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Relatório de Atividades 2019 (2019. 116 pp.)

Essa publicação faz parte da coleção Relatórios de Atividades

A Academia Brasileira de Letras é uma instituição emblemática de nosso país. Tornou-se uma realidade sociológica, um arquétipo denso e profundo, que não coincide apenas com os membros que a constituem, mas com uma parcela do imaginário brasileiro.

A atual Diretoria tem a consciência cristalina da alta responsabilidade de sua missão. 

Para enfrentar as agruras de um ano, por assim dizer, sui generis, decidimos realizar uma nova fundação administrativa da Casa.

A crise econômica é longa e os raios da aurora ainda permanecem distantes. É preciso enfrentar o dragão com astúcia e sabedoria. O desafio da sustentabilidade segue em construção paulatina.

Seria longo enumerar a mudança estrutural que implantamos. Basta sinalizá-la, a partir de um viés sistêmico e responsável.

Não deixamos de perseguir, em tantas e várias dificuldades, o cumprimento de nossa agenda cultural.

Firmamos convênio com a Accademia dei Lincei, a casa de Galileu Galilei, a mais antiga instituição científica do Ocidente. Assinamos, também, protocolo com a Academia Argentina de Letras e com a Real Academia da Galiza, segundo laços linguísticos e culturais que nos acercam.

Renovamos, por igual, os protocolos com a Sorbonne Nouvelle Paris 3 e com o King's College, que expiraram recentemente. Assinamos importante convênio com a editora da Câmara dos Deputados, sempre na esfera republicana do livro e da cultura.

Se o protocolo firmado com a UFF ampliou o programa de Música de Câmara, o mesmo ocorreu com o projeto Teatro Educação, mediante convênio assinado com a Escola Martins Pena da Faetec.

As atividades solidárias não cessaram, a começar pela intensa visita às terras quilombolas, razão pela qual firmamos, com o Instituto de Terras do Rio de Janeiro, um modus operandi para a distribuição de livros e formação de bibliotecas. Nossa visita às escolas das aldeias indígenas adquiriu maior consistência com o seminário de caciques e representantes na Casa de Machado, recebidos por um membro da Academia, que os saudou em guarani.

As visitas às prisões seguiram o mesmo curso do ano passado.

Destacamos outras parceiras, tais como as ações sociais com a Marinha do Brasil e a campanha de Natal dos Correios.

Priorizamos o envio de livros e novas mídias às bibliotecas para deficientes visuais em todo o Brasil, ampliando remessas de livros para os países africanos de língua portuguesa.

Novos projetos seguem em progresso e agendados para 2020.

Sabemos que tudo está para ser feito. Uma feroz inquietação determina o ritmo de nosso relógio. E, no entanto, compartilhamos o sentimento de que estamos vivos, a enfrentar a crise com modéstia e coragem, de portas abertas para a cultura.

Cultura e educação são os verdadeiros instrumentos de mudança. São estes os valores que, de Machado de Assis a Guimarães Rosa, permanecem duros como a rocha. Não nos falta um grão de esperança.

 
Marco Lucchesi
Presidente da Academia Brasileira de Letras

Ficha da Obra

Ano: 
2019
Páginas: 
116
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