Surgimento repentino de casos de uma doença, que atinge número restrito de pessoas em determinada localidade.
“A característica dos rotavírus de produzir surtos de diarreia familiar tem sido registrada em poucos estudos9, 10. Efetivamente, Kapikian e col.11 conferem esse particular epidemiológico a outro grupo de vírus – os ‘parvovírus like’ – que são capazes de produzir gastroenterites epidêmicas em pequenas comunidades. O presente relato assinala microssurtos associados a rotavírus, no período de fevereiro de 1981 a abril de 1982, em 6 famílias que residem na área de Belém.”1
“O titular da Secretaria da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, já havia afirmado, nesta quinta-feira (29), que a capital apresenta ‘microssurtos’ da doença [covid-19], em especial, na região vizinha ao Bairro Meireles, pertencente à Regional II. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a faixa etária predominante dos pacientes registrados nos últimos dias é de 20 a 39 anos de idade. ‘O incremento de casos de jovens moradores de áreas ricas da cidade pode ter sido associado, em alguma medida, aos chamados eventos superdisseminadores (superspreaders), como tem sido relatado em outros países. São surtos que se iniciam em aglomerações onde há limitado uso da máscara e muitas pessoas ocupando espaços privados ou públicos, quase sempre com pouca circulação de ar’, aponta a SMS [Secretaria Municipal de Saúde].”2
“Com 55.917 casos confirmados e a evidência da existência de microssurtos da covid-19, Fortaleza inicia, amanhã (3/11), a quarta fase da pesquisa de soroprevalência. O objetivo é realizar testagem para detecção da doença causada pelo novo coronavírus em domicílio e ampliar o controle epidemiológico no município. De acordo com a Prefeitura de Fortaleza, serão realizados 3.300 exames do tipo RT-PCR e coleta de sangue em moradores do município. Todas as amostras coletadas serão analisadas pelo centro de testagem da Fiocruz no Eusébio.”3
“Doença de Chagas Humana (DCH), também conhecida como tripanossomíase americana, é uma zoonose causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi.1 Trata-se de uma patologia endêmica nas Américas Central e do Sul, onde se encontram aproximadamente 17 milhões das pessoas infectadas e outros 100 milhões de indivíduos com risco de infecção.2 Em relação ao Brasil, tem-se que a prevalência total da DCH é de 4,2% e, na região Nordeste, a taxa da infecção pode atingir mais de 5,0%.3,4 Além da transmissão vetorial, há a transmissão por transfusão do sangue, transplante de órgãos, via oral, vertical e acidente laboratorial.5,6 Recentemente, ocorreram microssurtos dessa doença por transmissão oral em cidades do interior de Santa Catarina e da Bahia.7,8”4
“Sobre a incidência de hepatite B e malária entre os índios do Javari há um relatório de autoria do então Chefe do Departamento de Saúde da Funai, Dr. Rômulo C. S. Moura, que afirma: ‘Desde julho de 1993 tem sido divulgada a ocorrência de óbitos por doença ictérica aguda no Vale do Javari acometendo, principalmente, as populações indígenas. Tais óbitos têm sido atribuídos à hepatite B pelos profissionais de saúde e população locais, e à malária pelas equipes que realizaram as investigações epidemiológicas na área. Após denúncia pela imprensa de surto de doença ictérica aguda com óbitos atribuídos à hepatite entre indígenas do Vale do Javari, uma equipe do CENEPI/MS [Centro Nacional de Epidemiologia – Ministério da Saúde] realizou investigação epidemiológica na área e concluiu tratar-se de malária. Entretanto, os testes sorológicos realizados demonstravam que a área era hiperendêmica para o vírus da hepatite B e Delta. Apenas 18,4% da população estava imunizada pela vacina, 21% é portadora do vírus da hepatite B, 66,5% apresentavam imunidade adquirida pelo contato com o vírus B e 32% com o vírus D. Portanto, é bastante provável que desde esta época venham ocorrendo microssurtos de hepatite fulminante em meio a uma alta incidência de malária.’”5
“A distribuição espacial da LTA [Leishmaniose Tegumentar Americana] no estado de São Paulo vem se mantendo em função de microssurtos em torno de áreas em que a cobertura vegetal está sendo reconstituída. Visualmente, as áreas com maior incidência no estado coincidem com os municípios que apresentaram maior índice de vegetação, principalmente na faixa entre 60% ou mais, fato que poderá ser mais bem mensurado com cruzamentos de dados em SIG [Sistema de Informação Geográfica]. A forte dependência espacial sugere ainda mais pesquisas utilizando-se variáveis geográficas.”6
1 SILVA, Karla Tereza F. e; LINHARES, Alexandre C.; GABBAY, Yvone B. Microssurtos familiares de gastroenterite aguda associada a rotavírus na área de Belém, Pará. Revista da Fundação SESP, Rio de Janeiro, v. 29, n. 2, p. 129-236, 1984. Disponível em: https://ds.saudeindigena.icict.fiocruz.br/bitstream/bvs/6974/2/Microssur.... Acesso em: 6 nov. 2022.
2 G1 CE. Fortaleza tem circulação viral de covid-19 ‘ainda relevante’, diz boletim da SMS. G1, 30 out. 2020. Ceará. Verdes Mares. Disponível em: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2020/10/30/fortaleza-tem-circulaca.... Acesso em: 6 nov. 2022.
3 REDAÇÃO. Inquérito sorológico: Com microssurtos de covid-19, Fortaleza realiza amanhã testes em 112 bairros. Diário do Nordeste, 2 nov. 2020. Disponível em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/inquerito-sorologico-c.... Acesso em: 6 nov. 2022.
4 CARVALHO, Raissa Bastos; SILVA, Hugo Carvalho; COUTO, Marcos Vinícius Guerreiro; CONCEIÇÃO, Fabiana Behrmann da; RIBEIRO JUNIOR, Gilmar; BASTOS, Claudilson José de Carvalho. Perfil biossocial dos indivíduos portadores de doença de Chagas atendidos no Ambulatório de Infectologia do Hospital Couto Maia, Savador, Bahia. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 37, Suplemento 1, p.133-143, jan./mar. 2013. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-0233/2013/v37nSupl_1/a3430.pdf. Acesso em: 6 nov. 2022.
5 VIANA, Sebastião. Estudo soroepidemiológico das hepatites B e Delta na população de doze municípios do estado do Acre, Brasil. Tese de Doutorado. Faculdade de Medicina, Núcleo de Medicina Tropical. Universidade de Brasília. Brasília, 2003. Disponível em: https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/documents/0FD00083.... Acesso em: 6 nov. 2022.
6 FONSECA, Elivelton da Silva. Visão geográfica das estratégias de controle das leishmanioses no município de Teodoro Sampaio, SP, com o apoio do geoprocessamento. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências e Tecnologia, Programa de Pós-graduação em Geografia. Universidade Estadual Paulista – Presidente Prudente. São Paulo, 2013. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/105088/fonseca_es_dr.... Acesso em: 6 nov. 2022.