O governo Bolsonaro coloca sua ideologia e o pensamento conservador mais radical como elementos essenciais para escolher ministros em várias áreas que considera dominadas por comunistas. E o critério usado para a escolha está completamente em desacordo com o que o país precisa. A secretaria de Cultura, por exemplo, faz parte do ministério do Turismo, que é uma maneira de despreza-la. Tem um secretário – o quarto - escolhido apenas porque é bolsonarista de carteirinha, sem nenhuma relevância e sem experiência em gestão. Na verdade, querem aparelhar a cultura e a educação para controlar a mente do cidadão através de atividades culturais e ligadas à educação. É um problema incontrolável neste governo. Bolsonaro calado não significa que seja outra pessoa, nem que tenha mudado de posição. Ele está calado, mas está agindo. Talvez tenha aprendido apenas que criar tumulto só dificultava suas ações e expunha o governo a críticas permanentes. Agora faz as coisas em silencio, mas segue a mesma orientação. Ninguém muda da noite para o dia. Continuamos com os mesmos problemas: o cerne do pensamento do governo está sendo incutido nas áreas que considera fundamentais para uma hegemonia do pensamento conservador mais atrasado que existe, como é o caso de Bolsonaro e seus filhos. O novo ministro da Educação já apagou vídeos onde defende que a mulher tem que obedecer o marido e que criança precisa sofrer para ser educada. É o tipo de pensamento retrógrado que vai se refletir na educação. O governo Bolsonaro não é uma solução contra o PT e contra a esquerda, é mais um problema, com sinal trocado.