O general Figueiredo ao se despedir do povo brasileiro pediu que o esquecessem. Que estava ressentido, estava. Tanto que se negou a transmitir o poder ao seu substituto José Sarney. Sua assessoria de relações públicas exibiu em rede nacional um documentário de quase uma hora, mostrando as grandes realizações do seu governo.
Evidente que soube encerrar sua passagem pelo poder sem grandes traumas, com exceção do caso do Riocentro, finalizando o período militar da ditadura. Negando-se, inclusive, a passar a faixa presidencial ao seu sucessor constitucional.
O documentário mostrou suas realizações: o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, Itaipu, o rio Amazonas, as Cataratas do Iguaçu, o Maracanã, algumas aves exóticas, cartões postais como obras de sua administração.
Dona Dilma não ficou atrás. Na primeira reunião com o novo ministério pintou um quadro paradisíaco com seus feitos, sem mencionar os defeitos, citando enfaticamente algumas maravilhas dos 12 anos da hegemonia do PT. Entre as quais, Bolsa Família, Minha Casa, Minha vida, ascensão da classe média e o combate a corrupção, que está sendo uma batalha perdida. Todas elas de seu sucessor e condestável Luiz Inácio Lula da Silva.
Praticamente, não mencionou as promessas de sua campanha eleitoral. O maior acontecimento de seu governo foi o rombo criminoso da Petrobras, no qual, de certa forma ela estava envolvida, pois exercia o topo da nossa maior estatal. Em verdade, reagiu energicamente contra os Estados Unidos à indecente intromissão nos assuntos da política e das finanças do Brasil.
No início de seu segundo mandato está enfrentando violentas cobranças, não só dos seus adversários mas de sua decantada base aliada. Incluindo novos escândalos e o assustador receio de uma inflação insustentável.