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Artigos

  • Lévi-Strauss

    Lévi-Strauss foi para o mundo cultural aquilo que representou Freud para a psicanálise, Einstein para a física, Marx para as ideias políticas e ele para a antropologia. Era o maior intelectual vivo do mundo, o grande pensador cuja contribuição para a humanidade derramou-se para todos os campos do conhecimento humano, especialmente para as ciências sociais, e o escritor insuperável.

  • A pandemia da corrupção

    RIO - Na história da humanidade e da civilização jamais foi encontrado antídoto algum contra a corrupção. Já o Código de Hamurabi, que data de 1700 AC, durante muito tempo considerado o primeiro Código Legal da humanidade, fala em punição de governantes corruptos. Cícero e Catão construíram suas histórias políticas martelando contra ela, e em todos os parlamentos existem grupos ou pessoas que fazem sua carreira defendendo a pureza das instituições a que pertencem ou atacando a dignidade de seus colegas.

  • Perdição ou salvação

    O fim de 2009 foi marcado pela tragédia dos deslizamentos e pela lembrança inusitada das agulhas introduzidas no corpo de crianças, numa prática religiosa que remonta aos festins de magia negra que o Diabo fazia no princípio do mundo. A Bíblia está cheia desses episódios. O mais célebre deles é o da vara de porcos endemoniados que foram jogados no precipício, com sua carne impura para judeus e árabes.

  • O scanner corporal

    A União Europeia já decidiu, e alguns aeroportos, como o de Amsterdã, já instalaram os seus scanners antiterror, que, no frigir dos ovos, são o big brother mais potente que se podia imaginar, pois podem tirar a roupa de todo mundo, num mundo que já não tem muita roupa. Tudo surgiu quando um terrorista nigeriano burlou todas as formas de vigilância e quase explodiu um avião da Northwest Airlines que voava para Detroit na noite de Natal. A solução foi obrigar todos os passageiros no futuro a passar por scanners, que, se têm a vantagem de evitar essa apalpação a que nos submetem os vigilantes aeroportuários, nos despem logo.A grande discussão que hoje preocupa a liberdade individual é como manter os direitos de privacidade num mundo em que a tecnologia tudo invade e torna esses direitos inexistentes, acabando com os direitos humanos.

  • Os odores do Haiti

    O Haiti é um país sofrido. Nem por isso sua história é menos heroica e exemplo de momentos de glória. Alguns que podem ser inseridos na grande lista da construção da liberdade no mundo. Foi o Haiti o primeiro país em que os pretos se rebelaram contra a escravidão, com Louverture e Dessalines, e eles próprios decretaram seu direito de viver livremente ao fundar, em 1804, a primeira República negra do mundo. Isso custou-lhe uma dívida de sofrimento que atravessou séculos e até hoje é tida como a grande pedra na construção de sua pobreza. A revanche dos países coloniais foi brutal.

  • A Nina e MJ

    O repórter Pablo Ordaz cobriu os primeiros dias da tragedia do Haiti e como poucos nos revelou em profundidade o aspecto humano que perpassa o mundo invisivel de uma catastrofe dessa magnitude. Sao desgracas individuais que sao simbolo e exemplo do que acontece no olho desse furacao sem vento que atingiu o mais pobre entre os mais pobres, o sofrido povo do Haiti.

  • Outros carnavais

    “Eu, que estou em pleno vigor da juventude -e todos os dias os jornais, ao citarem o meu nome, revelam aos leitores esta minha fraqueza-, fico todo irritado quando ouço essa história de “bom era no meu tempo”, “ah! que saudades do meu tempo” e outros lamentos saudosistas. Bom mesmo é o tempo de hoje.

  • Europa, medo e frustração

    A Europa foi sempre uma fascinação e raiz para todo o Brasil, principalmente nos séculos 19 e 20. A Cidade Luz, a fonte de todas as melhores manifestações culturais, nomes eternos na literatura e na arte. Do lado econômico não tomávamos conhecimento. Era quase uma relação humana e não uma convivência de dois países.

  • Navegar sem mouse

    Volto do exterior. Encontro a Folha de S.Paulo de roupa e alma novas. Obriga a habituar os olhos e a ver o futuro no e do jornal. É uma desafiadora ousadia. Nunca vacilei no meu dogma de que tudo acabará, menos o jornal e o livro, um e outro como instrumento de fugir da solidão, de conviver com pessoas e fatos.

  • Açúcar no pré-sal

    A alma brasileira nos últimos tempos tomou-se de justificado peito cheio depois da descoberta do pré-sal. De repente acordamos com a decisão do Criador de ficarmos bilionários, o Brasil de riso aberto e cara diferente daquele 'ame-o ou deixe-o'. Barriga cheia de petróleo e olhos de Opep.

  • O "orinó" de dom Pedro

    Há uma frenética corrida no país para regulamentar profissões. São dezenas de projetos que diariamente chegam às casas legislativas. Uns bons, outros nem tanto, mas os textos de todos excessivos na tentativa de dominar espaços exclusivos, que defendem território mais do que ursa no cio.

  • Da presunção

    Não sei que pessoas fazem parte das consultas do economista-chefe do maior banco do país, que diagnosticou que a 'bolha que nos ameaça é a bolha da presunção' e não os escolhos da economia. Ninguém pode negar a autoridade técnica do entrevistado, mas sua afirmação surpreende. Ainda mais sabendo que os banqueiros lidam com números e não brincam com as palavras.

  • Deng e Bolívar

    A autoestima volta. E isso que nos diz o Latinobarometro, que faz periodicas afericoes sobre a America do Sul, com a bencao da ONU, atraves do PNUD. Certa vez escrevi aqui a perplexidade em que o barometro nos colocava ao mostrar que o nosso povo nao aprovava a democracia e preferia um governo autoritario que lhe desse boa vida.

  • Judicialização da política

    De quem primeiro ouvi a expressão judicialização da política foi do ministro Nelson Jobim, quando assumiu, há alguns anos, a presidência do Supremo Tribunal Federal.Ele expressava o desconforto em que o próprio STF se encontrava, convocado a dirimir querelas políticas que deveriam ser resolvidas pelos próprios políticos, dentro do jogo democrático. Isso é ruim para a democracia e para a Justiça. De um tempo para cá, sobretudo depois que a Constituição de 88 estabeleceu a Ação Direta de Inconstitucionalidade, todo conflito político passou a ter uma segunda instância, que é o apelo a uma solução judicial. Os Poderes harmônicos e independentes entre si passaram a ter um vaso comunicante, que desemboca na tendência de cada vez mais provocar uma enxurrada de leis, muitas delas casuísticas e desnecessárias.