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Discurso de recepção

Discurso de recepção por Hermes Lima

Senhor Genolino Amado,

Há cinquenta anos caminhamos juntos, ora mais perto, ora mais distante, desde a Faculdade e desde a casa em que a extraordinária mulher que foi Donana me augurou um lugar na amizade e no afeto do clã dos Amado.

É uma pura alegria receber-vos hoje na Academia Brasileira de Letras até onde vos elevou o merecimento de vossa obra. Mais que repouso do guerreiro, aberta às correntes literárias, tão somente ciosa de um estilo adequado à representatividade, que lhe advêm de sua missão e de seu passado, no seio da Academia não se embota o dom da criação nem o de sentir e interpretar o presente. Os livros e o labor dos Acadêmicos não cessam de figurar na corrente vital do espírito brasileiro. A Academia consagra, não amortalha.

Ao longo do caminho de nossa geração, a experiência vivida foi-nos ensinando a estimar as consequências de guerras devastadoras, de invenções memoráveis, de revoluções proféticas, enfim, de trevas e alvoradas, que do nosso fizeram um século tumultuoso mas palpitante de perspectivas.

Duas conflagrações mundiais, a primeira contemporânea de nossa adolescência, a segunda de nossa mocidade, abriram sulcos de controvérsia e contestação por onde continuam a correr o sangue e a esperança dos homens. Influências, orientações, dúvidas e angústias surgentes da sociedade abalada em seus fundamentos, converteram-se em quinhão compulsório das consciências pela instantaneidade do relacionamento entre povos e indivíduos.

E, contudo, segundo observastes em Um Olhar sobre a Vida, é sempre a esperança que alenta e desafia, “só a esperança”, escrevestes, “é realmente ameaçadora, combativa, terrível pela coragem e decisão de agredir ou resistir”. Mas porque ardemos em rivalidades, polêmica será também a esperança e, portanto, o ofício de cada homem ameaça convertê-lo num beligerante. Uma tempestade varre a terra, recordais em Vozes do Mundo, tempestade no grande e no pequeno, a envolver-nos em atmosfera de incertezas.

De vós, entretanto, jamais se dirá que sois um beligerante. O senso do humano, o irresistível pendor de compreender situam vossa personalidade na posição de equilíbrio que na lucidez encontra seu ponto de apoio. Lembro-me do vosso ensaio – A Esfinge e a Bailarina – o gesto alado da moça desfiando a majestosa inutilidade do movimento. Dizeis: “Mesmo que a ação não represente nada para a vida, sem ação a vida não se representa”, pois “um gesto minúsculo enche mais o deserto do que um bloco imenso que se imobilizou no areal”.

Sois um mestre do ensaio, da crônica e do memorialismo. O personagem central de vossos escritos é a vida. Acontecimentos, episódios, figuras e símbolos entram e saem da vida e lhe dão cor, sentido, extensão e a vida nunca é a mesma sem deixar de ser ela própria. Vossa sensibilidade, vosso talento de escritor captaram da lida de viver, sentir e lutar momentos supremos, o sumo das experiências, a tensão dos nervos e o arfar do coração. Daí o segredo do perene valor literário de vossas crônicas espalhadas pelo jornal e pelo rádio. Quero referir-me, de modo especial, às Crônicas da Cidade Mararvilhosa. Interpretadas por César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, tanto sucesso alcançaram que sugeriram a André Filho a famosa marcha, hoje o hino da Guanabara.

De fato neste Rio de Janeiro de todos nós, encontrastes a matéria humana e social para as finas, penetrantes observações que cintilam no labor do cronista a surpreender costumes, gestos, modos de ser e de pensar, a paisagem, o jeito de viver e a vivacidade carioca. Há três décadas, o Rio era diferente. Curtia-se uma vivência mais espontânea, mais livre para se comunicar, a estrutura urbana não sufocava tanto e as diferenças sociais, menos ostensivas.

Podíeis, então falar em “Os inocentes do Leblon” do “heroísmo carioca” ao resistir, no caminho do trabalho, às seduções do sol, do mar, da floresta. Agravou-se a tarefa de ganhar o pão de cada dia em metrópole tão atropelada de problemas e automóveis. A sobrevivência custa mais caro, mais domínio e organização a riqueza. Enfim, conforme já prevíeis na década de quarenta, a gente moderna só procura na alegria do corpo ou do espírito vantagens de ordem prática. Temos de viver no clima social do progresso afluente proporcionado pela tecnologia e pela automação. Mas deixa estar. O homem é a medida de todas as coisas. Ele fará prevalecer sua medida sobre o desencadeado mecanismo. Máquinas são para servir ao homem, não a uma minoria, mas a todos o homens.

O aprazimento de estar no mundo pode acontecer a qualquer hora e, de fato, fostes encontrá-lo numa tarde de verão, em que o sol “esvoaçava sobre a cidade como um pássaro de fogo”, no livro que, ao acaso, retirastes da estante. Era Machado de Assis. Ao fim de breve trecho, já vos sentieis num clima suavíssimo a que vos restituia a arte do velho bruxo segundo relatais nesta página magistral:

A prosa quebradiça, um tanto cambaleante, não escorria como a caudal amazônica de Alencar, nem estortegava num clamor de Paulo Afonso como na cachoeira lírica de Castro Alves. O seu movimento era o de uma pequenina cascata de serra, descendo medrosa, a tropeçar nas pedras, límpida e fria. Limpidez que propriamente não quer dizer claridade, mas transparência. Frieza que não vem de mármores parados, mas de águas fugitivas. Nesse mundo translúcido perdia-se a noção da cor. Nessa atmosfera mágica amornavam-se todas as ardências. O velho e grande Machado de Assis corrigia a natureza, submissa à vontade criadora do escritor. E fiquei a pensar que prodígio de vigilância sobre si mesmo, de alerteza mental e de contenção nervosa, representa essa obra machadiana, tão contrária às sugestões do trópico, tão dominadora de suas influências, realizada num desafio permanente ao meio físico e aos seus reflexos na alma do brasileiro. Imagino o mestiço de sangue escaldante, cuja infância conheceu os calores ferventes do Morro do Livramento, que trabalhou na estufa de uma tipografia, que de roupa escura e colarinho duro ia para o forno de uma repartição do governo e terminava o seu dia enfurnado num canto da Garnier, onde os luminares do tempo suavam Literatura. Tudo isso devia perturbar-lhe a cabeça, mexer-lhe na sensibilidade, esquentá-lo, atordoá-lo. A cidade, ainda com suas vielas coloniais, era uma caldeira, um panelão infernal. Por toda a parte, gente de casemira pesada, bufando sob a canícula. Rangendo nos trilhos, o bondinho de burro, que levava o romancista para o Cosme Velho, ia arrastando também todos os rumores da terra abrasada, rumores de samba, de carnaval, de população foliã e gritadora, de carnalidade excitada pelo verão, de condoreirismo literário, de oratória equatorial. O bafo e o berreiro das ruas entravam com Machado de Assis na casa onde ele ia passar a noite escrevendo.

Muitas e muitas vezes, essa noite era ainda mais quente do que o dia. Mas, no domínio da própria fadiga, esse tímido herói das aventuras solitárias do espírito compunha os seus livros finos e frígidos, sem perder um instante o senso de harmonia, renunciando ao pitoresco depois de ter visto com os olhinhos míopes o colorido imenso do Rio, afastando a ênfase depois de passar a tarde em conversa com sujeitos enfáticos, contendo a exuberância para atingir ao equilíbrio de um ateniense.

De vez em quando, como um geyser fervido a espoucar numa planície escandinava, o calor do sangue e da cidade saltava para a página escrita. E então a brasa de uma referência aos braços de uma mulher bonita, ao estremecer de um desejo adolescente, arde num trecho de conto ou de romance. Mas é só. Essa faísca que bastaria para incendiar o matagal de outros estilos, logo se apaga na relva orvalhada da prosa machadiana. O seu fulgor é o de um carbúnculo calcado no fundo negro do chão queimado pelos calores da terra, para brilhar depois, milagrosamente transfigurado, na fria luz de um diamante. Foi um drama telúrico o que se desenrolou na cabeça de Machado de Assis para que a sua obra surgisse onde menos se podia esperar por ela.

Esse homem predestinado, literariamente singular, contido e fechado sobre si mesmo, que foi Machado de Assis, distinguia-se positivamente do brasileiro que, segundo vossa observação, só é respeitoso de lugares comuns quando escreve ou discursa, mas na conversa é de uma irreverência soberba e gratuita.

Sois, na verdade, como João do Rio, como Lima Barreto, um cronista desta cidade, na qual a gente não sabe onde a praia acaba e começa a rua, e de cuja convivência recolhestes tantas figurações do labutar carioca, as preferências que cobrem a personalidade de seu povo, a começar pelo carnaval e pelo futebol.

Seguia a guerra seu curso ainda indeciso quando surdo rumor iniciado com a semana, entrou a pressagiar coisas graves. Um Tribunal de penas iria pronunciar decisão da qual passou a pender emocionada expectativa. Afinal, reunido secretamente, em longa sessão como convinha à importância da matéria, eis que o portal da Corte se descerra e, agora, eu vos dou a palavra:

Um rumor de passos viera do recinto sagrado. Gemem trincos, rangem gonzos, abre-se a porta principal. A solenidade do momento impõe-se a todos. Há um silêncio espectante. Mas logo se desencadeia o alarido quando a sentença é proclamada. Os jornalistas precipitam-se escadas abaixo, numa sofreguidão cinematográfica. Tinem e retinem campainhas de telefone. Trepidam os prelos. Estrondejam microfones. Preparam-se manchetes de letras imensas.

E foi assim que o Rio veio ontem a saber que o Sr. Drolhe da Costa não pertence mais ao quadro de referees da Federação Metropolitana. Porque todo o gravíssimo acontecimento, que abalou a cidade, que encheu colunas e colunas, que tomou o tempo das estações de rádio, que absorveu a atenção de meio mundo, inclusive de homens de letras, altos funcionários do Governo, individualidades representativas da elite social, se reduziu a uma decisão em torno deste personagem singular que ora recebe aclamações consagradoras e ora pateadas ultrajantes – o juiz de uma partida de futebol.

Claro, a dimensão humana do Rio não se resume a isto, a cidade é aberta, convida à alegria, pois o Rio tem juventude. É dessa graça, dessa vitalidade carioca que vossas crônicas guardam o sabor, o colorido, a espontaneidade.

Em Vozes do Mundo fulgura uma série de ensaios primorosos de que destacarei os dedicados a Bernard Shaw, a André Gide e a Pirandello.

O jogo dos contrastes, luz e sombra, a luminosidade às vezes paradoxal das análises projetam os atributos assim do gênio como da vivência com que autores e obras interpretaram e clarearam a realidade.

Em Bernard Shaw, além do escritor, de cujas peças saltaram para a humanidade tantas figuras poderosas, provoca vossa admiração o realista, portanto, “uma criatura absurda, segundo esclareceis, para os que só veem o mundo através da nuvem ilusória de lugares comuns que a rotina e os prejuízos vão interpondo entre os olhos e a realidade. Era um homem sem romantismo, enamorado da razão e da ciência. Eis por que pareceu uma criatura sem juízo”. Nesse demônio jovial habitava “um velho puritano que seria capaz de embarcar numa caravela para fundar num continente novo uma pátria nova”. Realmente, predominante é a vocação do grande escritor para construir e reformar. Se seu “humour truculento” move-se como rolo compressor contra preconceitos e formas estabelecidas, para compreendê-lo, segundo assinalais, “é preciso procurar os seus confessados motivos de desgosto”, pois “é através de declarações de guerra que faz declarações de amor”. Assim, no propósito de “explicar como uma mulher pode ser pura, quando as condições de vida lhe permitem o luxo da pureza, põe em cena um prostíbulo. Para explicar o milagre maternal de uma dama leva-a a viver entre bandidos”. Eis por que as pilhérias de Bernard Shaw, já o haviam notado, têm um sentido austero e suas piadas são sermões.

Discorrendo sobre André Gide, indagais de que Gide se pretende falar pois são muitos, nas infinitas mutações de sua força humana de inteligência e de sensibilidade. Desenhais sua figura complexa, desconcertante, de anjo sensitivo e, ao mesmo tempo, frio demônio racionalista que “vivendo o próprio mistério parece sempre tão simples e tão lógico no puro cristal de sua arte”. É claro e difícil de compreender. Na obra de Gide, assinalais, “o que anda, o que se agita não são os personagens, são os conceitos, as fórmulas, as teorias, as interpretações da alma”. Protótipo de homem inteligente, assim o explicais:

[...] quando digo inteligente, não falo do criador, do imaginador, do inspirado. Falo do homem que compreende, do homem que critica, do espírito que disciplina intuições, “experiências, impulsos, sentimentos, fantasias, ideias apanhadas no ar, nessas iluminações repentinas do gênio; que disciplina tudo isso à fria razão coordenadora, simplificadora, vivendo e entendendo a vida para explicar a vida”.

Agora, Pirandello. Esse é nosso velho conhecido. Estou a lembrar a visita que ambos lhe fizemos, no Municipal de São Paulo, aí pelo fim da década dos 20, onde uma companhia italiana representava algumas de suas peças. De estatura meã, cavanhaque petulante, olhos acesos, seu rosto tinha espantosa mobilidade. Disseste-lhe que ali estávamos para saudar o Shakespeare moderno e ele sorriu feliz. Mas, então, deixastes cair o reparo: “Há uma diferença, Shakespeare nunca foi senador.” Reagiu como se houvesse recebido uma estocada. Explicou que o assassinato de Meteotti provocara crise moral e política tão profunda que se sentiu no dever de ajudar o Governo, aceitando a nomeação para o Senado, pois temera o pior.

“Naturalmente, o Sr. é admirador de Bernard Shaw”, concluístes, apertando-lhe a mão.

“Colega”, respondeu.

Notais, de logo, que em Pirandello sua própria vida, sua personalidade são alheias à obra que escreveu. Pirandello é professor, preparado para afirmar ou negar, porém na Literatura recusa-se sempre a concluir. Escrevestes: “Cada uma de suas criaturas, tem uma certeza própria e diferente e, por isso mesmo, uma dúvida imensa paira sobre essas certezas que se contradizem e a verdade oscila como uma lâmpada trêmula, cuja luz se inclina de um lado para outro, ao sopro de qualquer afirmação ou negação.” È, como dizeis, um puro homem de letras, que cria pelo gosto de criar, pelo recreio do espírito, pelo sabor da aventura intelectual.

Tem fôlego de ensaio vosso prefácio de 1942 à versão brasileira de Zadig. A obra voltairiana parecia de destino encerrado, como o destino do século XVIII, porque, são vossas palavras,

[...] expressão de um tempo e de uma luta, ao fim dessa luta e desse tempo já não tinha outro sentido que o da arte realizada. O dom de influir fora trocado pela arte de encantar. A força transformara-se em graça. Desaparecido o antigo conteúdo que tanto pesava em cada linha, as suas páginas ficaram tão leves como papel de seda. Perdera-se até a marca inicial da criação. Tão cheia de intenções quando apareceu a pequenina obra demoníaca, tornara-se quase inocente.
 
Esquecera-se que Zadig “foi um momento da consciência humana”. Mas, nos idos de 1942, a treva nazista ameaçava cobrir o mundo, e, segundo acentuáveis, “da própria Europa criadora da ideia do indivíduo e da liberdade humana saía uma filosofia em que se anunciava a decadência do Ocidente e se restabelecia o predomínio dos mistos sobre os dados obtidos pela investigação e pela análise. Declarou-se a morte do espírito cartesiano”.

Semelhante a esse era o quadro intelectual, traçado por vossa pena, na Babilônia de Zadig onde

[...] não havia lugar para o sutil raisonneur, o pesquisador da Natureza. Diante dele, temíveis e dominadores, erguiam-se os mitos sagrados. Contra a razão investigadora invocava-se a autoridade dos bonzos, detentores e distribuidores exclusivos da Verdade. Os magos, em comunicação com o Infinito, recebendo-lhe as revelações eternas, desprezavam e oprimiam o espírito curioso que procurasse atingir por si mesmo ao conhecimento do relativo, do terreno e do humano. O homem de sabedoria, impotente e insignificante, só tinha por função o ornamento das festas e o recreio do Príncipe.

Desse modo, a significação política de Zadig atualizava-se, porque, assim concluístes, “se o dogma se impõe ao argumento ou à análise científica, o analista ou o argumentador terá de ser uma vítima lógica do dogmatismo instalado no poder”.

A revelação imediata em vossos trabalhos é do talento de escritor, a capacidade de exprimir, o sentido da cor e do peso das palavras. Esse talento já está presente no primeiro de vossos contos intitulado “O Homem e a Frase”, datado de 1927, cujo período inicial tem a graça de um achado literário: “Andava solta a alegria pela terra quando José Ferreira foi reassumir as funções de escriturário no Ministério após os meses de licença a que lhe deram direito dez anos de impecável burocracia.”

O tom luxuriante desse conto de estreia logo cede à limpidez e à energia de um estilo que agarra gente, ideias, sentimentos e paisagens com a segurança dos mestres no ofício de escrever.

É o dom de maturidade literária palpitante em vossa colaboração no Correio Paulistano, em plena força nas crônicas irradiadas da Cidade Maravilhosa e nas que se seguiram nos jornais, modelos aclamados do gênero, e tudo culmina em O Reino Perdido, o mais recente de vossos livros. Essas histórias de um professor de História constituem verdadeira criação literária pela beleza das evocações, pelo poder de fixar a juvenilidade dos alunos e também a circunspeção de professores e funcionários, a vivacidade, o movimento e os contrastes respirantes na atmosfera da escola. Entre esses contrastes estava o do professor – o mundo todo brigando na maior guerra da História e ele a lecionar a História que morrera: “os porta-aviões e os cruzadores em Guadalcanal, eu com as trirremes gregas, ofensivas e contraofensivas motorizadas nas estepes russas, eu a pé com as legiões romanas. O pó dos séculos mortos cobria a sangueira do presente nas aulas às meninas.”

Esse rio adolescente deixaria de correr um dia, pois, são vossas palavras de despedida,

[...] transformou-se num lago cristalino sobre o qual me debruço quando quero rever as de cova no queixo, as de pinta no rosto, as de olhar sonso, as de feições abertas, as estabanadas e as manhosas, as baixotinhas de busto erguido, as esguias ainda sem ondulações de seio, as de franja na testa, a de tranças, as de cabelos revoltos, a com a pelúcia de pêssego no antebraço, as meninas sempre meninas da Escola, as meninas que me reaparecem na ilusão de um abril que se foi, as reencontradas infantas do meu reino perdido.

Estais em vossa casa, Sr. Genolino Amado. Sede bem-vindo.

14/11/1973