[1] O colar de Heloisa
[2]Um cântico em três vozes para uma senhora in-comum
[1] Um cântico em três vozes para uma senhora in-comum
[3] Com belíssimas imagens poéticas, o acadêmico e poeta Antonio Carlos Secchin saudou a chegada do cantor e compositor Gilberto Gil à Academia Brasileira de Letras, em noite das mais concorridas. Recebeu o colar da nova imortal Fernanda Montenegro.
[5] Cronista e ficcionista reconhecido, o autor Gilberto Schwartsmann adentrou no ano de 2021 o território da poesia, e em dose dupla. Primeiro, com Divina rima (ilustrações de Zoravia Bettiol), uma criativa apresentação da Comédia de Dante Alighieri, vazada, como o texto-matriz, em tercetos rimados.
[5] Já contávamos com o Bolsa Família, meritório projeto preliminarmente gestado no governo FHC, desenvolvido e consolidado no governo Lula. Hoje, diante das barbaridades vocabulares, sintáticas e ideológicas perpetradas na reunião ministerial do dia 22 de abril, que tal, evocando a comiseração divina (‘Deus acima de todos’), dar à turma uma chance de redenção?
[5] Segundo o dicionário Houaiss, efeméride designa, primordialmente, “a tábua astronômica que registra, em intervalos de tempo regulares, a posição relativa de um astro”.
[5] Em 1919, Cecília Meireles publicou o mais clandestino de seus livros: "Espectros". A então jovem normalista estreava imersa na estética parnasiana, a tal ponto dissonante de seu futuro estilo que ela, simplesmente, eliminou o livro de sua bibliografia, como se esses Espectros jamais houvessem existido.
[5] Na capa de Exílio, de Lucas Guimaraens, uma imagem negra se adensa, depois se esvazia, até se configurar em pigmentos estilhaçados. Que melhor representação para o exílio, senão o estilhaço? Pontos nômades, sem centro, submersos no "lago das incertezas", subtítulo deste que é o terceiro livro de poemas do autor.
[11] Passamos a evocar as décadas em que a Divina Cleo reinava com seu saber e carisma nos cursos de Letras da antiga Faculdade Nacional de Filosofia.
[5] Em 2017, a Academia Brasileira de Letras irá comemorar 120 anos. Criada por iniciativa de Lúcio de Mendonça, reuniu um grupo de 40 escritores, dentre os quais Machado de Assis, à época um de seus mais idosos fundadores. Autor já consagrado, com inconteste ascendência sobre os mais jovens, presidiu a Casa até morrer, em 1908.
[5] Costuma-se dizer que o desinteresse relativo à vida de Machado de Assis (1839-1908) é simetricamente proporcional ao interesse gerado por sua obra: enquanto a produção literária de Machado não cessa de ser mais e mais valorizada, sua biografia estamparia apenas o morno transcurso de um exemplar funcionário público, de um esposo fiel e devotado à dona Carolina, de um ser algo distante das questões políticas, e, juntando-se as duas pontas da existência, de alguém que, vencendo barreiras da origem étnica e de uma frágil constituição física, alçou-se ao posto de nosso escritor máximo, tornando-se também o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras.
[5] Nascido na década de 40, cearense radicado em Pernambuco, onde cursou a faculdade de Direito. Integrante de agremiação literária, fixou residência no Rio de Janeiro. Ficcionista e dramaturgo de reconhecido mérito, empenhou-se também em divulgar novos autores, à frente de importante revista literária.
[5] Quando duas pessoas falam do escritor Jorge de Lima, é certo que estejam se referindo à mesma pessoa, mas dificilmente estarão falando do mesmo poeta. Com efeito, o artista alagoano, cujo centenário de nascimento passou quase despercebido em 1995, representa, na literatura brasileira, a imagem do poeta em contínua mutação. Parnasiano medíocre e bem-comportado nos XIV alexandrinos (1914), regionalista na primeira onda do modernismo com Poemas (1927), Novos poemas (1929) e Poemas escolhidos (1932), místico-universal a partir de Tempo e eternidade (1935, co-autoria de Murilo Mendes), cosmogônico e barroco em Invenção de Orfeu (1952), Jorge de Lima - falecido em novembro de 1953 - sobreviveu a todas as transformações a que submeteu a própria obra e permanece hoje como um dos poucos poetas fundamentais da literatura brasileira do século 20.
[5] Um dos mais ameaçadores adjetivos que, de vez em quando, rondam a vida de um escritor é ''simbólico'', sobretudo quando antecedido das palavras ''cachê'', ''pro-labore'' e similares. Para as intervenções de outros profissionais na esfera da arte, costuma-se estipular um pagamento, maior ou menor, sem que seja necessário recorrer ao anteparo do famigerado adjetivo. Porém, a ''remuneração'' do escritor que participa de um evento (em que ele mesmo, não raro, é a principal atração) às vezes reduz-se a uma cama de hotel, a um café da manhã, a uns trocados para o deslocamento - e estamos conversados. Mal lido e não pago, o autor brasileiro encontra poucos estímulos para a difusão e o conseqüente reconhecimento de sua obra, a partir da própria desconsideração e do viés amadorístico com que seu ofício é tratado.
[5] Há 40 anos morria Cecília Meireles. Num famoso verso definiu-se como ''pastora de nuvens'', temperamento propício ao fluido e ao etéreo, viajante perdida do porto de si própria. Daí, portanto, as sucessivas viagens que empreendeu - na tentativa de encontrar no outro, na aventura, a promessa de uma unidade impossível de localizar em si mesma. Dentre os tantos ''outros'' que acolheu em seus versos, destaca-se a cultura do Oriente (em particular, a indiana), que a fez criar um de seus mais belos - e menos conhecidos - livros: os Poemas escritos na Índia. Embora publicados apenas na década de 1960, trazem no subtítulo a menção ao ano de sua escrita: 1953. No ano passado, graças ao notável esforço e competência do ensaísta e tradutor Dilip Loundo, os poemas indianos de Cecília foram impressos em Nova Delhi, em antologia bilíngüe. Informou-me Loundo tratar-se da primeira coletânea de poeta brasileiro editada naquele país.
[5] Há alguns meses, voltou às estantes das livrarias, por uma feliz iniciativa da editora Topbooks e da Academia Brasileira de Letras, um clássico da epistolografia brasileira. Referimo-nos à Correspondência de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, que, apresentada e anotada por Graça Aranha, ultrapassa em muito o âmbito de conversa entre amigos e levanta questões importantes acerca do papel do intelectual e do escritor no período compreendido entre o final do Império e os primórdios da República Velha.
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