
Um futuro sem esquerdas
[2]Não nos damos conta, possivelmente, dos efeitos inéditos das atuais perplexidades dos avanços democráticos sobre as velhas certezas de que um regime de liberdades aprimora a normalidade social e a busca de consensos coletivos. E é em tal quadro que se pode associar, sempre, também, democracia e mudança, como exigência do bem-estar coletivo. Não é outra a perspectiva sempre de uma esquerda, na sua ruptura com o status quo, e na luta contra os conservatismos, interessados no já conquistado e na manutenção de seus privilégios. O que mostram os nossos dias é a falta de alternativa de futuro num pensar-se, de fato, a mudança e a esquerda que a encarna.