A Academia Brasileira de Letras vai promover no dia 13 de março uma solenidade em memória do cineasta Cacá Diegues, que morreu na última sexta-feira (14), aos 84 anos, depois de complicações em uma cirurgia. Ao final da chamada 'sessão da saudade', o presidente da ABL, Merval Pereira, vai declarar aberta a cadeira 7, antes ocupada pelo artista.
A partir desse momento, de acordo com os ritos previstos pelo regimento da instituição, serão iniciadas as inscrições de candidatos à sucessão. Esse processo está marcado para o dia 27 de março e a eleição está marcada para o dia 30 de abril, às 16h.
Missa
Nesta quinta-feira (20), familiares, amigos e admiradores de Cacá vão se reunir na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na PUC-Rio, na Gávea, às 19h, para a celebração da missa de sétimo dia.
Trajetória
Carlos José Fontes Diegues nasceu em 19 de maio de 1940, em Maceió (AL) e se mudou para o Rio aos 6 anos.Considerado um dos fundadores do Cinema Novo, ao lado de Glauber Rocha e outros nomes, Cacá estreou com "Ganga Zumba" (1963), o primeiro longa estrelado por atores negros no Brasil. Dentre suas mais de 30 produções, destacam-se "A Grande cidade" (1966), "Os Herdeiros" (1969), "Quando o Carnaval Chegar" (1972), "Xica da Silva" (1976), "Bye Bye Brasil" (1980), "Dias Melhores Virão" (1989), "Tieta do Agreste" (1995), "Orfeu" (1998) e "Deus é Brasileiro" (2003).
O cineasta acumulou, ainda, premiações e participações em festivais internacionais, tornando-se um dos realizadores brasileiros mais conhecidos no mundo. Em 2016, foi tema do enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo. Em 2018, tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras.