
Do regional ao global no conflito egípcio
[2]As marchas e contramarchas, no Cairo, entre oposicionistas e defensores do regime de Mubarak levam a novas interrogações sobre o conflito deflagrado pela revolução tunisiana. Não se pode atribuir, por completo, à manobra do presidente, a enxurrada nas ruas para sufocar os inconformados com o sistema. Multiplicam-se os depoimentos de uma classe média egípcia a sobrelevar a estabilidade consolidada do país, sobre as reivindicações de um pleno e amplo restabelecimento da democracia. De outro lado, a multiplicidade de lideranças autoassumidas contra o regime indica, cada vez mais, que não há um verdadeiro levantamento do inconsciente coletivo egípcio. Fosse tal a situação, eclodiria uma mobilização consequente a, já, ter, nesta altura, carismática ou não, uma clara liderança no abate a Mubarak.