Só um presidente sem noção do cargo que ocupa e de suas responsabilidades pode incentivar os políticos a derrubarem o veto dele mesmo no projeto de lei que perdoa as dívidas das igrejas. Bolsonaro não sancionou a lei porque sabe que é um escândalo, que a sociedade não aceita e como houve uma reação muito forte, acabou vetando. Ele foi avisado que podia cometer um crime de responsabilidade, já não há dinheiro para custear essa despesa que estaria sancionando e criou essa situação estranha. E não é só isso, ele quer que o Congresso crie uma verba especial para isentar as igrejas de impostos e promete mandar uma PEC para transformar em lei esse absurdo. Igrejas devem ser taxadas pelos produtos que criam – filmes, livros, canções gospel – que, supostamente são coisas de religião, mas na verdade são para obter lucro. O veto à cobrança de impostos sobre os salários dos bispos é discutível, mas eles deixam de pagar impostos sobre bens particulares que estão em nome das igrejas. Essa é a distorção da lei que pretendem aprovar.