro parece o mais provável nesse caso).

  • A vez das crianças

    O Globo, em 28/12/2021

    No domingo passado, ao comentar em sua coluna a crise na Receita Federal, onde centenas de auditores entregaram seus cargos de direção, Míriam Leitão relatou o clima de 'indignação' e citou alguns exemplos do 'plano de demolição' de Bolsonaro imposto a outras áreas, como Ibama, ICMbio, Iphan, Funai, Fundação Palmares, Ministério da Educação. A essa lista, eu acrescentaria a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

  • Feliz final dos tempos

    O Estado de S. Paulo , em 26/12/2021

    Todos escrevem textos para levantar o astral no fim de ano. Tentei, travei. Chavões, clichês, um Natal cheio de alegrias, amor, solidariedade, mundo novo, nova vida, tempo de esperança? Qual é? Com o que está aí? E com ELE lá! Escrevia, deletava tudo soava falso. Como provocar alento?

  • Desobediência civil

    O Globo, em 26/12/2021

    A decisão de vários governadores e prefeitos pelo país de não acatar a decisão do governo federal de exigir prescrição médica para vacinar contra a Covid-19 crianças de 5 a 11 anos pode ser considerada uma variante da desobediência civil, desenvolvida pelo ativista norte-americano do século XIX Henry David Thoreau, que se insurgiu contra os impostos cobrados para financiar a guerra dos Estados Unidos contra o México e comandou uma reação pública.

  • O jardim dos homens

    O Globo, em 26/12/2021

    Nos jardins de Deus nascem e cabem todas as flores. Menos as que Jair Bolsonaro e seus cupinchas não querem. E como eles ainda não sabem com certeza o que não querem, tentam nos fazer prisioneiros de seus delírios, como esse agora das vacinas pediátricas. Meninos e meninas de 5 a 11 anos não poderão se proteger do vírus, devem se tornar suas vítimas compulsórias. Porque, ninguém sabe.

  • Representação da heterogeneidade do mundo

    Correio do Povo, em 25/12/2021

    Cronista e ficcionista reconhecido, o autor Gilberto Schwartsmann adentrou no ano de 2021 o território da poesia, e em dose dupla. Primeiro, com Divina rima (ilustrações de Zoravia Bettiol), uma criativa apresentação da Comédia de Dante Alighieri, vazada, como o texto-matriz, em tercetos rimados.

  • Sem gosto

    O Globo, em 23/12/2021

    A estratégia do ex-presidente Lula de chamar o ex-tucano Geraldo Alckmin para seu vice aparentemente é boa para dar a sensação ao eleitorado de centro-direita de que seu eventual terceiro governo não será radical. Mas qual é a garantia de que Alckmin representará o grupo político que o apoiava? Qual será o papel dele num governo petista?

  • Expectativa de poder

    O Globo, em 21/12/2021

    O jantar comemorativo do grupo Prerrogativas em homenagem ao ex-presidente Lula se transformou em evento político de relevo, não apenas pela presença de vários líderes da esquerda brasileira, como pelo lançamento informal da chapa Lula-Alckmin à Presidência da República no ano que vem. Há uma diferença imensa, porém, entre defender que a Justiça seja feita ou acusar o ex-juiz Sergio Moro de ter distorcido os processos para condenar o ex-presidente e apoiá-lo publicamente como candidato à Presidência. Individualmente, cada um desses advogados tem o direito de apoiar quem quer que seja, mas o conjunto deles só deveria atuar em defesa de valores e princípios do Direito e da democracia, pois para isso foi formado.

  • Doidos, mas nem tanto

    Os Divergentes, em 19/12/2021

    Algumas figuras populares são adeptas à política. O nosso Sócrates era um dos que sonhava ser eleito para qualquer coisa. Outro, na década de 1950, aqui no Maranhão, era o Paletó.

    Ele dizia sempre: 'Sou o número um das Oposições Coligadas.' Eu ainda o conheci: ele não faltava a nenhuma das reuniões dos nossos partidos políticos.

  • Rio banhando praia

    O Globo, em 19/12/2021

    Entre tantas lições que nos deixou, Glauber Rocha nos ensinou que o cinema, em nenhum momento ou lugar do mundo, se fez ou se fará em paz. Ele também podia nos ter dito o mesmo a propósito da criação artística de um modo geral. A arte é um mundo em que se cria para além do concreto, como uma reação contra o que se passa no mundo real. Quando o futuro lhe dá razão, o artista se torna um deus criador de um mundo que nunca existiu antes dele. Embora não seja, entre nós o único, Glauber é um destes, no pensamento e na ação criadora.

  • Inventar a própria roda

    O Globo, em 19/12/2021

    A falta de opções na disputa presidencial pode ser definida pela atual situação refletida nas pesquisas de opinião, especialmente as das empresas mais bem equipadas, IPEC ( ex-Ibope), e Datafolha. O brasileiro votou em Bolsonaro para tirar o PT, e está votando no ex-presidente Lula para para tirar Bolsonaro do governo. Não apareceu alternativa, a famosa terceira via, que permita acabar com esse jogo de empurra de um lado para outro, que acaba dando errado.

  • Não a Bolsonaro

    O Globo, em 16/12/2021

    A palestra do general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em que ele diz que tem de se medicar com Lexotan na veia para impedir que o presidente Bolsonaro tome uma atitude radical em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF), é mais um desses absurdos que estão se tornando comuns no Brasil de hoje. Em qualquer país normal do mundo, com regras democráticas em vigor, seria um escândalo capaz de provocar a demissão do ministro ou o impedimento do presidente.