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Artigos

  • Chico imortal

    Sobre o humorista Chico Anysio, cuja morte todos lamentamos, já se escreveu tudo.  Ou quase tudo.  Quero contar um episódio, até aqui inédito, do qual fiz parte, e que agora, em homenagem a sua memória, vou revelar.

  • A praga da corrupção

    Enquanto no país prevalecer a postura de tratar a corrupção dos aliados e correligionários como uma questão política, e demonizar a corrupção dos adversários, não teremos condições de controlar essa verdadeira praga, que não é “coisa nossa”, pois está espalhada pelo mundo globalizado, mas que tem encontrado entre nós um acolhimento incomum devido à legislação frouxa e à cultura da impunidade que por aqui impera.

  • Um luxo

    Certa vez Caetano Veloso disse que ter tido Fernando Henrique Cardoso e depois Lula como presidentes era "um luxo" para o Brasil. Ontem, na posse da Comissão da Verdade, que não por acaso também marcou a entrada em vigor da Lei de Acesso à Informação, tivemos, graças à presidente Dilma, uma demonstração de que estamos avançando, apesar das lutas políticas e dos eventuais desvios, na construção de uma democracia estável e madura.

  • Modelo esgotado

    O economista Claudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios, apresentou no Fórum Nacional, tradicionalmente organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, um interessante trabalho sobre as limitações do atual modelo econômico brasileiro, a despeito dos avanços registrados nas duas últimas décadas: uma combinação de estabilidade macroeconômica e redução da desigualdade e da pobreza, acompanhada de uma expansão do consumo nas camadas tradicionalmente mais afastadas do mercado.

  • O que é assistência social?

    Não é que o nosso povo tenha atração pelo embaralhamento das coisas. Mas às vezes até parece que essa é uma predestinação histórica. Veja-se o caso da educação, para alguns autores desatentos sinônimo de ensino e até de instrução. Sabe-se que cada um desses termos tem o seu significado próprio, o que não impediu inclusive legisladores de citarem o sistema nacional de educação como se fosse sistema nacional de ensino. A educação é muito mais ampla.

  • Dessemelhanças

    Na sabatina do Globo com o candidato tucano José Serra, uma pergunta de Arnaldo Bloch levantou um tema que tem predominado no debate político nos últimos anos: quão realmente semelhantes são os projetos de PT e PSDB e, na atual conjuntura eleitoral, se realmente tanto faz votar em Dilma ou Serra para presidente.

  • A mulher, a ciência e o coco

    Sim, cativante leitora, gentil leitor, fiquei devendo algumas explicações, depois da deplorável barafunda de assuntos com que os tenho vitimado, nos últimos domingos. Mas, apesar de tudo, creio que acabei esclarecendo mais ou menos a questão da gordura do coco e discorrendo um pouco sobre a inconstância do que nos apresentam como perenes e irretorquíveis verdades científicas. Não cheguei, contudo, a dizer direito o que via nisso de relevante para as mulheres. Hoje essa grave lacuna, como é destino de todas as lacunas, será preenchida.

  • Tiro no pé

    O flagrante da mensagem do deputado petista Candido Vacarezza garantindo imunidade ao governador do Rio Sérgio Cabral é mais uma confirmação de que essa CPI do Cachoeira está se revelando o maior erro dos últimos tempos do grupo político que está no poder. Convocada estranhamente pela maioria governista, a CPI tinha objetivos definidos pelo ex-presidente Lula e o ex-ministro José Dirceu: apanhar a oposição com a boca na botija nas figuras do senador Demóstenes Torres e do governador de Goiás Marconi Perillo, e desestabilizar o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, responsável pela acusação dos mensaleiros no julgamento do Supremo Tribunal Federal. De passagem, queriam certos petistas criminalizar a revista Veja para criar um clima político que favorecesse a aprovação de uma legislação de controle da mídia, como vem tentando sem sucesso desde o início do governo Lula. Por enquanto está dando tudo errado. A tentativa de constranger os ministros do Supremo resultou numa reação do Judiciário, que se viu impelido a não deixar dúvidas sobre sua independência. A vontade de procrastinar o julgamento, quem sabe deixando-o para o próximo ano, quando dois novos ministros estarão no plenário para substituir Cezar Peluso e Ayres Britto, ficou tão explícita que o revisor do processo, o ministro Ricardo Lewandowski, viu-se na obrigação de anunciar que pretende apresentar seu voto ainda no primeiro semestre, permitindo que o julgamento comece logo em seguida.

  • O mundo futuro

    O empresário Roberto Teixeira da Costa escreveu para o próximo número da revista “Política Externa” um artigo em que relata recente debate ocorrido no Instituto Fernando Henrique Cardoso intitulado Global Trends 2030 (Tendências Globais 2030), liderado por representantes do Espas — European Strategic and Policy Analysis; da ISS — European Union Institute for Securities Studies; do The Office of the Director of National Intelligence dos Estados Unidos; e do Atlantic Council, com a participação da FGV do Rio de Janeiro, representada pelo economista Marcelo Neri.

  • Batismos de fogo

    No sábado da semana retrasada, no comecinho de uma bela tarde, estava eu sentado, em companhia de amigos, a uma mesa do renomado boteco Tio Sam, sito na celebrada Rua Dias Ferreira, aprazível bairro do Leblon, na formosa cidade do Rio de Janeiro. Como de hábito, em rodas de boteco que congregam representantes da pouco invejada terceira idade, o papo meandrava preguiçosamente, uns discutindo remédios para hipertensão, outros comentando as virtudes dos antioxidantes, outros descrevendo o mau comportamento de suas próstatas, outros mentindo sobre como nunca nem puseram os olhos num comprimido de Viagra, quanto mais tomar um, outros rememorando como era gostosa a Kim Novak, outros maldizendo verduras e demais comidas sadias, e assim por diante.

  • Que pena!

    Morava em Copacabana, todas as manhãs ia à praia, de chapéu e óculos escuros. Para cortar caminho, pegava a galeria Menescal -onde, numa loja de discos, um hi-fi, que estava na moda, tocava "Que pena", sucesso de Jorge Benjor, que ainda era Jorge Ben, um bom dueto com a voz quase juvenil da Gal Costa e contraponto perfeito de Caetano Veloso.

  • O Brasil e o mundo

    No recente debate promovido pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso sobre as tendências globais para 2030, ficou patente que o Brasil está bem posicionado para o futuro. O empresário Roberto Teixeira da Costa escreveu para o próximo numero da revista Política Externa um artigo onde relata os principais pontos do debate, do qual participaram representantes do ESPAS – European Strategic and Policy Analysis; da ISS – European Union Institute for Securities Studies; The Office of the Director of National Intelligence dos Estados Unidos; e do Atlantic Council.

  • Royalties para a educação

    O que se deve louvar, no veto da presidente Dilma Rousseff ao artigo 3º da Lei de Royalties, é a sua coerência democrática.  Respeitou direitos adquiridos em contratos anteriormente assinados.  Com isso, os poços do pré-sal já licitados, no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e em São Paulo, os maiores produtores brasileiros, renderão para os seus municípios, sem quebra de continuidade.                                        Outra decisão relevante foi a de tornar exclusiva da  educação a renda futura dos poços a serem licitados.  Serão bilhões de reais de reforço ao caixa de municípios combalidos, sem condições de oferecer uma educação de qualidade.  Temos problemas de sobra no ensino público nacional, a merecer esse ponderável reforço.  A questão que se coloca, agora, é a da competência para investir (e não gastar) adequadamente.  Os recursos do óleo e do gás são finitos e se não aproveitarmos essa última oportunidade, francamente, estaremos trilhando o caminho errado quanto ao futuro.                                      O que se reivindica do setor é um revolucionário projeto de capacitação gerencial, cursos de alta gestão, a serem proporcionados por instituições universitárias reconhecidas.  Além de 100% dos royalties, 50% de todo o rendimento do fundo social a ser constituído irão para a educação, num aporte histórico.  Se não aproveitarmos essa oportunidade, seguramente, em nossa geração, não haverá outra.                                       Os recursos serão somados ao mínimo constitucional existente (18% do orçamento da União e 25% dos orçamentos de estados e de municípios), corrigindo uma distorção do esperado Plano Nacional de Educação, que não previu de onde sairiam os recursos para os seus inúmeros projetos de desenvolvimento.  Estamos falando da  partiha  de 400 bilhões de reais, o que não é pouco.                                      O governo precisa continuar a fazer a sua parte, nesse complicado panorama de competividade internacional.  Resolvida a questão dos recursos financeiros e partindo do pressuposto de que serão bem aplicados, voltam-se nossas atenções para a escorchante política de tributos.  Estamos na liderança mundial, com quase 40% de uma cobrança incompreensível.  Já não seria o  momento de diminuir progressivamente os tributos que oneram as folhas de salários?   Nossa economia pede uma injeção de ânimo no espírito dos empresários brasileiros, que devem investir mais e criar empregos palatáveis aos nossos jovens.  Para se  ter uma ideia clara da situação  encontrada, o Brasil é 43% mais caro do que os Estados Unidos, em relação a esses elementos de entropia sistêmica.  Não se pode, pois, estranhar que as taxas de investimentos estejam em queda e o país sofra com a perspectiva oficial de um “pibizinho”, o que é profundamente lamentável.  Retrocesso puro.                                  O pretexto de resolver de vez o gargalo financeiro da educação deve ser acompanhado de outras providências oficiais, para que possamos ter um  crescimento autossustentado.  Boa gestão não é isso?

  • A última palavra

    O que está em debate nas derradeiras reuniões do julgamento do mensalão não é a prevalência da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o Legislativo, mas se parlamentares condenados merecem ou não perder direitos políticos, além das penas já aplicadas. Não há como colocar em dúvida que a última palavra sobre questões constitucionais é do STF, até mesmo “o direito de errar por último”, como disse Rui Barbosa.