Essa publicação faz parte da coleção Relatórios de Atividades
"2016 foi um ano marcado pela intensificação das instâncias conjunturais da crise vivida pelo país. A Diretoria, adotadas medidas emergenciais que possibilitassem a ultrapassagem das turbulências dela decorrentes, manteve-se fiel aos princípios norteadores do Plano de Ação que se propôs, na continuidade da melhor tradição da Casa: nuclearização na cultura feita e na cultura fazendo-se na realidade brasileira e planetária; associação entre tradição e modernidade; abertura para a participação comunitária; divulgação da cultura brasileira no exterior, em especial da literatura brasileira; valorização do patrimônio. A marca dominante foi, necessariamente, a temperança, assinalada no discurso de posse do presidente.
Com base em tais fundamentos, a ação desenvolvida pautou-se por quatro diretrizes básicas: o estímulo à produção e à divulgação da Cultura, privilegiadas a reflexão e as práticas estéticas, o culto da língua e da literatura nacional, a celebração da memória acadêmica, o investimento na preservação dos bens patrimoniais.
A maior dinamização dos ciclos de conferências e do Seminário Brasil, brasis, centrados na mobilização reflexiva, privilegiou temas de acentuada atualidade e, com base em nova estratégia de divulgação, assegurou excepcional ampliação de público, seja em termos presenciais ou por meio da Internet e da transmissão televisiva.
Foi assegurado o prosseguimento do processo de modernização e otimização do Arquivo. Visitas Guiadas e bibliotecas mantiveram seu ritmo de atividades.
No âmbito dos projetos vinculados às artes cênicas nuclearizados na formação de plateias e no incentivo ao convívio com a arte teatral, realizou-se a I Mostra Estudantil da Dramaturgia de Sempre, idealizada pela Presidência, resultado da multiplicação da prática das leituras dramatizadas nas escolas envolvidas, sob orientação dos professores, centradas em textos de Aluísio Azevedo e Dias Gomes.
As premiações da Academia tiveram sua configuração reformulada e em vigor a partir do ano em curso. Reduziram-se a uma única modalidade, centrada no conjunto de obra: o Prêmio Machado de Assis, com novos critérios de indicação e escolha.
Foi criado também o Coral dos Funcionários da ABL, com a regência de maestros da Banda do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, por deferência do Comando Geral da Corporação, com a qual a Academia tem convênio firmado na área da ação social e cultural.
A Diretoria agradece ao corpo de servidores o empenho e a dedicação à Casa.
Renova, em especial, os agradecimentos às acadêmicas e aos acadêmicos pela confiança, a compreensão e o apoio solidário que tornaram possível perpassar o presente momento histórico, ultrapassar as instâncias turbulentas e assegurar, da melhor maneira possível, a regularidade da ação da Academia Brasileira de Letras, voltada para o atendimento desinteressado à comunidade."
Domicio Proença Filho
Presidente da Academia Brasileira de Letras