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Artigos

  • Mobilização

    Por mais que os principais líderes da base aliada, e em especial a própria presidente Dilma Rousseff, tentem esvaziar de sentido político a luta contra a corrupção, transformando a já célebre "faxina ética" em uma invenção da mídia, ou consequência natural de casos pontuais de denúncias, sem que haja um combate sistêmico determinado como agenda política do governo, o processo dificilmente será estancado, embora já esteja claro que ele pode se transformar em "fogo de palha" sem um forte movimento da sociedade.

  • Metástase

    A imagem é mais do que sovada: de tanta corrupção que funciona como um câncer no organismo da nação, penetramos naquele estágio quase terminal da metástase. Não é um órgão, o baço, o fígado, o pulmão, o seio ou a pele que contraíram o tumor maligno: ele se espalhou e sua cura é cada vez mais problemática -se é que há cura radical para isso.

  • Isso não vai dar muito certo

    Os problemas brasileiros, como não podia deixar de ser, têm repercutido bastante em Itaparica. Bem verdade que nem sempre essa repercussão coincide com as vigentes em outras partes do País. Toninho Leso, por exemplo, ficou grandemente surpreendido, quando lhe informaram que chamar alguém de corrupto não é um elogio. Como, não é um elogio? Não se deve elogiar uma pessoa que nasceu pobre, teve pouco estudo e hoje é rica milionária, recebida em toda parte e chamada de doutora, ou senão Excelência? Quem não elogia é porque não chegou lá e tem inveja. Se o sujeito se elegeu é porque queria se fazer na vida, como todos os outros que também se elegeram. Agora que ele se fez, somente a inveja é que pode explicar essa raiva que têm deles.

  • O papel de Dilma

    Por duas vezes semana passada ouvi referências sobre a teoria dos papéis, a primeira delas em palestra do antropólogo Roberto DaMatta que, partindo de seu trabalho sobre o espaço da casa e da rua na nossa realidade, analisou questões éticas da sociedade brasileira à luz dos papéis sociais que desempenhamos.

  • Hífen com 'sub' e outros casos

    Um leitor contestou a decisão do Volp, da ABL, de grafar, por exemplo,‘sub-rogar’, contrariando a lição do texto oficial do Acordo de 1990 que, na Base XVI, 1º, a), manda que nos compostos com o prefixo ‘sub-’ se usará o hífen quando o 2º elemento começar por ‘h-‘, exemplificando com 'sub-hepático'. Desta forma, para o nosso leitor, o Volp teria de registrar ‘subrogar’, e não‘sub-rogar’. E alicerçando seu parecer, reforça a tese como exemplo do inglês ‘subrogate’, o espanhol ‘subrogar’, o francês ‘subroger’, o latim ‘subrogare’.

  • A hora é essa

    Desde criança que não entendo o mundo em que vivo. E agora, muito menos. Penitenciei-me no último fim de semana lendo os programas dos candidatos presidenciais da eleição de 2010, sobretudo o de Dilma.

  • Mais do mesmo

    O Brasil tende a aderir aos principais países ocidentais e reconhecer o Conselho Nacional de Transição da Líbia como o verdadeiro governante do país, mas só depois que a Liga Árabe e outros países da região como o Egito, a Tunísia e a Autoridade Palestina deram seu "apoio pleno" aos rebeldes líbios.

  • A língua da serpente

    Li que, na Inglaterra, estão pensando em criar um filtro para controlar a comunicação pela internet -que está sendo acusada de incentivar distúrbios e distorções que prejudicam a sociedade e os cidadãos. Não deixa de ser uma tentativa de censura, mas o furo é mais em cima.

  • Guerras internas

    Mais uma vez a reação da chamada sociedade civil organizada consegue reverter uma decisão no mínimo polêmica dos políticos de Brasília. Desta, os deputados indicados por PT e PMDB para a presidência e a relatoria da comissão que vai estudar as mudanças no Código de Processo Civil "desistiram" da indicação depois que a OAB e várias outras associações protestaram.

  • Entrelinhas

    Ao final da conferência sobre Érico Veríssimo, para alunos da rede municipal de ensino, o filólogo e Acadêmico Evanildo Bechara foi demoradamente aplaudido. O ato fazia parte da bem-sucedida Maratona Escolar promovida pela Secretaria Municipal de Educação, com o apoio da Academia Brasileira de Letras. Há diversas razões para a reação entusiástica da plateia. Uma delas certamente é o prestígio de Bechara, no cultivo da língua portuguesa. Outra é a forma da sua apresentação aos jovens. Pegou um trecho do romance Clarissa, em que Érico Veríssimo homenageou sua filha, colocou na tela e fez uma cuidadosa análise do significado do estilo desse autor e de tudo o que estava nas entrelinhas do seu texto. Aí é que residiu o fator principal do sucesso da conferência.

  • Apoio paralelo

    O trabalho paralelo que o ex-presidente Lula vem fazendo no seu instituto, despachando com ministros e recebendo políticos para montar estratégias eleitorais, inclusive para a disputa da Prefeitura de São Paulo no ano que vem, acabará se transformando em um apêndice do governo Dilma, naturalizando uma interferência que deveria ser rejeitada pela presidente de direito, mas que é até bem-recebida.

  • Golbery e a lucidez do poder

    Celebra-se, neste mês, o centenário do general Golbery do Couto e Silva. Confronta-se um dos reptos mais instigantes, do que seja o recado final da pessoa ao vencer todos os estereótipos fáceis do vulto crítico do governo militar de 64. Fundador do SNI, foi o responsável pelo avanço determinado de uma tecnocracia autoritária.

  • O pântano e o rio

    Semana passada, o "The Economist" dedicou matéria importante ao surto de corrupção que está marcando os primeiros meses do novo governo brasileiro. Entre considerações gerais, algumas gerais em excesso, classificou Brasília como um "pântano", terreno movediço que em pouquíssimo tempo tragou ministros, autoridades, lobistas e, de certa forma, vem impedindo que os bons propósitos da recente campanha presidencial sejam levados a sério, pelos menos até agora.

  • Reclamações

    Acabo de passar os olhos nos jornais e, naturalmente, li muito sobre corrupção, mas bem menos que em dias anteriores. É natural, não só foi feita uma faxina, ainda que meio estranha, como, principalmente, o assunto começa a ficar velho. Da mesma forma que em relação a um produto qualquer, cansamos do velho e queremos novidades. O noticiarista tem de matar um leão por dia, se quiser continuar tendo leitores. E aí vem esse papo de corrupção, espocam notícias e fofocas irrequietas e todo mundo entra no bonde, mas não completa a viagem, que acaba ficando chata mesmo, de tão repetitiva.