Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos

Artigos

  • Fim de festa

    E, quando melhores estão as coisas, surge a vontade antiga: acreditar outra vez. Já nem importa simplesmente acreditar em quê, mas acreditar em si mesmo, no amor, no trabalho, na virtude, no inferno ou no nada.

  • Epifania

    Não é um pôr de sol que muda a nossa vida, é a nossa vida que muda um pôr de sol e o torna inefável ou irrepetível. Ainda mais se for dia de amor, inocência ou arrebatamento. Ou nem isso, se antes o olhar da amada nos focar e o sol penetrar pela vidraça como através da alma. E o pôr do sol teria a magnitude da Nona Sinfonia de Beethoven, ou de alguma Cantata de Sebastião Bach, semelhante à epifania que decorre do ato de justiça, ou da criação, pois a beleza e a moral se atraem magneticamente.

  • Divisão de sílabas em fonética e em ortografia

    Temos hoje um leitor interessado em saber como deve fazer a separação silábica das palavras que antes eram consideradas paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Sirva de exemplo a palavra 'náusea', que pode ter suas sílabas divididas em duas: náu-sea, ou em três: náu-se-a, bem como 'etéreo', em três:e-té-reo ou e-té-re-o, em quatro.

  • Vingando a vingança

    Em todo o mundo, há o questionamento sobre a morte de Osama Bin Laden, com opiniões obviamente contrárias. A questão é admitir a constatação de Barack Obama ("A justiça foi feita") ou classificar a operação dos americanos como um ato de vingança.

  • Civilização do medo

     O que representam as fotografias escondidas do corpo de Bin Laden? De que realidade se faz a morte do terrorista, permitindo que o espectro avance na sua "missão sagrada" em nosso tempo, como vem de proclamar Al-Zawahiri? Na confirmação da saga que começa, o número 2, forçando uma imagem bíblico-botânica, repete: "Perdeu-se tão só uma uva no cacho exuberante da al-Qaeda."

  • JK - O começo do fim

    Trecho do diário inédito de Juscelino Kubitschek: "12 de setembro de 1974 - Faço hoje, incrivelmente, 72 anos. Sinto-me espiritualmente com a idade de 30. Nenhuma ferrugem na alma nem na vontade.

  • Fale errado, está certo

    Nada mais representativo da burrice do que essa teoria do falar errado. Foi quando fui presidente da República que universalizei o programa do livro gratuito nas escolas, e o grande problema era a qualidade do livro.

  • Por uma vida pior

    A cada dia somos surpreendidos com incríveis inovações na educação brasileira. Tudo é tão estranho que parece uma armação para que continuemos a patinar nas piores classificações internacionais de qualidade do ensino.

  • As surpresas do nosso avanço democrático

    Os desdobramentos da pressão pelo Código Florestal indicam sinais novos desta maturação do processo democrático brasileiro. Só a democracia aduba a democracia, e a estabilidade política do País, reconhecida internacionalmente, só reforça este avanço da sociedade civil, em todo o seu dinamismo, frente à organização governamental e ao mundo dos aparelhos. Tradicionalmente, o jogo de intercâmbios de interesses entre representantes populares e o interesse do sistema se resolvia na política de clientelas e nos abocanhamentos possíveis de cargos e fatias orçamentárias, de que se faria o peso clássico das situações e dos comandos governamentais. É deste quadro que se aparta, de vez, o novo jogo de condicionamentos que desfigura, por completo, as antigas acomodações e perturba as contas das maiorias previstas.

  • A era do bedelho universal

    Ou muito me equivoco, ou nunca passamos por um período tão rico em normas e prescrições quanto o presente. Acho que deveria até silenciar sobre o que, segundo li num jornal, vigora na Suécia, porque, para tudo quanto é novidade adotada na Suécia (menos a ausência de mordomias oficiais, pois quanto a isto preferimos nosso atraso mesmo), aparece logo um alegre querendo implantá-la aqui. Refiro-me ao fato de que lá, de acordo com o jornal, o homem que fizer sexo sem camisinha é considerado réu de estupro. Não lembro se isso ocorre mesmo quando a parceira concorda ou se os casados têm de obter um alvará especial, mas essa história de Suécia pega muito nos progressistas nacionais, de maneira que deve ser bom negócio começar a comprar ações de fabricantes de camisinhas.

  • Que educação queremos?

    O que parece estar evidente, na sociedade brasileira, é o cansaço do atual modelo de educação. Em quantidade e qualidade não responde aos nossos anseios. Veja-se o caso do ensino superior. O sonho oficial, agora, é elevar o número de alunos para 10 milhões, em pouco tempo, e para isso o governo faz um curioso apelo à iniciativa privada, tão maltratada durante muitos anos.

  • O livro didático que está na berlinda

    Há duas semanas a imprensa vem trazendo ao conhecimento de todos nós, críticas contundentes ao livro didático apoiado pelo Ministério da Educação, que  declara em  alto e bom som que seus leitores, adultos e jovens alunos, podem dizer “nós pega o peixe” ou “Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado". Diante de tanto barulho e de tanta crítica saída dos mais variados setores da sociedade, alguns leitores desta nossa coluna insistem em que comentemos as lições do livro “Por uma vida melhor", cujo capítulo 1 da Unidade 1—Língua Portuguesa— foi preparado pela professora Heloísa Ramos e trata do tema "Escrever é diferente de falar", assunto que se estende pelas páginas 11 a 27.  Por mais que tentássemos obter a obra para ter uma ideia mais extensa das lições e da metodologia empregada, não nos foi possível consegui-lo,de modo que nosso comentário se restringirá ao capítulo que deu origem às aludidas críticas. Partindo da tese central de que “escrever é diferente de falar”, encontra a Autora oportunidade para estabelecer a distinção do aprendizado da língua falada [aprende-se a falar a língua materna “espontaneamente, ouvindo os adultos falarem ao seu redor”] e da língua escrita [que “exige um aprendizado formal”(...). “Alguém se dispõe a ensinar e alguém se dispõe a aprender” (...) “Geralmente há local, momento e material próprios para isso”] (pág. 11).     

  • O PT profundo

    Pelo menos três leitores não compreenderam bem a minha crônica anterior, em que transmiti uma informação certamente não privilegiada sobre a possibilidade de uma renúncia de nossa presidente, motivada por problemas de saúde. Deus é testemunha do quanto torço para que ela supere esses trancos humanos e dê a ela a energia e a sabedoria que nunca lhe faltaram.