A roda do mundo, como dizia Tribuzi, nos seus versos em que lamentava “que tempo de viver-se”, continua a trazer a cada dia o acontecimento impossível. Agora é a China, país socialista, tendo a doença capitalista da bolha da Bolsa, enquanto o presidente do Peru, Evo Morales, entrega ao para Francisco – que de tão popular o carioca de Chico - , o cristo pregado numa foice e num martelo. Muitos acharam que era um desafora ou, quando pouco, uma ideia de mau gosto. Eu, ao contrário, achei que era a lembrança de que realmente o comunismo crucificou Cristo mais uma vez, com a perseguição que fez o cristianismo, o lema “a religião é o ópio do povo,” justificando o trucidamento de milhares de católicos.
Na minha juventude estive muito perto do pensamento de Marx e Engels, vendo na busca da igualdade entre os homens uma ideia generosa – e que continua, sob outro manto, inclusive da doutrina social da igreja, a ser um objetivo da humanidade. Do comunismo me afastou a fé, que desde a infância minha mãe me passara e que eu guardei sem dúvidas até hoje.
Quando estive na Rússia, ainda nos tempos da morta União Soviética, quis a minha missa dominical. Então fui informado (?) de que só havia em moscou uma igreja católica, mas que a ela eu não podia ir porque ali estava sendo velado um cadáver! Foi então que me disseram que Stalin e Kruschev tinham fechado mais de 50.000 paróquias e destruído cerca de 30 igrejas, nessa tarefa talibã de apagar o que não nos agrada, e com isso destruíram relíquias da arte sacra russa. Assim como os terroristas do estado Islâmico destruíram as estátuas dos museus sírios e iraquianos e, em escala menor, mas com o mesmo sentimento, como fecharam a Fundação da Memória republicana – diga-se a presença de José Sarney.
O próximo passo é arrancar a página da História do Brasil que me inclui como o seu 30º presidente da República ou extinguir a cadeira 38 da academia Brasileira de Letras, que tem como fundador Graça Aranha, maranhense, e como ocupante José Sarney. Deixa prá lá. Isso passa. É a roda do mundo.
Enquanto isso anda lá fora, aqui as ruas ficam desertas, as casas fechadas, como ocorre na Vila Natal, com medo dos criminosos. A cidade inteira está presa do medo. A segurança foi abaixo do “ volume morto”, para usar uma expressão do Lula. São Luís já não aguenta. Alguns querem fazer justiça com as próprias mãos, o que é uma desgraça maior, porque ofende a dignidade humana. E as ONGs e aquelas vozes que outrora clamavam por direitos humanos e agora se calam, onde estão?
Mas o coroadinho dá a nota humana ao protesto quando, na vala aberta na avenida Amália Saldanha, usando uma proposta de uma novela da Globo(Kubanacan0, planta bananeiras, que trazem um simbolismo bem brasileiro. Outro simbolismo é um ditado bem maranhense. As promessas das mudanças eram bananeiras que já deram cacho.
E para terminar: onde está o índio Messias Guajajara, que desapareceu depois que protestou com seus companheiros em frente ao palácio do governo e na Assembléia legislativa? Os índios que tanto sofreram no passado continuam seu calvário. As entidades do direitos humanos que não calem. Onde está Messias? O “neto do Sarney”- orgulho para o presidente da republica e para o decano da ABL, o bom e combativo deputado José Adriano – vem clamando por ele.
E diante de tanta perseguição e insegurança é melhor mesmo plantar banana e ter esperança de que Messias Guajajara apareça.