O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, ignorou os alertas do comitê de emergência da própria pasta sobre a necessidade de um distanciamento social firme para evitar mais mortes e sobre o perigo da produção de cloroquina em massa, sob o risco de ficar com estoque parado – o que está acontecendo no momento – simplesmente porque Bolsonaro não concordava. O corporativismo é tão grande que o presidente mandou o Exército fabricar milhões de comprimidos de cloroquina, e o comandante do Exército, general Edson Pujol, outro dia exaltou o medicamento. É assim: o presidente manda e os militares obedecem; missão dada é missão cumprida. É um problema, porque na saúde a obediência tem que ser à ciência e às pesquisas. Mas é impossível termos um médico no ministério porque, se for uma pessoa séria, não vai ficar no cargo. Só serve quem pensa como o presidente e chega-se a essa situação de ele falar sem máscara com garis e mostrar uma embalagem de cloroquina para as emas do palácio. Bolsonaro tem ideias fixas, que nenhum médico vai aceitar. É um problema insolúvel. Seguimos no impasse.