A pressão contra militares vai acabar tirando muitos deles do governo. O próprio ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, deve voltar para a ativa, pois ainda tem uma carreira pela frente, pode chegar até a general do Exército. A crítica do ministro Gilmar Mendes - embora a palavra genocídio possa ter uma interpretação estrita, e não é o que acontece no Brasil – foi mais uma maneira de alertar para a gravidade da situação. Não se pode ficar dois meses sem ministro da Saúde no meio de uma pandemia que já matou 70 mil. Há ainda o risco de um processo contra Bolsonaro na Corte Penal Internacional. Acredito que essa crise vai ter um saldo positivo, e os militares estão deixando cada vez mais claro que estão no governo por opção pessoal - e assim se tornam civis. Luis Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, foi um bom exemplo. Sentiu que não poderia fazer papel de ministro civil e general do Exército e passou para a reserva. E Pazuello vai acabar saindo do governo. No momento, Bolsonaro tenta sobreviver e não quer briga com ninguém, nem Congresso, nem STF.
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