Na questão do plano de imunização contra a COVID 19, o ministério da Saúde tem sido de uma inépcia impressionante. Em todos os sentidos, especialmente na logística, que supostamente é a especialidade do general Pazuello, ministro da pasta. Por exemplo, as seringas deveriam ter sido compradas há muito tempo, já deveríamos ter feito a reserva de todas as vacinas, mas nada foi feito. Um país como Brasil vai precisar de milhares de vacinas, todas que tiverem eficácia e forem aprovadas.
O plano nacional de vacinação, entregue sem data marcada e sem detalhes, usa o nome de pesquisadores independentes, com credibilidade, para avalizar um relatório que eles não viram a versão final. É uma atitude errada, vai contra a exigência que o serviço público faz.
Acredito que a vacinação, que já está sendo feita em diversos países, vai ser um problema, vai ter judicialização. É uma coisa que todos estão esperando, mas o problema é que o governo também é contra a vacina. Bolsonaro não leva muito a sério e não exige do seu ministro nenhum plano com seriedade. Esses atrasos no programa de vacinação decorrem de o presidente não exigir nenhuma pressa, porque não leva a sério, e o general obedece ao capitão. Não tem jeito. A vacinação deveria ser a prioridade do governo, mas não é.
Desinteresse do presidente atrasa vacinação
O Globo, 14/12/2020