O país pós-Covid
Em tempos eleitorais, não há quem queira admitir que uma segunda onda da COVID-19 está chegando entre nós, assim como chegou na Europa e nos Estados Unidos.
Em tempos eleitorais, não há quem queira admitir que uma segunda onda da COVID-19 está chegando entre nós, assim como chegou na Europa e nos Estados Unidos.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, volta e meia se arrisca a uma análise política, e quando o faz costuma tecer conceitos elásticos sobre o conjunto ideológico.
A educação é o único caminho para resolver a sub representatividade das minorias nas casas legislativas do Brasil.
O resultado da eleição municipal, nem bem terminou o primeiro turno, já tem consequência na retórica partidária.
O presidente Bolsonaro entrou em um terreno perigoso ao insinuar, tendo como pretexto o atraso da apuração da eleição municipal pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que não temos um sistema confiável.
O resultado mais importante desta eleição municipal é que ela parece marcar o fim da polarização dos extremos políticos, caldo de cultura que levou Bolsonaro ao poder em 2018.
O centrão é hoje mais próximo do MDB e do DEM do que de Bolsonaro e pode ser que não caminhe com o presdiente até a eleição.
A eleição de ontem apontou para duas visões importantes: a primeira, que a tese de Bolsonaro com relação à COVID19 foi derrotada.
Há uma certeza nos meios políticos: eleições municipais têm a ver mais com questões locais do que com a situação nacional.
Embora não se possa dizer que seja sensata uma pessoa que tem como ídolo o coronel Brilhante Ustra, denunciado formalmente como torturador, e aceita a tortura como arma de guerra, o vice-presidente, General Hamilton Mourão, tem defendido teses razoáveis desde o início do governo.
Mais fácil imaginar um país como o nosso, em uma região com uma triste história de golpes militares e ditaduras, temer uma intervenção militar do que os Estados Unidos.
A mistura de ignorância com empáfia numa mente desequilibrada jogou o Brasil no ridículo internacional ao ameaçar os Estados Unidos com uma guerra, devido à possibilidade de sanções econômicas por causa do desmatamento da Amazônia.
Candidatos apoiados pelos padrinhos políticos mais importantes do país estão com desempenho ruim nas eleições.
A atitude desprezível e repugnante do presidente Bolsonaro de festejar a paralisação dos testes com a Coronavac, vacina chinesa que está sendo produzida pelo Instituto Butantan em São Paulo, como uma vitória política sobre o governador João Dória, dá bem a dimensão desumana desse político, que brada que o país tem de parar de ser “terra de maricas” e encarar de frente a pandemia.
Chamar o ex-juiz Sérgio Moro de extremista de direita é evidentemente um abuso de linguagem com objetivo político.