Doutora em Letras, professora Sheila Hue fala na ABL sobre Os Lusíadas, na segunda palestra do Ciclo “Obras-primas da literatura universal”
Publicada em 09/10/2015
O Acadêmico e poeta Ferreira Gullar, sétimo ocupante da Cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 9 de outubro de 2014, fez na ABL a terceira palestra do ciclo “Obras-primas da literatura universal”, intitulada Dom Quixote e os perigos da leitura. A conferência aconteceu no dia 20 de outubro, terça-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.
Foram fornecidos certificados de frequência.
O Acadêmico Antonio Carlos Secchin é o coordenador-geral dos ciclos de conferências de 2015.
“Obras-primas da literatura universal” terá mais uma palestra, no dia 27 de outubro, com a Acadêmica e escritora Rosiska Darcy de Oliveira, que falará sobre o tema Antígona – O feminino como crime político.
Saiba mais
Ferreira Gullar, cujo nome verdadeiro é José de Ribamar Ferreira, só descobriu poesia moderna aos dezenove anos, ao ler os poemas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Ficou escandalizado com esse tipo de poesia e tratou de informar-se, lendo ensaios sobre a nova poesia. Pouco depois, aderiu a ela e adotou uma atitude totalmente oposta à que tinha anteriormente, tornando-se um poeta experimental radical. E assim nasceu o livro que o lançaria no cenário literário do país em 1954: A luta corporal.
Os últimos poemas desse livro resultaram de uma implosão da linguagem poética e provocariam o surgimento da “poesia concreta”, de que Gullar foi um dos participantes e em seguida dissidente, passando a integrar um grupo de artistas plásticos e poetas do Rio de Janeiro: o grupo neoconcreto.
Em 1962, afastou-se da vanguarda e integrou-se na luta política revolucionária. Entrou para o partido comunista e passou a escrever poemas políticos e a participar da luta contra a ditadura militar que fora implantada no país em 1964. Deixou clandestinamente o país e foi para Moscou, depois para Santiago do Chile, Lima e Buenos Aires. Voltou para o Brasil em 1977.
Durante o exílio em Buenos Aires, Gullar escreveu Poema sujo – um longo poema de quase cem páginas – que é considerado sua obra-prima e que foi traduzido e publicado em várias línguas e países.
Sua obra poética compreende quinze livros de poemas, sendo o último deles Em alguma parte alguma, editado em 2010.
Recebeu vários prêmios literários, entre os quais o prêmio Machado de Assis da ABL, o Prêmio Camões e, recentemente, os prêmios Jabuti, Livro do Ano, e o Premio Moacyr Scliar, outorgado pela primeira vez este ano. No dia 2 de setembro de 2015, Gullar lançou o livro Autobiografia poética e outros textos.
14/10/2015
Publicada em 09/10/2015