O recurso da defesa do governador afastado do Rio, Wilson Witzel, ao STF, não deve ser analisado antes da decisão do plenário do STJ, que tem reunião marcada para quarta-feira para avaliar a decisão do ministro Benedito Gonçalves. Do ponto de vista jurídico, não há qualquer ilegalidade na decisão monocrática do ministro. O que se tem criticado é o cuidado que ele poderia ter tido de esperar uma decisão do plenário e não tomar uma decisão isolada, pois afastar um governador é um assunto político delicado. Uma decisão do plenário o fortaleceria. Acredito que o plenário do STJ irá confirmar o afastamento e o recurso do Witzel para o STF vai perder o objeto. É muito difícil que ele escape do processo de impeachment na Assembleia Legislativa, que deverá estar concluído nas duas ou três primeiras semanas de setembro. Até lá, deve estar encerrada a breve vida política do governador afastado Wilson Witzel. O vice-governador Cláudio Castro assume muito fragilizado o governo, porque também é investigado, e é provável que, no decorrer da investigação, ele também fique afetado por denúncias e delações. Acho difícil que termine o mandato. Em 2021, teríamos eleições indiretas pela Assembleia, ou diretas, se vingar um movimento que já existe há muito tempo, de transformar todas as eleições em diretas.
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