
História de Amor e Saudade
Mas o meu tema de hoje, embora pessoal, é daqueles que merecem uma meditação universal: a relação entre pais e filhos, os valores da família, o amor e a morte.
Mas o meu tema de hoje, embora pessoal, é daqueles que merecem uma meditação universal: a relação entre pais e filhos, os valores da família, o amor e a morte.
Não tenho nenhuma autoridade para falar de futebol. Sou um dos poucos brasileiros que não é fanático pelo esporte jogado, especialmente pelo futebol. Ao longo de minha vida só quando menino, bem menino, aos dez anos joguei com bola de meia, porque em Pinheiro e São Bento não havia bolas de plástico — coloridas ou não, sempre despertam a fascinação das crianças —, e essas bolas de meia satisfaziam o nosso desejo com a possibilidade de praticar o esporte que é, e já era, uma paixão nacional.
Estamos vivendo coisas com que nunca sonhamos. Uma delas, a pós-verdade, que colocou a mentira no lugar da verdade, que deixou de ser o que é para tornar-se o que as emoções da rede social definiram como verdade. O fato foi substituído pela narrativa.
A cada dia, neste mundo violento, a segurança volta a ser a nossa maior preocupação, como no mundo primitivo, quando o homem vivia sob o medo de ser caçado, ele mesmo sendo um caçador, quando vivia trepando nas árvores para defender-se — por isso mesmo desenvolveu braços compridos.
Como reagir ao saber da notícia de que, em Mato Grosso, a Polícia Federal chegou ao fim de uma investigação para saber quem tinha assassinado o advogado Roberto Zampieri, que estava permanentemente lutando contra a corrupção na Justiça naquele Estado, e, quando concluiu o trabalho, o que a Polícia encontrou, para o estarrecimento de todos e vergonha para o País? Uma empresa estruturada com uma tabela de preços para a prática de crimes hediondos, chegando ao maior deles: o homicídio.
Está muito cedo para saber-se o que aconteceu nas quatro sessões que levaram os cardeais a escolher o Cardeal Robert Prevost, americano e peruano, para tornar-se o Papa Leão XIV.
Nós, brasileiros, temos o hábito de cultivar o pessimismo em relação ao nosso País. O nosso olhar é um pouco o de ver a árvore, e não a floresta, como no apólogo que Rui Barbosa invocou quando discutia uma lei de anistia: ele citou a diferença entre plantar couve e plantar carvalhos e concluiu: nós gostamos sempre de olhar a couve sem ver os carvalhos.
A liberdade de imprensa passou a ser um ponto alto para a existência da Democracia. Nasceu da visão extraordinária de um homem público, um dos fundadores e pensadores maiores da independência dos Estados Unidos da América, Thomas Jefferson.
Nessas comemorações dos 40 anos da Democracia no Brasil, devemos fazer algumas reflexões. Otávio Mangabeira dizia que a Democracia é uma plantinha tenra que necessita ser irrigada e vigiada todos os dias. Já nós, ao tempo da União Democrática Nacional – UDN, no combate à ditadura Vargas, tínhamos como lema que "O preço da liberdade é a eterna vigilância".
Foi com espírito conciliador e cauteloso que, há exatos 40 anos, José Sarney assumia a Presidência da República o primeiro civil após 21 anos de ditadura militar, iniciando a transição para a democracia
A memória não retém o momento, o clima, a emoção. Depois de amanhã, 15 de março de 2025 é apenas uma data, fonte de tantos julgamentos e versões. O tempo é uma invenção do homem, e as datas redondas nos seduzem a construir o passado. Esta representa 40 Anos de Democracia, que se inicia com a minha posse no cargo de Presidente da República, encerrando o regime militar.
Quando fui Presidente havia três orçamentos: o orçamento fiscal, o das estatais e o do Banco Central. Na verdade, dos três orçamentos, não tínhamos nenhum, pois cada um apresentava um quantitativo diferenciado, como ocorre hoje quando o Ministro Flávio Dino procura o nome do parlamentar autor de emendas ao orçamento, o seu valor e destino e seus objetivos.
Eu muitas vezes, em entrevistas, artigos, disse que, ao longo da vida, nunca tive capacidade de sentir ódio. E isto considero que me fez e faz muito bem. O ódio traz como consequência maior o ressentimento, e este, a amargura, que faz muito mal a nós próprios e deforma o nosso modo de viver.
No Brasil, segundo o IBGE, são 780 mil pessoas com mais de 90 anos; comigo, 780.001, sendo as mulheres a maioria, número que tende a crescer nos próximos anos.