Nem Bolsonaro, nem seus advogados são burros; sabiam que a autorização para dar entrevistas ou fazer pronunciamentos públicos não incluía apoiar manifestação contra o STF e a favor da anistia. É um tema político do qual não pode participar. Ele fez de propósito, para testar se a pressão dos EUA estava surtindo efeito em cima do ministro Alexandre de Moraes, e até que ponto ele podia ir.
Estava querendo testar sabendo do risco de ser preso e assim dar mais veracidade à narrativa de que está sendo perseguido. Tanto que o departamento de Estados dos EUA soltou uma nota logo em seguida dizendo que Moraes é uma pessoa que não respeita os direitos humanos.
Certamente, outros membros do STF serão atingidos pela lei Magnistsky, e vai ser uma queda de braço até que se resolva este caso; que não será resolvido com a anistia a Bolsonaro.
Não é cabível aceitar a anistia de um golpista porque sofreu pressão de outro país. Acho que só agrava a situação de Bolsonaro. O governo Trump e Bolsonaro estão fazendo um jogo com o STF – e com o Brasil como um todo. Pressionar a mais alta corte de Justiça e condenar um ministro é uma declaração de guerra. Não tem como ver de outra maneira.