A questão dos militares no governo está provocando muitas discussões internas, tanto no próprio governo, como entre os militares. O Exército não está satisfeito, como instituição, de ver seu nome envolvido em decisões de saúde publica que não são da sua alçada e ao mesmo tempo ser culpado por medidas ineficientes, pelas quase 80 mil mortes pela covid-19. Bolsonaro afirmou que tanto Pazuello quanto Ricardo Salles permanecem à frente dos ministérios, mas é o jeito dele de sustentar ministros até quando pode, e é o que deve acontecer. O caso de Ricardo Salles deve ser resolvido mais rápida e naturalmente, porque é questão de dinheiro. Ninguém vai negociar com ele à frente do ministério do Meio Ambiente e por isso Hamilton Mourão está assumindo a função no Conselho da Amazônia. O Brasil precisa ganhar credibilidade nesta área. Já com Pazuello é mais delicado, porque envolve o Exército. Ele já chegou no máximo de sua carreira militar, e, a não ser por uma razão de coração, não precisa ficar na ativa. Pode ir para a reserva e ficar no ministério, o que resolve a parte do Exército, mas não a da saúde. Bolsonaro tem a visão equivocada de que é preciso um especialista em logística, no ministério da Saúde e por isso o mantém no ministério. Mas a realidade vai acabar se impondo.