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China e Índia dominam

 

Durante muitos anos, a China foi considerada uma nação atrasada, com intermináveis lutas internas, tendo ainda que ceder parte de seu território. Hoje, a China é uma grande potência, enfrentando já os EUA, que é a primeira potência exportadora do mundo. Os chineses, por exemplo, viraram uma ameaça a um acordo na Organização Mundial do Comércio (OMC), como argumentou a representante dos EUA, Susan Schwab, apelando às nações que estavam do lado da China para que não invalidem o acordo com a OMC, após sete anos de lutas, que só agora se encaminha para um fim.


De par com a China - que é um gigante populacional - veio a cerrar fileira a Índia, que não fica atrás no colossalismo , que é uma ameaça a mais com que os chineses podem contar para levar a ruína o acordo com a OMC. É outro gigante populacional, que não hesita em juntar sua ameaça à ameaça chinesa. A China já manifestou sua amizade pela Índia, embora tenha ficado junto até este momento apenas no endurecimento contra a OMC, mas não chegando à prova em questão.


Na situação em que o mundo se encontra, todas as nações representadas na ONU devem ceder lugar a um acordo superior, tecido pelas grandes potências. Se não se acertarem para um acordo na OMC, será difícil conter os debates, que não chegam a nada, ficando só na área da OMC, que também não chega a nada, e aí o trabalho de sete anos terá sido em vão praticamente. É o que se chama de tempo perdido, uma negociação que interessa, efetivamente, às nações integrantes da Rodada Doha.


Ficarão, então, abertos a qualquer concorrência, os mercados de alimentos do mundo, e serão necessários mais sete anos para levarmos as nações de hoje a um acordo judicioso e perfeito, que interesse às nações menos ricas - e geralmente pobres.


Isso representa uma disposição final, se não forem adotadas medidas enérgicas, com a colaboração da China e da Índia. Milhares de horas foram perdidas nas discussões do acordo com a OMC , sendo valioso citar as palavras da representante dos EUA, que não foi ouvida, embora a imprensa tenha registrados suas palavras.


Isso faz imaginar um mundo deixado à própria sorte, visto que não se entendem as nações após sete anos de total trabalho na Rodada Doha . Não é preciso uma guerra para liqüidar o mundo, basta o desajeito entre as nações recrutadas pela OMC.


Diário do Comércio (SP) 29/7/2008