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Olhar para a frente
Lembro cada frase do livro “Noite”, escrito por Elie Wiesel.
Lembro cada frase do livro “Noite”, escrito por Elie Wiesel.
A provocativa declaração da presidente Dilma tentando atribuir ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a culpa pretérita pelos crimes cometidos na Petrobras no período de governos petistas, de 2003 a 2014, de tão tosca só pode fazer parte de uma ação coordenada de enfrentamento.
Semana de cinzas, início de quaresma. Para antigos preceitos religiosos, época de recolhimento e reflexão. Um bom momento para lembrar algo que sempre se prefere ignorar. Não devia ser novidade, mas, que jeito? Melhor dizer de chofre. Desculpem se machuca. Mas o fato é que algum dia vamos ter de encarar. Usar a razão para admitir a realidade e aceitar o fato de que Deus não é brasileiro. Ou é de todos ou de ninguém. Sem preferências ou nepotismo.
“A internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio, porque não filtra o conhecimento e congestiona a memória do usuário. O excesso de informação provoca amnésia. Informação demais faz mal.” As afirmações são do escritor, filósofo e semiólogo italiano Umberto Eco, ponto de partida para a reflexão sobre A biblioteca do futuro, tema da instigante conferência do diretor do grupo Gol Mobile, Roberto Bahiense, proferida na Academia Brasileira de Letras durante o Ciclo As novas linguagens do século XXI, coordenado pelo Acadêmico Evanildo Bechara.
Quando nos encontramos diante de uma encruzilhada, não nos resta senão refletir com a cabeça fria. O que nos espera no fim de cada caminho a ser escolhido? Vivemos hoje um momento em que qualquer decisão será grávida de consequências para o destino do povo brasileiro.
Antes que o Carnaval relaxe nossas preocupações particulares e coletivas, acredito que devemos meditar sobre as vicissitudes da pátria, que são muitas e cruéis. Deus é testemunha de que não creio na eficácia dessa meditação, pois tudo continuará como antes, não tendo este escriba qualquer poder (ou vontade) de alterar as coisas.
Durante muitos anos, quando se analisava o número de candidatos ao ensino superior, era comum saber que disputavam a liderança os cursos de Direito e Medicina. Administração e Pedagogia, nem pensar.
Requer-se do novo governo Dilma Rousseff muito mais do que a melhoria de um bom desempenho ou a correção das deficiências do primeiro mandato. Impõe-se sobre os êxitos da produtividade a remoção das injustiças sociais.
Uma das particularidades do nosso regime democrático – e reconhecida lá fora – é a de que os condenados a cumprirem prisão domiciliar podem participar plenamente do nosso debate virtual e até em linhas de ponta do nosso atual questionamento político. Não é outra a força do questionamento de José Dirceu, ao trazer a uma reflexão toda a continuidade da sua militância no PT e voltar às raízes de sua identidade.
O vice-presidente da República Michel Temer telefona para entrar no debate a favor do distritão, sistema eleitoral em que os candidatos a deputado federal mais votados em cada Estado são eleitos, sem depender de coligações partidárias nem de votos na legenda. Temer alega razões “de natureza jurídica e política” para apoiar a mudança, e diz que o voto proporcional anula um preceito básico da democracia: a maioria pratica os atos de governo, respeitando a minoria.
A proposta do distritão na reforma eleitoral que a Câmara começará a debater depois do Carnaval, ao mesmo tempo em que parece ter a preferência de uma maioria que vai se consolidando entre os parlamentares, tem adversários, especialmente entre os estudiosos de sistemas eleitorais como o cientista político Jairo Nicolau, professo da UFRJ.
O sentimento de confronto com o PT, e o enfraquecimento do governo em meio à dupla crise econômica e política, está levando a uma tendência majoritária no Congresso de aprovação de uma reforma política que resgate a credibilidade dos parlamentares.
O nome é feio e o significado é mais feio ainda. No entanto, a palavra está sendo falada e escrita, com perigosa insistência, tanto no jornais como nas tevês, na internet, e repetindo Nelson Rodrigues: nos botecos e velórios.
No momento em que o impeachment da presidente Dilma tornou-se tema central do debate político brasileiro, com a própria presidente falando em ter forças para “reagir ao golpismo” e o ex-presidente Lula afirmando que os adversários querem impedir que Dilma cumpra seu mandato, uma pesquisa do Datafolha refletindo o sentimento predominante entre os cidadãos brasileiros coloca mais lenha na fogueira.
São três horas de trem, saindo de Viena. A paisagem é quase alpina, arrumada, asséptica como um postal. O trem para numa cidade mais ou menos amaldiçoada pela história: Linz. Ela não tem culpa de nada. Apenas foi a cidade que Hitler amava, que considerava a "sua" cidade. Na verdade, o ditador nazista nasceu em outro canto, viveu em Viena, Munique e Berlim.