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Entre a Presidência e o presídio
A lei tem de ser igual para Lula e Temer, Cunha e Renan, Aécio e Cabral, Maluf, Jucá e Geddel, e quem mais chegar.
A lei tem de ser igual para Lula e Temer, Cunha e Renan, Aécio e Cabral, Maluf, Jucá e Geddel, e quem mais chegar.
Um dos dados mais relevantes da pesquisa Datafolha é o número quase recorde de eleitores que rejeitam os partidos políticos. Nada menos que 64% dizem que não têm partido. O eleitor está desamparado, define o diretor do Datafolha Mauro Paulino. No restante, o PT continua sendo o partido de mais apoiadores, o que acontece historicamente desde 1999, quando superou o PMDB. Na pesquisa atual, o PT tem 18% de preferência do eleitor, e os demais partidos patinam em torno de 1%, o PMDB tem 5% e o PSDB 3%.
A tendência ao aumento dos votos nulos e em branco nas eleições presidenciais deste ano já estava registrada desde as eleições municipais de 2016, quando em diversos estados como o Rio de Janeiro e São Paulo a soma dos não-votos atingiu entre 18% e 20%, em comparação à média de cerca de 8% nas eleições anteriores.
Ao definir que o Supremo Tribunal Federal (STF) não pode se pautar por questões pessoais, e por isso seria apequenar a mais alta Corte do país rever a decisão sobre a prisão depois de julgamento em segunda instância devido à situação do ex-presidente Lula, a presidente Cármem Lúcia colocou limites às pressões que vem sofrendo para colocar o assunto na pauta.
Milicianos não andam de bermudão e chinelos de dedo, são bandidos de paletó e gravata que se infiltram em instituições do poder, frequentam gabinetes de políticos.
O impasse generalizado que vivem os partidos políticos para a escolha de candidatos à presidência da República demonstra com clareza não apenas a falta de líderes, mas, sobretudo, a desimportância dos programas de governo no debate eleitoral.
A virtual inelegibilidade do ex-presidente Lula, que depende apenas de tempo, não de interpretações jurídicas sobre a Lei da Ficha Limpa, que é inequívoca, está levando a que as forças partidárias comecem a remontar suas alianças políticas para a eleição presidencial de 2018, fazendo com que saiam do armário ambições até agora reservadas, como candidaturas de partidos historicamente caudatários do PT, ou como a de Marina Silva da Rede, que está perdendo a cerimônia em relação ao partido que ajudou a fundar e a suas lideranças, inclusive Lula, a quem sempre preservou.
Espanta o sistema não se dar conta da movimentação inédita em torno de Bolsonaro, a absorver todo esse rumo de nosso futuro. E, sobretudo, a partir do enorme contingente evangélico, de força inédita, e, agora, amplamente mobilizado, saído ostensivamente do absenteísmo político
O ‘partido da ética’ prometia não roubar nem deixar roubar. Era um desafio encontrar em algum escândalo um membro do PT. Hoje é não encontrar.
A desqualificação do protesto global das mulheres é a tentativa agônica de salvar o espirito do século passado.
Já entrou para o anedotário da política brasileira a confissão do ex-presidente Lula: "Quando a gente é de oposição, pode fazer bravata porque não vai ter de executar nada mesmo. Agora, quando você é governo tem de fazer, tem que ser responsável, e aí não cabe a bravata". Em outra ocasião, ele confessou, entre risos de seus entrevistadores amigos, que quando era oposição viajava o mundo falando mal do Brasil e ganhava muita atenção no estrangeiro citando dados estatísticos que não exprimiam a verdade.
A defesa do ex-presidente Lula tem todo direito de recorrer aos tribunais superiores para tentar reverter a decisão do TRF-4 e conseguir liberá-lo para disputar a eleição deste ano. Mas os tribunais superiores têm também a obrigação de analisar os recursos em tempo próprio para que a eleição não transcorra em insegurança jurídica, permitindo que um candidato considerado inelegível, enquadrado na Lei da Ficha Limpa, registre seu nome na urna eletrônica sem a garantia de que poderá mesmo competir.
O Brasil novo que luta para nascer dos escombros da velha ordem patrimonialista se pronunciou ontem em Porto Alegre. A situação do ex-presidente Lula, depois da confirmação unânime de sua condenação pelo TRF-4, pode ser resumida da seguinte maneira: hoje ele está mais próximo da cadeia do que do Palácio do Planalto. Mas, como é a velha ordem que predomina, tudo pode acontecer.
Vendo carros e motos ‘voando’ a mais de 100km/h, não consegui deixar de pensar no que aconteceria se algum motorista perdesse controle da direção.
A última tentativa da defesa do ex-presidente Lula no julgamento do recurso contra sua condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro é pedir, alternativamente à absolvição, a prescrição dos crimes, que teriam acontecido em 2009.