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Biografia

Terceiro ocupante da Cadeira 13, eleito em 15 de maio de 1902, na sucessão de Francisco de Castro, tomou posse por carta. Estava designado para recebê-lo o Acadêmico Silvio Romero.

Martins Júnior (José Isidoro M. J.), jurista e professor, nasceu no Recife, PE, em 24 de novembro de 1860, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de agosto de 1904.

Era filho de José Isidoro Martins e de Francisca Martins. Fez os estudos primários com o avô, o professor Vitorino Martins, e os secundários no colégio do professor Jesuíno Lopes de Miranda. Publicou no periódico O Progresso os seus primeiros versos. Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife em 1883. Durante os anos acadêmicos, aproximou-se de Clóvis Beviláqua, tendo com ele redigido as Vigílias literárias (1879), a Idéia Nova, O Escalpelo (ambos de 81) e o Estenógrafo (1882). Deixou muitas poesias esparsas nos jornais de Pernambuco e do Rio.

Discípulo de Tobias Barreto, Martins Júnior era um espírito de tendências renovadoras. Em Recife ingressou na advocacia e no ensino particular, como professor de francês e de história natural na Escola Propagadora da Boa Vista. Concorreu para cátedra da Faculdade do Recife por três vezes sucessivas. Em 1888, foi classificado pela Congregação que o indicou à nomeação. Mas o ministro do Império nomeou Adelino de Luna Freire, que se classificara em terceiro lugar. As três teses apresentadas por Martins Júnior foram, posteriormente, reunidas no volume Fragmentos jurídico-filosóficos.

Continuando a ação pública, Martins Júnior redigiu, em 1887, com Artur Orlando também acadêmico, Adelino Filho e Pardal Mallet, a Revista do Norte. Em 88, fundou o Diretório Republicano, que se destinava a incentivar as idéias da Abolição e da República. Para esse fim, fundou o jornal O Norte, com Maciel Pinheiro, Teotônio Freire, Henrique Martins e Rodrigues Viana.

Em 28 de novembro de 1889, finalmente, foi feita justiça pelo novo regime, com a nomeação de professor da Faculdade de Direito do Recife. Multiplicava-se em artigos de jornal, em conferências, em discursos. Exercia, ao mesmo tempo, as funções de fiscal da emissão do Banco Sul-Americano e presidia a comissão encarregada de elaborar a lei constitucional de Pernambuco. Em 91, entrou para o Jornal do Recife, a fim de fazer oposição ao presidente do Estado, Conselheiro Lucena, levando-o a resignar o cargo. Travaram-se, então, lutas de Martins no ambiente político do seu Estado. Fundou o Novo Partido Republicano de Pernambuco. Em fevereiro de 92, a regime florianista interveio, indicando o nome de José Alexandre Barbosa Lima para presidente do Estado. Como reação a essa atitude do Marechal, começou a desagregação do partido de Martins, agravando-se a luta entre ele e Barbosa Lima. Com a revolta da Armada, Martins declarou-se francamente ao lado de Floriano. Organizou um batalhão patriótico, o Seis de Março, no qual passou a servir com o posto de capitão.

Em 1894 foi eleito deputado federal, indo residir no Rio de Janeiro. Reeleito em 1897. Com a reforma dos estatutos da Faculdade do Recife, suprimiu-se a cadeira de História do Direito, que ele regia. Passou então a exercer o professorado na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro. Quando Quintino Bocaiúva foi eleito presidente do Estado do Rio de Janeiro, convidou-o para seu secretário de governo.

Poeta, deu a lume as Visões de hoje, em 1881 em cujo prefácio explicou a sua concepção de poesia, que “deve ir procurar as suas fontes de inspiração na Ciência; isto é, na generalização filosófica estabelecida por Auguste Comte sobre aqueles seus troncos principais de todo o conhecimento humano”. Em prol da sua concepção escreveu A poesia científica (1883). Arauto da poesia científica, foi a maior causa da sua notoriedade, pelas discussões e polêmicas que suscitou, e foi também a causa do seu olvido.

Da sua obra de jurista destaca-se História do Direito Nacional (1895), obra pioneira entre nós sobre a matéria.