
Quebradeira, rachadinha e ruptura
‘O Brasil está quebrado, e eu não posso fazer nada’, afirmou o presidente.
‘O Brasil está quebrado, e eu não posso fazer nada’, afirmou o presidente.
O Rio Grande do Sul já elegeu um negro, Alceu Collares, para governador e prefeito da capital.
Trump pode bater pé com seu “daqui não saio, daqui ninguém me tira”.
A chocante decisão do ministro Marco Aurélio, de soltar o chefão do tráfico condenado em segunda instância, nos dá a chance didática de uma análise rigorosa sobre o país que estamos deixando para nossos filhos.
Chamam de soft power. Poder suave. Macio. Agindo na maciota. Água mole em pedra dura.
Quem temia que a vaca fosse para o brejo já tratou de se atualizar.
Se o historiador Carlo Ginzburg tem razão, e a vergonha coletiva pode funcionar como uma forma de identidade nacional, podemos nos identificar como brasileiros se nos unirmos na consciência do vexame.
Entre notas e entrevistas recentes, ficou no ar a frase do general Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, advertindo o outro lado a não esticar a corda.
Sei que opinião individual não interessa. Não importa que, ao contrário do presidente, eu jamais tenha tido o impulso de ouvir filho atrás da porta e sinta engulhos diante de quem acha isso recomendável.
Mário Henrique Simonsen ensinou que o sistema social menos imperfeito é o que sabe corrigir mais rápido seus erros. Chamava a atenção para um aspecto novo no mundo, lá nos anos 1970: não mais o grande a engolir o pequeno, mas o veloz a devorar o lerdo.
Durante anos, Eduardo Suplicy defendeu um programa de renda mínima —coisa de sonhador.
Com a chegada da Covid-19, somos instados a ter juízo, manter distância social e responsabilidade cidadã, proteger a nós mesmos e aos outros. Buscar sensatez. Seria bom ter bons exemplos.
Nunca usei o adjetivo “abjeto”. Mas foi o que me ocorreu quando vi um interrogado, numa CPI no Congresso, acusar uma jornalista de querer trocar sexo por falso testemunho.
Sensatez em uma área não é incompatível com sanidade em outra. É possível apoiar o combate a milícias e querer a privatização da Cedae, por exemplo. Ser de centro esquerda e defender votos dissidentes como o de Tabata no caso da Previdência e o de Freixo no pacote anticrime.
Natal é hora de cultivar afetos e reconectar com amigos — mesmo meio afastados ultimamente, num país com os nervos à flor da pele, a multiplicar mensagens azedas e atitudes irascíveis. Na área da cultura, então, a julgar pelas nomeações recentes e delirantes manifestações dos nomeados, tudo indica que há um projeto político de terra arrasada contra intelectuais e artistas de todo tipo.