
O arco e a flecha
Do distante CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) que frequentei, guardei apenas uma definição de guerra: é o conflito violento de duas vontades.
Do distante CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) que frequentei, guardei apenas uma definição de guerra: é o conflito violento de duas vontades.
O PMDB está fazendo um movimento em direção à classe média em oposição ao PT, anunciando a divulgação de um documento no seu fórum nacional ainda esta semana onde se posicionará contra a criação de um imposto semelhante à CPMF para financiar a Saúde, e também contra qualquer tentativa de controle da mídia.
Na minha crônica anterior, citei um especialista que garantiu uma terceira guerra mundial na base do arco e flecha.
O mais importante na demissão de mais um ministro do governo Dilma, o quinto em menos de oito meses - um recorde negativo inacreditável - é a mudança, mesmo que tímida, nos critérios de preenchimento do cargo, que pode sinalizar um avanço na maneira de organizar o presidencialismo de coalizão.
Os estados produtores de petróleo, especialmente Rio de Janeiro e Espírito Santo, com a adesão de São Paulo, estão reagindo à tentativa do governo federal de alterar a divisão dos royalties do petróleo mesmo nos campos já licitados. Isso reduziria a receita que já lhes pertence de direito nos campos do pós-sal em produção no modelo de concessão e nos do pré-sal já licitados também no regime de concessão, além de mudar a distribuição nos campos do pré-sal a serem licitados pelo novo sistema de partilha.
Não, não era nada, mas, com a idade, perdera a carteira de identidade e providenciara outra. Ficou admirado ao ver que, junto ao nome, havia a observação do Instituto Félix Pacheco: "Idoso".
Em Madrid, na Praça Puerta del Sol, acelerou-se, nestes dias, este novo protagonismo imediato da democracia dos indignados. Deparamos esta irrupção do dissenso no emergir do século, que põe em causa o próprio cansaço do princípio de representação democrática. Retornamos ao arcano senão à memória ancestral do "povo na praça", nas ágoras atenienses, manifestando o desacordo e o aplauso, na cidade, em reunião a céu aberto. Não há, por outro lado, que confundir estas manifestações com os protestos cutâneos como os das marchas episódicas, entre nós, contra a entranhada corrupção do sistema. O novo da Espanha e a maturação da sociedade democrática dos nossos dias, ao lado de todos os aperfeiçoamentos parlamentares, levou ao desponte também desta manifestação do protesto e do dissenso. Dele nasceu o Maio francês de 68 e a procura, das novas liberdades "na praia, desenterrada do paralelepípedo urbano", nos motes de então.
De um encontro de duas amigas, Ruth Niskier e Fernanda Moraes Londres, nasceu a excelente ideia de prestar homenagem a um dos vultos mais proeminentes da Academia Brasileira de Letras, o escritor Rodrigo Octávio (filho), que viveu entre 1892 e 1969. Ele e seu pai, este fundador da Casa Machado de Assis, honraram as nossas letras, com obras que merecem ser sempre lembradas.
O que se temia está prestes a acontecer: a disputa pelos royalties do petróleo caminha para ser decidida na Justiça, com ambos os lados se armando de pareceres. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) contratou o jurista Célio Borja, ex-membro do Supremo Tribunal Federal, para defender os interesses do Estado do Rio. E o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) considera que a proposta dos estados produtores de aumentar o pagamento das participações especiais por parte das petroleiras fere os contratos já existentes e ameaça também entrar na Justiça, como anunciara o presidente da Petrobras.
O resultado do mais recente Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), que revelou um incrível desnível das escolas públicas em relação às escolas privadas do país, além de colocar em discussão a qualidade do ensino em si, está também acendendo o debate sobre a eficácia dos diversos mecanismos de avaliação da educação no país.
É claro que aquele papo da semana passada, sobre saudades dos tempos do bom e velho DC3, é meio fantasioso. Talvez para poder achar que a vida foi melhor do que efetivamente foi, a gente filtra as lembranças, amenizando as más e romantizando as boas. Mas a verdade é que não desperta muita saudade recordar o bom, o velho DC3 baloiçando ao vento debaixo de chuva, com a senhora ao lado deitando os burros n'água não tão discretamente, a boca colada num saquinho de papel. E as viagens longas eram muito chatas, apesar do serviço de bordo extraordinariamente caprichado sob qualquer ponto de vista, muito especialmente os padrões de hoje. Faziam tudo para entreter os passageiros (cinema a bordo era quase ficção científica), até mesmo a festa da diplomação dos que estavam cruzando o equador pela primeira vez. Recebiam um diploma personalizado, assinado por Netuno, champanhe ilimitada de graça e bagulhinhos sortidos.
O elemento co- teve uma vida acidentada de 1911 a 1945 nos respectivos formulários ortográficos. Gonçalves Viana preparou, para exemplificar a reforma de 1911, o ‘Vocabulário Ortográfico e Remissivo da Língua Portuguesa’, saído em 1912, e nas edições em vida (falecido em 1914), além das subsequentes até onde pudemos consultar, só registra ‘coabitar’ (e derivados), ‘coerdar’, ‘coerdeiro’.
“A fecundidade do inesperado excede em prudência do estadista.”Essa observação de Proudhon, realçada por Hannah Arendt, foi a que me ocorreu em 11 de setembro de 2001. Naquela ocasião estava em São Paulo participando, na Fiesp, de um seminário internacional sobre a agenda econômica externa do Brasil, à qual vinha atribuindo grande relevo desde minha posse no Itamaraty em janeiro daquele ano.
Passando pela avenida Atlântica, vi um helicóptero descer na praia, numa operação que me pareceu de treinamento. Lembrei-me de Juscelino Kubitschek. No dia seguinte ao de sua posse, às 7h30 da manhã, ele desceu em frente ao Copacabana Palace. Sem qualquer combinação prévia, foi buscar Richard Nixon, vice-presidente dos EUA, que viera para as solenidades que terminaram com uma recepção no Itamaraty.
Tanto no Congresso como na mídia está em discussão uma legislação que possa punir os abusos (ou os crimes) praticados na ou pela internet. A nudez da atriz Scarlett Johansson está sendo considerada uma invasão da privacidade a que todos temos direito. E há casos mais escabrosos, como acessos a contas bancárias, pornografia infantil etc. Pergunta: uma lei resolverá o problema?