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Artigos

  • Não existe receita para o sucesso

    Embora os resultados ainda não sejam apreciáveis, é evidente a existência, hoje, de um movimento no sentido do aprimoramento das políticas públicas voltadas ao ensino médio. Valoriza-se a Gestão de Pessoas, com esse fim, priorizando-se a temática da diversidade e do comportamento humano.

  • O direito de mostrar o rosto

    Na próxima semana, estarei na Flip, a já lendária Festa Literária de Paraty, onde participarei em várias atividades, uma das quais aguardo com muito interesse. Coordenarei um painel em que participam dois escritores famosos, o israelense A. Yeoshua e a iraniana (exilada) Azar Nafisi. Se tivesse nascido no Brasil, Azar poderia dizer que seu nome condicionou um destino; de fato, não foram poucas as atribulações pelas quais passou. Filha de um casal conhecido no Irã (o pai foi prefeito de Teerã, a mãe, deputada), Nafisi estudou na Inglaterra e graduou-se em letras na Universidade de Oklahoma. Quando os fundamentalistas tomaram o poder no Irã, começaram seus problemas: recusando-se a usar o véu, ela foi proibida de lecionar na Universidade de Teerã e acabou emigrando para os Estados Unidos. Sua história está em dois livros, o best-seller Lendo Lolita em Teerã e O Que Eu não Contei.

  • O lamento dos excluídos

    Cães excluídos da adoção ganham tratamento vip em SP. Em vez de chihuahuas fofinhos, a advogada Audrei Feitosa, 39, preferiu acolher Kiko, um vira-lata "grande, velho e com dente todo podre". Ela se autodenomina protetora dos cães fracos e indefesos. Para preservar o título, monitora de seu apartamento, em Higienópolis, no centro de São Paulo, o resgate de animais abandonados. Quanto mais idade e problemas de saúde, mais o bicho vira "inadotável", diz. Para os rejeitados, ela e uma amiga mantêm, no sítio de um conhecido em Jundiaí (58 km de SP), cinco canis "de luxo", com ração premium, cobertores e cuidado veterinário. Juntas, pagam a um "caseiro canino"" R$ 200 por animal. Atualmente, são 30. A dona de casa Cleide Jacomini, 51, foi além. Aluga, na Freguesia do Ó, uma casa especialmente para dez cachorros recolhidos na rua. Cotidiano, 5 de julho de 2010

  • O outro capital do Planalto

    A popularidade de Lula, de 84% de apoio, em fins de governo, não levou o País a dar-se conta ainda, e por inteiro, do novo capital de respeito de que gozamos lá fora. Somamos nisto a expansão da prosperidade com a distribuição de renda e o avanço democrático. É por aí mesmo que nos distinguimos dos outros Brics, neste conjunto de nações que hoje se contrapõe às hegemonias cansadas em que saímos do século XX.

  • O problema da agonia teórica

    Normalmente, a banca de Salvatore não está muito movimentada, na hora em que chego para pegar os jornais e, logo depois, o pão na padaria. São mais ou menos cinco e meia e o dia parece amanhecer de mau humor, um friozinho penetrante emperrando juntas e fazendo Salvatore imprecar em calabrês. Na calçada da padaria, um grupo de moças e rapazes, provavelmente saído de uma festa, toma o café da manhã em algazarra, sob os olhares invejosos dos coroas. Claro que também invejoso, percebo que um casal me acena, aceno de volta, sorrio para o grupo. Que beleza, só se tem 20 anos uma vez, penso, antecipando uma volta à casa imerso em filosofias de velho. Mas sacudo a cabeça para espantar bobagens e entro na banca, onde uma sacola já me espera, com os jornais de sempre.

  • O problema do goleiro

    "A angústia do goleiro diante do pênalti". Peter Handke, título de livro, 1970 ELE NÃO poderia ter tido uma infância mais infeliz. Abandonado pelos pais, ambos violentos, ambos transgressores. A mãe, usuária de cocaína, tentara matar uma mulher; o pai tinha sido, mais de uma vez, acusado de furto. Fora criado pela avó, em circunstâncias difíceis.

  • O que falta é vontade política

    Nada menos de 21 Estados brasileiros deixaram de aplicar R$ 1,2 bilhão de reais no ensino básico em 2009. A acusação é do Ministério da Educação (MEC). Esses recursos não foram repassados ao Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica). Foram desviados para outras atividades, possivelmente menos prioritárias.

  • Onde está a felicidade?

    Na semana passada, o Informe Especial de ZH divulgou uma pesquisa mundial feita pelo Instituto Gallup com o objetivo de estabelecer o ranking dos países mais felizes do mundo.Empreendimento complicado, esse. Afinal, o que é mesmo felicidade? Uma definição nos diz que é um estado de espírito ou sentimento, caracterizado por prazer, alegria ou satisfação, mas cada uma dessas categorias é também sujeita a discussões, isso sem falar de outros conceitos com base na biologia, ou na psicologia, ou na filosofia, ou na religião. O Gallup não quis entrar nesses detalhes: pediu aos entrevistados que avaliassem a felicidade em suas vidas numa escala de zero a 10 e fez perguntas relacionadas a sentimentos positivos ou negativos. Saiu daí a lista dos países mais felizes no mundo: Dinamarca, Finlândia, Noruega, Holanda, Costa Rica, Canadá, Suíça, Nova Zelândia, Suécia, Áustria, Austrália, Estados Unidos, Bélgica, Brasil, Panamá. Nota-se que, tal como na Copa, a Europa está bem representada. O Brasil está num 14º lugar, provável resultado da combinação da alegria exuberante do Carnaval e do samba com a pobreza, a violência, e o desgosto com nossa Seleção.

  • Para além da paz ingênua

    A reunião da Aliança das Civilizações, terminada no Rio, levou adiante o projeto de desmistificar os impasses de uma nova e ainda possível convivência internacional em tempos da civilização do medo e da guerra de religiões.

  • Para onde vão as esquerdas europeias

    A prostração da crise financeira na Europa, mesmo se manifeste o caso grego como um fenômeno geral de corrupção, não suscita, apenas, o profundo requestionamento do próprio modelo que assegurou a inaudita prosperidade das últimas décadas. Nem se trata apenas da cupidez dos Executivos e o excesso de ganhos, em que um sucesso especulativo veio, de fato, a comprometer a produtividade intrínseca do sistema. No caso europeu o que estaria em causa, acima de^ tudo, é a exaustão dos recursos fiscais e da mobilização ainda do Estado como mola da estabilidade econômica e social. Tal demonstra, ao mesmo tempo, a perplexidade hoje das esquerdas para promover a mudança do atual status quo europeu. É o que põe em causa já as novas linhas das economias de lazer e de trabalho, no continente cada vez mais da terceira idade, e a discutir os novos limites da aposentadoria e das horas de trabalho de sua economia. Mas, antes das bandeiras de efetiva mudança no seu conteúdo consentido de utopia, que sempre vitalizam as esquerdas, é a seqüela da òrise de 2008 que irá ao abate díessas esquerdas remanescentes no poder, como a de Zapatçro na Espanha.A agudização do contraponto regional na Itália somou a esquerda ao oposicionismo, contra o avanço da liga norte, que conta com a simpatia de Berlusconi, e leva um progressismo indiferen-ciado, a apostar, mais que em qualquer outro país europeu, nas novas dimensões internacionais de seu mercado econômico financeiro. É a mesma polaridade supranacional que levou a um conservatismo crescente às esquerdas alemãs, e a este centrismo milimétrico de que dependem as maiorias da primeira - ministra Merkel.

  • Política com “P” grande

    No centenário de sua morte, ainda hoje não descobrimos o que mais de Joaquim Nabuco celebrar: se a obra intelectual, de que certamente Minha Formação é fulgurante exemplo, ou se a ação do abolicionista, na maior das campanhas políticas que o Brasil conheceu. Entre o intelectual, o político, o parlamentar, o orador e o homem público a quem reverenciar?

  • Rede pública está atrasada

    A propósito da tragédia configurada pelos resultados do último Ideb, que reprovou a educação brasileira, muitas considerações têm sido feitas, umas pertinentes, como a necessidade de valorização do professorado, outras pouco práticas, como a possível federalização do ensino fundamental. O governo central teria condições de responder por essa imensa carga? E haveria competência para isso?

  • A cara (e os números) do Brasil

    O censo que começou no último domingo tem, além de suas finalidades óbvias, um significado simbólico não desprezível. É a marca de um novo Brasil, um Brasil que, para usar a expressão de Cazuza, mostra sua cara, que descobre sua verdadeira identidade – expressa em números. Que nunca desempenharam um papel importante na história, na cultura e no cotidiano de nosso país.

  • A jaqueta mágica

    Moda para a alma: você fica triste, sua jaqueta o acolhe. Pesquisadores criam roupas capazes de detectar alterações emocionais e emitir mensagens de conforto para o usuário. EQUILÍBRIO, 24.AGO.10