Entra eleição, sai eleição, tão certo quanto a noite chega ao fim do dia, as campanhas presidenciais são marcadas por baixarias. As denúncias se sucedem, desde o nível municipal até o Palácio do Planalto, que este ano entrou no circuito de campanha à medida que foram se perdendo ao longo do tempo as divisas entre o governar e o uso eleitoral do governo, entre o público e o privado na sua acepção mais ampla. Usar o palácio para propaganda eleitoral, usar viagens presidenciais para gravar programas de propaganda de governo, tudo vai se misturando em todos os níveis do Estado brasileiro, piorando o que já era ruim. As regras complacentes para a atuação dos incumbentes que se candidatam à reeleição foram feitas com esse propósito, de alargar os limites do aceitável. Por isso, é muito grande a chance de um governante se reeleger.