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Em dois anos, retrocesso brutal na cultura. Agora, com os livros

 

O aumento da tributação de livros no Imposto de Renda, com a justificativa de que só os 10% mais ricos leem, é a prova cabal de que o governo considera a cultura irrelevante. É uma visão distorcida, pois livros são também para a elite, mas, principalmente, são para crianças gostarem de ler, para as pessoas se instruírem, se ilustrarem. É absurdo o governo achar que isso acontece, e que é normal e que pode, pelo preço, obrigar que essa situação se mantenha, em vez de facilitar o acesso aos livros com preços mais baratos. É como eles tratam a cultura brasileira, um estrago verdadeiro. Em dois anos, tivemos uma regressão absurda no teatro, no cinema e agora nos livros. E com efeito colateral, pois a medida atinge também os livros didáticos. É um governo com visão economicista, que muitas vezes leva a retrocessos, sem visão geral, holística, dos problemas do Brasil.

O Globo, 07/04/2021