Cristovam Buarque vai receber a medalha Francisco Alves; o escritor Ubiratan Machado e o diretor da STA Clecio Santos, a medalha Rachel de Queiroz; o cineasta Silvio Tendler, e o compositor e poeta Herminio Bello de Carvalho receberão a medalha Joaquim Nabuco; o professor Jose Carlos Santos de Azeredo, coordenador de gramática do Dicionário Caldas Aulete, receberá a medalha João Ribeiro.
O nome de Silvio Tendler para a Medalha Joaquim Nabuco, como Personalidade de Relevo na Cultura Brasileira foi indicado pelo Acadêmico Godofredo de Oliveira Neto:
“É um documentarista entre os melhores do Brasil, autor do filme Os Anos JK: Uma Trajetória Política. Também fez um filme sobre Jango. Trabalha com biografias históricas, é autor de documentários sobre a Revolta da Chibata.
Godofredo lembrou também que Tendler havia ainda dirigido o filme O Mundo Mágico dos Trapalhões, bem como a minissérie Anos Rebeldes: “Tem uma lista enorme de condecorações, prêmios. Seus filmes que abordam a ecologia, aliás, são um primor, chamam-se Trilogia da Terra. Também foi Secretário de Cultura e Esportes do Distrito Federal. Está tetraplégico, em consequência de uma operação na coluna. Seu filme Utopia e Barbárie, é também uma preciosidade. Enfim, tem uma vasta produção, uma vasta cultura. Deve ser homenageado.
Ruy Castro sugeriu também Hermínio Belo de Carvalho para a medalha Joaquim Nabuco, cuja contribuição à cultura brasileira está registrada em todas as formas de mídia. É poeta, com quatro livros publicados, grande compositor e letrista, autor de, entre outras, Sei lá, Mangueira, com Paulinho da Viola; Pressentimento, com Elton Medeiros; e Mudando de Conversa, com Maurício Tapajós. Ruy Castro também citou que Hermínio Belo é produtor musical, com indescritível cartel de discos e espetáculos concebidos e produzidos por ele nos últimos 60 anos, como o inesquecível Rosa de Ouro, de 1966, que revelou Paulinho da Viola e Elton Medeiros.
“Além disso, é o maior memorialista vivo da Música Popular Brasileira, a partir de suas décadas de convívio com nomes como Pixinguinha, Araci de Almeida, Cartola, Clementina de Jesus - sua descoberta – além de Tom Jobim, como relatado em vários livros. O pequeno apartamento de Hermínio em Botafogo é um museu da cultura brasileira do século XX, com originais, manuscritos, discos, fotos e objetos pessoais a ele presenteados por artistas de todas as categorias. Hermínio acaba de completar 90 anos, está perfeitamente lúcido e ativo, goza de boa saúde e, como é unanimemente querido, sua escolha seria muito bem recebida pela imprensa e pelo meio artístico.”
O Acadêmico Domício Proença Filho lembrou que a indicação para a Medalha Rachel de Queiroz é por reconhecimento de serviços prestados à Academia por pessoas ou instituições.
“Nesse sentido, uma das pessoas está inserida rigorosamente nessa qualificação pelo que tem feito, é o pesquisador Ubiratan Machado. É pesquisador, é escritor. Ele foi também ganhador do Prêmio José Ermírio de Moraes por seu livro História das Livrarias do Rio de Janeiro, e é um dos maiores pesquisadores de Machado de Assis, tanto que publicou pela Academia o Dicionário de Machado de Assis, já em segunda edição. E o seu trabalho de pesquisador é permanente, ele continuou pesquisando, ampliando a solidariedade da fotografia machadiana. É também autor da série Essencial, com um livro sobre a Arthur de Oliveira, sobre os fundadores Pedro Rabelo, Alcindo Guanabara, Pedro Neto, etc. E não bastasse tudo isso, bibliófago que ele é, esse ano doou à Casa a totalidade do seu acervo das traduções do Machado de Assis. um senhor acervo, mais de 240 livros. Além de ser, entre outras coisas, colaborador da Revista Brasileira”.
E o Acadêmico Ricardo Cavaliere também propôs a Medalha Rachel de Queiroz para Clécio Santos, diretor da Santa Fé Ideias, empresa que tem colaborado com a assessoria cultural da Academia Brasileira de Letras: “Ele produz textos e vídeos para todas as nossas redes sociais. A STA também colabora na criação e na programação visual da Academia em grandes eventos, como a Bienal do Livro e a Rio Capital Mundial do Livro, e fornece esse serviço qualificado a custo zero para a Academia.”
O Acadêmico João Almino propôs Cristovam Buarque para receber a Medalha Francisco Alves, na área de educação.
“Eu creio que nenhum outro político do Brasil se empenhou tanto nesse campo e com propostas muito inovadoras que, se tivessem recebido a acolhida que deviam, o Brasil estaria em outro patamar de desenvolvimento social, com professores bem pagos, escola em tempo integral. E nós sabemos que esse tipo de investimento vale a pena: basta ver exemplos internacionais, como o da Coreia do Sul, que nos anos 50 do século passado era um país menos desenvolvido que o Brasil. Então, as suas propostas não foram até hoje as mais importantes levadas adiante, mas ele nunca desistiu de tratar do assunto nos seus escritos e muito especialmente numa grande quantidade de artigos que podem ser facilmente consultados”.
O Acadêmico Ricardo Cavaliere indicou para a Medalha João Ribeiro, destinada a quem se destaca na área do estudo da língua, o professor José Carlos Santos de Azeredo, a quem considera uma das mais qualificadas mentes nesse setor no Brasil.
“É um professor de duas grandes universidades do Rio, da UERJ e da UFRJ, e tem uma obra vasta, muito qualificada, inclusive um dicionário de verbos e regimes e uma gramática muito conceituada, cujo título, por sinal, confunde um pouquinho, porque ela se intitula Gramática Houaiss, da Língua Portuguesa. Então, muita gente pensa que o autor é o Antônio Houaiss. Na realidade, é uma gramática que foi patrocinada pelo Instituto Antônio Houaiss e, por isso, ganhou esse título. Então, José Carlos é doutor em língua portuguesa e, em suma, tem uma vasta experiência em orientação na área da descrição linguística.
18/06/2025