O destino e a prévia
As trapaças do destino acabaram aprontando das suas na sucessão paulistana, que se transformou em centro da disputa nacional pelo poder entre PT e PSDB. O partido que escolhia seus candidatos "ouvindo as bases" deixou de fazê-lo quando chegou ao poder real, passando a impor seus preferidos às direções regionais e a reservar para Lula o papel de candidato único à Presidência da República, sem contestações. Já ao PSDB, diante de um quadro partidário fragmentado e sem grandes nomes para disputar a prefeitura de São Paulo, não restou alternativa que não fossem as prévias, uma maneira de a direção partidária lavar as mãos na escolha de seu candidato, deixando que a frágil militância tucana decidisse o destino do partido que, pela primeira vez em muitos anos a direção não conseguiu definir. Agora que o ex-governador José Serra parece ter decidido concorrer à Prefeitura, não há mais como desistir das prévias e aclamá-lo candidato único, como era a vontade da direção nacional no início do processo.