A Academia Brasileira de Letras expressa seu pesar pela morte de Dalton Trevisan, um dos maiores narradores da ficção brasileira. Por mais de oito décadas, ele fascinou seus leitores com uma linguagem peculiar e minimalista. Ganhou os principais prêmios literários do país, especialmente o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, em 2012, pelo conjunto da obra. No mesmo ano, venceu o prêmio Camões.
Sob a presidência da escritora Ana Maria Machado, a comissão julgadora do prêmio Machado de Assis, formada pelos acadêmicos Eduardo Portella, Lygia Fagundes Telles, Tarcísio Padilha, Sergio Paulo Rouanet e Geraldo Holanda Cavalcanti concedeu o prêmio Machado de Assis a Trevisan sob o argumento de que ele era “portador de uma linguagem predominantemente interiorizante, porém sensível às movimentações sociais. Desde cedo, se afirmou, sobretudo na história curta, mais especificamente no conto. Trata-se de um contista personalíssimo navegando contra a corrente institucional do conto. Neste sentido, suas "Novelas nada exemplares" são exemplos desse esforço de abertura do gênero".
A comissão destacou, também, "A faca no coração", "A polaquinha", "Crimes de Paixão", "O vampiro de Curitiba", entre outras obras do autor curitibano.
Venceu ainda por quatro vezes o Prêmio Jabuti, duas vezes o Prêmio Biblioteca Nacional, uma vez o APCA e o Portugal Telecom.
Em 2025, a ABL prestará homenagens ao escritor em seus ciclos de palestras.
10/12/2024