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Artigos

  • Oscar para o Brasil ontem e hoje

    O Globo, em 10/09/2023

    Antigamente era o governo que indicava o filme nacional que ia competir como o melhor filme estrangeiro no Oscar americano. Conforme a época, isso era feito pela Embrafilme, pelo Ministério da Cultura e até mesmo pelo próprio Itamaraty. Mas nunca demos muita bola para o Oscar, que considerávamos uma premiação da e para a indústria de cinema americano.

  • Um carnaval que alerta e ensina

    O Globo, em 03/09/2023

    No Brasil, o carnaval tem um papel fundamental nisso tudo. Sendo a mais importante data festiva no país, ele é também algo que está definitivamente ligado à sua vida social. Para o mundo todo o Brasil é “o país do carnaval”, e isso funciona um pouco como um passaporte para nossas manifestações de qualquer espécie.

  • A razão da Inteligência Artificial

    O Globo, em 27/08/2023

    A onda levantada hoje contra a inteligência artificial (IA), por físicos, matemáticos e mais gente da mídia, não me parece justa. O grande Noam Chomsky, por exemplo, chega a dizer que a IA representa uma ameaça direta ao pensamento, à linguagem e ao próprio humanismo. Logo ele, que nos tem ajudado tanto a compreender melhor nosso tempo, graças à linguagem e à melhor compreensão do que os poderosos desejam de nós.

  • O papel da voz

    O Globo, em 20/08/2023

    Uma voz é como um instrumento musical, sua qualidade depende de quem a toca. Até a voz humana é tocada por alguém.

  • A aranha é o caos para a mosca

    O Globo, em 23/07/2023

    O sucesso de Xuxa na televisão e no resto do Brasil corresponde, mais ou menos, ao tempo entre o fim da ditadura cívico-militar que começou em 1964 e a redemocratização em 1985, com a vitoriosa candidatura de Tancredo Neves à presidência. Esse é um período em que a população começa a abandonar a admiração pelo que os ditadores prometiam ao povo brasileiro no auge da implantação do regime de exceção.

  • Como nossos pais

    O Globo, em 16/07/2023

    Imagine a cena. Lady Gaga chega para ver a estreia de “Coringa”, um filme que já era um mito público, mesmo antes de ser feito. Devo dizer que não compactuei com o mito e, quando o filme foi realizado e distribuído pelo mundo afora, reagi irritado com seu despudor, sobretudo por causa do personagem principal, que justifica sua falta de caráter pelo modo com que é tratado pelos outros.

  • O bom, justo e revolucionário hábito léxico

    O Globo, em 09/07/2023

    Eu tinha prometido a mim mesmo não falar mais de mortes, sobretudo as de gente de minha geração. Mas ela já está mesmo indo embora e, dessa vez, quem se encantou foi nosso grande José Celso Martinez Corrêa. Repito aqui o que o presidente Lula disse dele: “O Brasil se despede hoje de um dos maiores nomes da história do teatro brasileiro, um de nossos mais criativos artistas”.

  • Quem deve mandar no Brasil

    O Globo, em 02/07/2023

    Isso tudo se dá num momento em que se espalha pelo mundo um novo pensamento antinatalista, parte de ideias que correm por aí graças às desigualdades sociais, às lastimáveis diferenças entre países e à distância entre camadas distintas da população de cada um deles.

  • Aquilo que se vê

    O Globo, em 25/06/2023

    Não é que o Brasil esteja à nossa disposição. Mas vamos acreditar que podemos escolher o caminho. Aí, quem sabe, um dia chegaremos lá.

  • Diferentes revoluções

    O Globo, em 26/03/2023

    Conheci Jean-Luc Godard em Paris, quando o Cinema Novo começou a ser conhecido por lá e eu estava me escondendo da ditadura militar com Nara Leão, então minha esposa. Sem chamar a atenção de ninguém, ele me perguntava sempre que revolução desejávamos fazer com o cinema no Brasil. Bem informado, Godard sabia do que se passava no Brasil, tinha certeza de que o cinema não era a única coisa de que o país estava necessitado. E lembrava a população brasileira morta de fome.

  • O dia em que me dei aos outros

    O Globo, em 12/03/2023

    Eu devia ter uns 13 para 14 anos de idade e tinha amigos que frequentavam o cinema brasileiro. Alguns, como eu, faziam isso quase que secretamente, para que não soubessem dessa fraqueza. Tinha vergonha do que se contava na tela, considerava tudo aquilo uma falta do que filmar, como havia eventual falta do que dizer ou fazer. Tinha vergonha dos roteiros cheios de furos, dos artistas em busca do que expressar, dos efeitos vagabundos, de tudo. Acho que foi por aí que me tornei cineasta, um cineasta brasileiro.