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José Sarney

CONVERSA DE CANOEIRO

- Nestes mares, Mestre João?
- Sim, cá e code.
- Por amor de quê?
- Para sofrer menos.
- Sofrer de menos ou sofrer de mais?
- Tanto faz.
- Andando que rumos donde?
- Caminhos do Norte.
- Do Norte ou da morte?
- Tanto faz.
- Norte de que?
- Das águas, compadre.
- Das águas de mais ou das águas de menos?
- Tanto faz.
- Águas ou éguas?
- Tanto faz.
- Êta Maranhão grande aberto sem porteira ...

(Homens do Rio Pericumã)

 

BREJAL DOS GUAJAS

Brejal, ai meu Brejal,
Brejal dos Guajajaras,
Morrer em ti, ai Deus,
Morrer em ti, ai Deus,
Tomara ...
Valsa de Zé Binga

Em pace, em pace,
em rua, em rua,
Ai meu Deus, padecendo
sem culpa nenhuma!
Incelência do Olho-d’Água Seco

Brejal, Brejal, terra querida,
Brejal, ai meu Brejal,
Motivo da minha vida,
Dizer adeus a ti, ai Deus,
Não digo tal ...
Valsa de Zé do Bule

1

O caminho do Brejal era longe. Longe demais para ser contado em dias ou léguas., A distância dependia da época das viagens: se era no inverno, invernão de pingo grosso, seis meses de água por todos os lados, não tinham fim. De trem até longe, de longe em canoa subindo o Rio Itapicuru até a Laje Amarela, e de lá a cavalo até a ponta da rua ou mais, se era amigo, e se não era, da ponta da rua a pé a té a hospedaria do Marcado, falando mansinho, olhando de lado e de frente até que se soubesse a que vinha e donde.

Ruas tinham duas: a da Matriz e a do Mercado. A cidade era menos mais que umas três quarentenas de casas. Nem telégrafo nem calçadas, nem calçamentos, nem prédios públicos, nem escolas. Aliás, escola tinha uma, de uma sala, construída recentemente; nela residia o sargento da força policial de dez praças.

Do antigo teso grande onde agora se localizava a cidade só restava um pé de tamboril, copudo, verde, de folhagens abertas, em frente à casa de D. Rosa Menina. Na época da safra os moleques vinham e juntavam as favas chatas. Ali, antigamente, os veados deviam chegar para a comida nas noites de verão, Boa espera teria sido aquele tronco onde agora ficavam amarrados os animais e a rancharia. Na cidade todos se conheciam e o que se vendia eram os teréns de vestir e de comer, e um pouco de arroz, porque não era zona de arroz, mas de muito babaçu e farinha. Chamado dos Guajas porque ficava próximo à aldeia dos guajajaras, hoje longes, perdidos, mortos e domados.

- Ôi, Rosa, Deus ajude, mulata dengosa ... - dizia o cônego João, pároco há muitos anos, respeitado e estimado por uma banda da cidade, que lhe dava todas as virtudes, desde a de pai de família exemplar até a de milagroso pastor das almas.

- Amém - respondia Rosa Menina, na banca de café e arroz de toucinho, vendido na mão.

O Padre João e Rosa talvez fossem as únicas pessoas que podiam falar ao mesmo tempo com o Coronel Francelino Procópio dos Santos e com o Coronel Manuel Guimarães dos Santos, primos carnais, morando em ruas diferentes, inimigos de vida e morte, ambos ricos, ambos poderosos, mas ambos da mesma corrente política invicta em todos os pleitos realizados desde a queda da ditadura. A oposição nunca conseguira um voto sequer. Ambos os coronéis e seus dependentes não sabiam o que era essa palavra.

É bem verdade que um e outro guardavam profundas mágoas do governo, pois, conforme as influências e os candidatos a apoiar, as posiçòes locais ficavam alternadamente numa ou noutra mão.

O clima na cidade esse ano estava bom. A proximidade do pleito marcava momentos de apreensão para os chefes. Ambos trouxeram de São Luís a nova orientação e os dois a ouviram vigorosa:

- Quem ganhar as eleições será o dono de todas as posições municipais e o chefe do Partido. É impossível manter essa disputa do Brejal ...

O Coronel Francelino Procópio dos Santos, Javali de apelido, ficara irritado com essa decisão. Decisão ingrata para ele, há anos servidor da casa, que levara ao Brejal, para padrinho do seu filho mais velho, o Senador Clemente Guerra, a quem em todas as lutas acompanhara com cartas de solidariedade. Ter agora de mostrar prestígio, ele que demonstrara prestígio em todos os anos? Mas é que o adversário, o Coronel Manuel Guimarães, conhecido como Né Guiné, sabendo que o filho do senhor Presidente do Partido era candidato a deputado estadual, dera o golpe antecipado. Passava um telegrama aderindo a essa candidatura e nesse apoio, justiça era confessar, passara à frente do Chico Javali.

O Senador Guerra montara a sua política na realidade das ambições locais. Conhecia como a palma da mão todos os meandros da luta municipal, suas pequenas ambições e suas grandes batalhas. Naquele, dia, a sua figura de chefe astuto brilhava, no exercício de uma função que sempre fora do seu agrado: o jogo das ameaças. Os olhos espantados e abertos e aquele charuto apertado no canto da boca compunham o conjunto do corpo grande a sacudir violentamente a perna e a torcer os dedos.

- O nosso Partido, compadre, foi feito para servir os amigos. A lei é dura para quem é mole. O Governo não conhece decreto quando o interesse do amigo está em jogo e inimigo não tem bandeira.

O Coronel Francelino Procópio dos Santos bem compreendia o significado daquelas palavras. Era assegurar a nomeação dos cobradores de impostas taxando o Né Guiné, os soldados prendendo os agregados e a tranqüilidade para não pagar nenhum tributo, o que era da tradição do partido. Por outro lado, nas palavras do Senador Guerra estava aquela ameaça velada afrontando os perigos da oposição a que estaria sujeito se o Né Guiné ganhasse o pleito.

Francelino ouvira silencioso a voz de comando. Estava impassível naquela Sala da Estrela do Palácio dos Leões, onde tantas vezes fora recebido. Pela janela, a viração da baía de S. Marcos batia nos cabelos do compadre e amigo. Realmente o Né Guiné tinha conseguido um tento. Levara o Senador Clemente para uma posição que em que ele não gostava que estivesse. Afinal de contas, na imparcialidade da luta do Brejal, a parcialidade do senador sempre fora o trunfo. E não eram duas nem três vezes que telegrafara pedindo a sua interferência para manter amigos nas posições políticas do Brejal. Ele era o Prefeito do Brejal, tinha a maioria da Câmara Municipal, prova suficiente da sua supremacia. Por que testá-lo num pleito novo, quando de direito já devia ter o comando absoluto do Brejal dos Guajas? É bem verdade que o Né Guiné elegera o vice-prefeito e quatro vereadores, tivera uma grande votação, e perdera a eleição apenas por três dúzias de votos.

O Coronel Javali não comparecia aos Leões senão de terno escuro, jaquetão de oito botões, sapatos de abotoaduras cruzadas, fechados no lado, aquele pince-nez que o acompanhava nos momentos solenes. O cavanhaque era uma reminiscência histórica. No Estado, todos sobreviviam uns três, e o dele era dos mais célebres. (aquele cavanhaque é só safadeza - Quando vai mentir, coça logo a barbicha - Cavanhaque não dá vergonha a ninguém - eram frases velhas dos adversários.) Javali, entretanto, tinha o cavanhaque; e era um cavanhaque solene. Nas conversas políticas, representava a própria tradição. Falava devagar, usando sempre vossa mercê e a voz era escorregadia. Um dia, pediram ao Coronel Né Guiné uma definição para o adversário.

- Aquilo é como semente de linhaça: escorrega que não há dedo que segure ...

Já seu primo e adversário, o Né Guiné de apelido, nascido Manuel Guiné dos Santos, tinha a voz mais forte. De manobras mais claras, gabava-se dos músculos, de vigor para toda obra. Calvo, sempre com um fungado longo, pigarreava a miúdo. Das letras nada ou pouco sabia, mas nas contas gozava de boa cabeça. Sua roupa de viagem à capital era sempre aquele terno branco de linho inglês, gomado até as costuras e mostrando nos tons amarelados os longos meses de baú. Usava o "meu senhor" sem muitos rebuços.

Quando o Cônego João interpelou o Coronel Francelino para que reconhecesse qualidades no opositor, conseguiu apenas uma frase:

- Aquilo é como estopa: não tem avesso nem direito ...

Francelino Procópio dos Santos era homem de muitas posses, casa sortida, de dez portadas, calçada alta, secos, molhados, fazendas de gado e de terra. Tinha muitos filhos. Alguns já homens, alguns casados, outros estudando, um genro na loja, mas a sua paixão, a paixão de sua vida sempre fora a política. Afinal de contas, herdaram do avô, ele e primo Né, por pais diferentes, o eleitorado e os bens.

O Brejal era outrora, uma dormida das boiadas que desciam de Goiás em demanda da feira das Pombinhas. O velho Santos, seu avô boiadeiro, ali descansava quando vinha do serão alto, e nos campos e pastos de Brejal passava dias. No Brejal o velho conseguira casar, já maduro, coisa que nunca o deixaram fazer antes a profissão e a mulherenguice.

Contavam que o velho Santos parava sempre no Brejal por causa da Dona Mariquita, viuva que tinha três filhas, uma pousada, e vivia das roças e das vendas. As filhas com o jeito da velha: morenas de cabelos claros e olhos compridos. A mais nova era a Biloca, de uns dezesseis anos.

O velho Santos trazia sempre um vestido para Biloca, agradava a Biloca, e com ela tinha dengues que não tinha com ninguém.

O Brejal nos meses de julho a agosto era muito frio. Pelas nascentes, juçarais e buritis. O velho Santos, um noite, dormia na casa de D. Mariquita. O frio era demais, ele no quarto de fora não resistiu, e gritou para a dona da casa, pelas paredes de palha:

- D. Mariquita, ô dona Mariquita?

- O que é, seu Santos?

- Dona Mariquitazinha, ‘tá fazendo um frio danado... Mande a Biloca deitar mais eu, que eu sou um velho respeitador... ‘tá fazendo um frio danado...

- Vai Biloca. Vai deitar mais o capitão. Mas olha lá: costa com costa ...

Dez meses depois, o velho Santos voltava à pousado do Brejal para batizar o pai de Javali, o primeiro a nascer da sua longa prole. Ainda hoje se via a casa de D. Mariquita, Maria do Nascimento, um sítio abandonado, onde o velho Santos dormia com as boiadas, e onde ficara para fazer a vila que depois seria o Brejal dos Guajas.

Brejal tranqüilo, ajuntados alguns homens e mulheres e meninos naquelas duas ruas, só eles e as estrelas, impassíveis diante do mundo.

(Norte das Águas, 1970)

 

DISCURSO DE POSSE AO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO, EM 31 DE JANEIRO DE 1966

Aqui estamos, qualificados pelos povo, para um ato em que se manifesta a própria essência do regime democrático: a legitimação do Poder pela substituição do Governo. Aqui, neste instante, um novo Governo do Estado do Maranhão é constituído. Esse o compromisso que, sob a forma de juramento, este novo governo assume para com o Povo e as instituições democráticas do Estado e do Brasil. Bem sei que este juramento, à força de se repetir a cada período, com as mesmas palavras e no mesmo recinto, tem muito do seu significado obscurecido pela emoção e pela imponência desta cerimônia.

Não quero entretanto que, nem a emoção, que é legítima, nem a imponência, que é natural, sejam pretexto para o obscurecimento das palavras com as quais jurei respeitar as instituições e promover o bem-estar do povo maranhense. Porque este não é um juramento protocolar que termine nesta solenidade, nem um compromisso que se esgota neste instante.

Consciência do juramento

E a consciência de que este compromisso se prolonga dia a dia, por cinco anos de mandato, deve ser daqui por diante ( já que não foi até hoje) o divisor de águas entre duas concepções do dever governamental e da responsabilidade administrativa. Estou convencido de que somente a deliberada e consciente fuga aos compromissos que um Governo assume num momento como este pode explicar a desídia em relação aos interesses do Povo e a má fé na aplicação dos recursos públicos e as sucessivas violentações do comportamento político institucional. E porque muitos juraram para trais, e porque muitos assumiram compromissos sabendo que deles iriam fugir, é preciso que fique marcado, neste instante, que o juramento do meu Governo foi feito para ser cumprido. A palavra de um governo não pode ser menos honrada que a palavra de um homem de bem, e a palavra do meu governo é o compromisso que acabo de assumir diante desta augusta Assembléia Legislativa. Respeitar e fazer respeitar a Constituição; não erro ao dizer que esta constitui a primeira grande exigência do Povo maranhense decidia nas urnas. Não farei mais do que o meu dever e a minha vontade ao atender o Povo nesta que é também uma exigência minha, pois que outros não respeitaram nem fizeram respeitar o exercício do Poder e é necessário que se devolva aos maranhenses a confiança perdida na ação governamental, a segurança contra os critérios pessoais na gestão da causa pública e da coisa pública. Se uma palavra existe que possa definir o caráter democrático do Governo, essa palavra é confiança. Confiança do Povo nos homens a quem o Poder foi delegado, e esforço destes homens para não trair essa confiança sob pena de romperem unilateralmente o vinculo de uma representatividade que só existe se o comportamento e corresponde, de fato, ao que dos eleitos esperava o Povo que os elegeu.

(...)

Herança desoladora

A herança política e administrativa que nos legam as administrações anteriores, a paisagem econômica e social com que nos deparamos não convidariam, por certo, ao otimismo; sem exagero podemos afirmar: essa herança e essa paisagem têm muito de desolador e chega a estarrecer ver como puderam a imprevidência e a falta de compreensão dos deveres políticos, e tantos outros vícios, conduzir Terra tão promissora e tão magnífico povo às vésperas do desastre. Mas a verdade deve ser dita por um dever de responsabilidade. Que é hoje o Maranhão, a que estado reduziram o segundo Estado do Nordeste em extensão territorial, com população de mais de 3 milhões de habitantes, privilegiadamente compreendido entre as desolações da região sem água e as devastações da encharcada terra amazônica, cortado de rios perenes e com imensas áreas ainda virgens e férteis?

Pois está o Maranhão reduzido a campeão de analfabetismo, com apenas 30% das crianças em idade escolar freqüentando as escolas. Um leito hospitalar para quase 3 000 habitantes, com 1 para 500 no Pará e em Goiás; 1 leito para 200 000 habitantes no interior do Estado; apenas 8 municípios com abastecimento de água e apenas 2 com instalações sanitárias, num total de 128 municípios.

A educação média e superior são permitidas a faixas mínimas da juventude: apenas 1 em 200 habitantes chega ao ensino médio, contra1 em 50 no Pará, 1 em 80 em Goiás e 1 em 100 no Piauí.

Números trágicos no que tange às endemias, com áreas onde a verminose atinge cerca de 90% , a esquistossomose a mais de 50% e o tracoma a mais de 40% da população.

A situação não é menos dramática no setor de infra-estrutura, como transporte e energia: a rede rodoviária com extensão de apenas 4.980 km, dos quais somente 514 de construção pelo Estado, contra 21 554 km do nosso vizinho e pobre Estado do Piauí, 12 098 no Ceará e mais de 30 000 km no Estado de Goiás. Um total de potência instalada de 7 784 kw, contra 28 000 no Amazonas, mais de 40 000 no Pará e quase 30 000 kw no Ceará. Um só edifício no Rio de Janeiro, o Avenida Central, dispõe de quase o dobro da energia que se consome em todo o Estado do Maranhão.

A produção agropecuária, em termos rotineiros e de baixa rentabilidade por hectare, a produção industrial ínfima e numerosas chaminés de fábricas se apagando, levando ao desemprego milhares de trabalhadores.

O porto do Itaqui deixando o lendário para o anedotário; grandes regiões do Estado inteiramente isoladas e tendo como centro de integração os Estados vizinhos.

A renda per capita em último lugar da escala nacional: cerca de 1/3 da renda per capita média do Brasil.

E, sobretudo, furto e raiz de tudo isso, o subdesenvolvimento político: a imagem dos calamitosos dias da grilagem oficialmente patrocinada, dos enriquecimentos vertiginosos à sombra do Poder, das negociatas oficializadas, das violências policiais, da corrupção e da coações, do vilipêndios que fizeram do Governo alguma coisa de sombrio.

Paixão e determinação

A alguém poderia parecer que tal herança e tal paisagem serviriam de desestímulo a que se propusera recuperar e ampliar numa dimensão de grandeza a imagem que o maranhão projetou, no passado, para todo o Brasil. Tais destroços administrativos, tão desalentadora realidade econômica e social, não são por certo estimulantes para ninguém, ou não o seriam para quem não tivesse, como nós, a paixão de restaurar a grandeza da terra-berço, a determinação de ser fiel à multidão de esperanças desencadeada no coração do Povo em tantos anos de lutas e de sofrimentos, de amargas decepções e indestrutível bravura de milhões de maranhenses.

Chegamos ao Poder, porque pudemos unir e despertar, compreender e proclamar, e não tivemos medo de afirmar, protestar e condenar.

Chegamos ao Poder, porque o Povo que nos fez candidato estava conosco, como estávamos com ele, e nosso diálogo de esperança e de decisão teria de conduzir, como conduziu, à vitória. Chegamos ao Poder, porque tínhamos do nosso lado as forças políticas mais vivas deste Estado.

Chegamos ao Poder sem compromissos inconfessáveis, mas apenas com o claro, o manifesto compromisso de servir o Povo, de trabalhar pelo Povo, com o Povo por um Maranhão de dignidade, de liberdade e progresso e de grandeza, que, sob a imagem de um passado glorioso, há de projetar-se ainda mais num futuro magnifico, Sabem todos quantos nos conhecem que a determinação faz parte de nossa maneira de dizer e de agir. Este Maranhão da dignidade, da liberdade, do progresso e da grandeza, nào é apenas uma figura lendária: é a realidade que deve ser construída e, com a ajuda do Povo, haveremos de construí-lo.

Sabemos que nossa voz está sendo agora escutada não apenas nesta alta Casa do Poder Legislativo, mas em todos os rincões do Estado; está sendo atentamente acompanhada por aquelas mesmas centenas de milhares que nos escutaram em memoráveis comícios de campanha e cujas mãos tivemos a ventura de apertar calorosamente e cuja expressão de alegria jamais poderemos apagar da nossa lembrança. Também estamos aqui sentindo sua presença e queremos reafirmar solenemente todos os compromissos afirmados no pacto da comunhão de vontades. Acabou o tempo da prepotência e da violência, das aviltações e das perseguições, das coações, dos abusos e das corrupções.

(Governo e Povo, 1969)