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ABL exalta a presença sempre participativa na vida acadêmica de Ivo Pitanguy, morto aos 90 anos, no Rio de Janeiro

 

O Presidente da ABL, Acadêmico e professor Domício Proença Filho, em missão oficial nos Estados Unidos, ao ser informado do falecimento, determinou que seja cumprido luto de três dias e que a bandeira da Academia fosse hasteada a meio mastro  e afirmou: "Ivo Pitanguy era uma presença brasileira em todo o mundo, um amigo fraterno, um acadêmico sempre participativo na ABL, uma raríssima figura humana, aberta plenamente à doação dos seus saberes e de sua alta competência." 

A Secretária-Geral, Acadêmica e escritora Nélida Piñon, garantiu que “A trajetória de Ivo Pitanguy comove o Brasil. Embora sob o domínio humano, como todos nós, seus feitos transcendem. Constituem uma narrativa que abrange a vida de um brasileiro, cujas ações superam o comum dos mortais”.

O Acadêmico e cirurgião plástico Ivo Pitanguy, um dos mais reverenciados no Brasil e no mundo, quarto ocupante da Cadeira 22 da Academia Brasileira de Letras, morreu no dia 6 de agosto, em sua casa, na Gávea, às 17:30h, de infarto do miocárdio e insuficiência respiratória. O corpo foi velado no Memorial do Carmo, às 13 horas de domingo, dia 7 de agosto, e, às 18 horas, cremado. Recentemente, o Acadêmico manifestou o desejo de que as cinzas sejam levadas para sua ilha, na Baía de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro.

O Patrono da cadeira 22 da ABL é José Bonifácio. O primeiro ocupante e fundador foi Medeiros e Albuquerque, seguido de Miguel Osório de Almeida e Luís Viana Filho, a quem Pitanguy sucedeu.

Em seu discurso de posse na ABL, o Acadêmico, eleito em 11 de outubro de 1990 e recebido em 24 de setembro de 1991 por seu confrade Carlos Chagas Filho, declarou:  “Picasso dizia que há dois tipos de artista: ‘Aquele que faz do sol uma simples mancha amarela, e o que de uma simples mancha amarela faz o sol’. Creio que escritor é quem transforma manchas amarelas em sóis: tanto é iluminado quanto ilumina. Tem luz própria. O escritor sabe, como Shakespeare, que palavras sem pensamento não vão para o céu – não alçam voo. Deve, então, haver uma intimidade entre o pensamento e a palavra, de tal maneira que esta, plena da força do pensar, possa se fazer bela e acordar os homens, o mundo. O escritor é capaz disto: através da palavra, possibilitar o acesso ao belo da vida, à beleza essencial que habita o coração de todos os seres, de todas as formas. A beleza é uma forma de verdade ou será a própria verdade? Julgo só ser possível atingir a verdade a partir do belo.

Pitanguy deixa viúva a senhora Marilu Nascimento, com quem casou-se em 1955, cinco filhos, Ivo, Gisela, Helcius e Bernardo, e cinco netos. Ele nasceu em Belo Horizonte, no dia 5 de julho de 1926. Filho de Maria Stäel Jardim de Campos Pitanguy e de Antonio de Campos Pitanguy, médico cirurgião. Iniciou sua formação profissional ingressando na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais e formando-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1946. Este aprendizado prolongou-se por mais de 10 anos, através de estágios e cursos realizados nos EUA e na Europa, já aliando a prática médica ao exercício do ensino.

07/08/2016