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Artigos

  • Emigrações, passos do futuro

    Há alguns anos participei em Quéretaro, no México, de uma reunião internacional — na qual entre os presentes estavam Henry Kissinger, Robert McNamara, Takeo Fukuda, Helmut Schmidt e muitos outros experts e estadistas mundiais —, que discutiu os problemas do futuro da humanidade, tema recorrente no InterAction Council. Dois problemas se destacavam entre os muitos que teriam de ser geridos pelos estados nacionais: as migrações e o balanço alimentar.

  • Fale errado, está certo

    Nada mais representativo da burrice do que essa teoria do falar errado. Foi quando fui presidente da República que universalizei o programa do livro gratuito nas escolas, e o grande problema era a qualidade do livro.

  • Cinzas e ventos

    É o velho e sábio Salomão quem nos diz -e tem sido repetido ao longo dos milênios- que "nada há de novo debaixo do sol". Esse trecho está na passagem em que fala que há o dia de plantar e o de colher, chegando a dogmatizar que "uma geração vai e outra geração vem, mas a Terra permanecerá para sempre".

  • Peru à brasileira

    O Peru, como o Brasil, teve em sua história recente comuns atropelos com os militares e divisões pseudoideológicas a pregar reformas de base esotéricas, xenofobias desesperadas e populismo anárquico. Tal fase, para eles, só acabou em 1985, com o término do mandato de Belaúnde Terry e a eleição de Alan Garcia (em seu primeiro governo). A política peruana sempre foi comandada pela aristocracia crioula de Lima ou pelos "incas", militares que comandavam, como Velasco Alvarado, ideias autoritárias cora base ideológica. Era frágil a estrutura democrática e o interior permanecia com a população indígena mergulhada na miséria absoluta. Como complicador inesperado, surgiu essa inacreditável cunha chamada Fujimoria quem recusei receber em meu primeiro mandato como presidente do Senado, em 1996, por ter fechado o Congresso peruano—, que ainda resiste com sua filha Keiko, herdeira do populismo, candidata nas últimas eleições.  A disputa no Peru se processou, como na eleição de Lula em 2002, sob dicotomias: "medo e esperança", "medo e populismo", "medo e moral". Ollanta Humala, o primeiro "cholo" puro a romper a tradicional divisão do país, outrora radical e partidário da violência, converteu-se à realpohtik. Respeito aos mercados, estabilidade fiscal, promessas de inclusão social e distribuição de renda. O Peru vive uma fase de crescimento; o problema de Humala será mais fácil, pois não precisa, como no Brasil em 2002, retomá-lo, mas mantê-lo com justiça social. Pesa sobre a população a herança da guerrilha do Sendero Luminoso e a profunda divisão entre o interior e a capital. Basta ver que Keiko Fujimori teve 57% dos votos na grande Lima e foi o apoio maciço do interior a Humala que decidiu a eleição.

  • Sarney Ponto Com

    Uma jovem americana, Sarah Law Wu, tem o endereço @sarney no Twitter. Ela explica que é o apelido que lhe foi dado por sua avó, no Colorado, quando era menina -hoje tem 34 anos.

  • O colapso das cidades

    Sempre que encontrávamos um engarrafamento de trânsito em qualquer lugar do Brasil, vinha logo a resposta de "parece que estamos em São Paulo", onde há muitos anos o problema de tráfego parece ser insolúvel.

  • Cruzado: 25 anos

    Com o tempo, é possível ver o que significou para o Brasil o Plano Cruzado. Ele completou agora 25 anos. Nenhum plano despertou tanta paixão: os especuladores de 1986 o odeiam e o povo consumidor não o esquece, pois foi a primeira grande distribuição de renda do Brasil. Eu sabia dos riscos e perigos em fazê-lo, mas tive a coragem de congelar os preços e a taxa de câmbio, entre outras medidas. Abandonei a ortodoxia do FMI e da banca internacional. Enfrentei-os. Derrotei-os, pois o Brasil, a partir dali, nunca mais seria o mesmo — nem o FMI também. A Europa vive até hoje o que é o combate ortodoxo da crise de 2008. Desemprego em 20%, protestos em várias cidades e a agonia do Estado social isto é, o direito do povo a saúde, educação, aposentadoria e seguridade social.

  • Muro de Berlim às avessas

    A crise que levou os Estados Unidos à beira do "default" poderá ser lembrada como a data em que ficou à mostra o início da sua queda, tão esperada pelos seus inimigos. É um Muro de Berlim às avessas.

  • Crise inesperada

    A Líbia não estava na linha de tiro dos Estados Unidos nem da Otan. Com o Iraque, depois de longos anos de guerra fria, todos previam, sem nenhuma contestação, que o desfecho seria um confronto armado. Para prepará-lo houve longa divergência, com etapas que envolveram desde as acusações de possuir o Iraque armas de destruição em massa e produção de armas nucleares, além do lado passional que a questão passou a ter para os americanos depois que Bush filho anunciou que "Sadam queria matar papai".

  • Tempo presente

    Estou, ultimamente, certo de que um fenômeno está surgindo no mundo atual: a compressão do tempo. Ele está cada vez mais chato e achatado.

  • Cabra parida

    George Orwell, quando, em 1949, publicou o seu famoso livro "1984", imaginou uma sociedade com um ministério da verdade para zelar por condutas morais "corretas".

  • A DRU e a crise

    A crise que começou em 2008 não pode ser comparada à de 1929. Há 82 anos o mundo era outro, quase um fóssil dos tempos atuais. Foi uma crise da economia americana que, em ondas sucessivas, provocou marolas no mundo.

  • Energia: Fonte de integração do Amapá ao Brasil

    Em hidreletricidade, energia limpa e inesgotável, o Brasil ocupa no mundo uma posição semelhante à da Arábia Saudita em petróleo. Graças a nossas características hidrográficas e nosso engenho técnico nos últimos 50 anos, mais de 90 por cento de nossa capacidade de geração se baseia em duas coisas gratuitas: a água das chuvas e a força da gravidade. Bacias hidrográficas generosas, com centenas de rios perenes e abundantes, se espalham por grandes regiões cujos regimes de chuvas são bastante diferentes. Quando barrados, constituem grandes lagos, energia potencial estocada que país nenhum possui. Em 1957, o Estado construiu a barragem de Furnas, para  garantir o necessário aumento de oferta. Com o esforço e o talento de várias gerações, tudo se aperfeiçoou. Como as chuvas também variam de região para região, o sistema foi interligado por linhas de transmissão, de modo a permitir que um operador central racionalizasse o uso da água disponí-vel em todo o país. Dessa combinação de características eminentemente brasileiras resultava uma altíssima confiabilidade. O Brasil, finalmente, tinha energia barata e segura que assegurasse força suficiente para a política desenvolvimentista iniciada por JK.

  • Brasil Econômico

    O grande gargalo que não conseguimos atravessar é o da infraestrutura do país. A produção cresce sempre à frente dela, sobretudo depois da Constituição de 1988, que extinguiu o Imposto Único sobre Lubrificantes e Combustíveis Líquidos e Gasosos, que assegurava um fluxo permanente de recursos, através do Fundo Rodoviário Nacional, ao DNER – um órgão que deu certo – que construía, conservava e planejava estradas e foi responsável pela existência da básica rede rodoviária que até hoje mantém em funcionamento as nossas estradas.