Jogando conversa fora
O que mais impressiona nos áudios das conversas entre o presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro Gustavo Bebianno é a sua irrelevância.
O que mais impressiona nos áudios das conversas entre o presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro Gustavo Bebianno é a sua irrelevância.
Ao definir como “de foro íntimo” os motivos para a demissão do ministro-chefe da Secretaria-Geral da presidência da República, seu ex-amigo Gustavo Bebianno, o presidente Bolsonaro revela muito mais do que parece, não se sabe se intencionalmente.
O caso Bebianno não poderia se encerrar com a aparente derrota de Carlos Bolsonaro, o filho 02, ou a do próprio presidente, obrigado a suspender, pelo menos temporariamente, a demissão do chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
A crise que culminou com a queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência guarda dentro de si uma crise maior, alimentada pelo próprio Governo, a crise da democracia representativa.
A crise desencadeada pelo vereador Carlos Bolsonaro, desmentindo pelo twitter o ministro–chefe da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, tem um aspecto que a torna ainda mais perigosa em termos institucionais.
A família Bolsonaro parece gostar de um enfrentamento. Ontem à noite, o presidente avalizou pelo twitter uma afirmação do filho Carlos, que desmentia o ministro da Secretaria-Geral da Presidencia, Gustavo Bebianno, que dissera que mantivera contato com Bolsonaro no hospital.
O DEM é o caso mais curioso de empoderamento político dos últimos tempos, pois aparentemente tem o controle das presidências da Câmara e do Senado, e a lideranças do maior bloco na Câmara, mas, na prática, não teve interferência política nessa composição.
Há um consenso no Congresso sobre a necessidade de fazer a reforma da Previdência, o que já é meio caminho andado. Anteriormente, ainda havia quem discutisse se existe mesmo o déficit do sistema. Hoje, alguém que ainda insista nessa discussão bizantina está isolado, como se vivesse em outro mundo.
A impressionante deterioração do prestígio do presidente Jair Bolsonaro, a menos de um mês de ter sido empossado , está provocando um rebuliço no Congresso, onde lideranças que negociam a eleição dos presidentes da Câmara e do Senado recuam e avançam, na tentativa de entender para que lado o vento do poder está soprando.
A presença de militares, da ativa e da reserva, em postos eminentemente civis chama a atenção no primeiro ministério do presidente Jair Bolsonaro, ele próprio um capitão da reserva do Exército.
O ministro da Defesa da Venezuela, General Vladimir Padrino Lopez, que, ao lado de sua cúpula militar, classificou de “golpe de Estado” a proclamação do líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino
O caso que começou com uma suspeita de que o motorista Queiroz fosse seu “laranja” para receber parte do salário de seus funcionários da Assembléia Legislativa do Rio chega a um ponto maior de gravidade com o envolvimento de Flávio Bolsonaro com milicianos.
Criticar o discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial em Davos pelo tamanho não é uma medida correta.
A propósito da coluna de domingo, em que analiso a correlação de forças entre Executivo e Legislativo, com base em um pronunciamento do juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos Antonin Scalia, o professor Walter Costa Porto, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral...
No momento em que temos exemplos pelo mundo de impasses entre Executivo e Legislativo, como os casos dos Estados Unidos com o muro da discórdia na fronteira do México, ou a Inglaterra com o Brexit, é bom revisitar a palestra de Antonin Scalia, um dos mais conservadores e respeitados juízes da Corte Suprema dos Estados Unidos, morto há dois anos, sobre a importância da separação dos Poderes.