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ABL na mídia - Jornal O Candeeiro - Escritor baiano é candidato a vaga na Academia Brasileira de Letras

 

Considerado um dos principais autores brasileiros contemporâneos, Calazans é conhecido por seu compromisso com temas regionais, com tributo à tradição cultural de uma das mais emblemáticas regiões da Bahia, retratando o cotidiano e a história do povo cacaueiro.

“Assumir a cadeira 27 não é apenas um anseio pessoal, mas uma oportunidade de dar centralidade à contribuição cultural da Bahia para a perpetuação de uma literatura que, como diria Jorge Amado, ‘é feita para o povo e pelo povo’. Espero trazer uma visão que honre o legado de Antônio Cícero e valorize a diversidade cultural do nosso país", afirma Calazans.

O escritor destaca que, como baiano, está distante da sede da ABL e das oportunidades de diálogo direto com membros, mas sente-se alinhado com todos os concorrentes em seu compromisso pela língua portuguesa e pelo desenvolvimento da literatura nacional. Ele oficializou sua candidatura por meio de carta enviada ao imortal Merval Pereira, atual presidente da ABL.

"Acredito que qualquer candidato que venha a ocupar a cadeira 27 honrará o legado do grande poeta Antônio Cícero. Estou aqui, junto com todos eles, lutando por uma língua portuguesa melhor e pela expansão da literatura brasileira aos lugares mais distantes deste planeta,” observa o autor.

Os livros

Calazans segue a inspiração e os passos de Jorge Amado e de pelo menos outro grande autor baiano, Adonias Filho, cujas obras mantêm vivo o legado nordestino em leituras que transitam entre o clássico e o popular, refletindo os dilemas e encantos do homem comum. Nascido em um pequeno vilarejo chamado Jacareci, seu primeiro livro foi "Dúvidas & Desejos". Obras como "O Beco", "Rio Sol - Uma História de Fé", "Cortina de Fumaça","A Salamandra" e o infanto-juvenil "O Pé de Cacau Encantado" - indicado ao Prêmio Jabuti - fazem parte de sua carreira de escritor renomado.

Os temas retratados vão desde a fé e resiliência até questões sociais como a violência urbana e a corrupção. Sua prosa combina uma linguagem simples e cativante com uma profundidade que ressoa com a diversidade cultural do Brasil em um mundo marcado pela inovação.

Seu próximo romance é “O Portão 4”, em fase de pré-lançamento. A obra traz uma narrativa singular sobre o povo paulistano, prometendo encantar os leitores ao mergulhar na vibrante cultura boemia de São Paulo, celebrando a cidade que o inspira e acolhe. Nele reafirma seu compromisso com a arte de contar histórias que capturam a essência do cotidiano e da alma brasileira. Em seguida, em 2025/2026, apresentará “Tudo por um Conto”, uma coletânea de contos, e mais um romance, “A Diaba”.

A força da literatura

Tanto Machado de Assis quanto João Calazans Filho são autores negros e representam, em diferentes contextos históricos, a importância da representatividade na literatura brasileira. Machado de Assis, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e expoente do realismo, enfrentou o racismo do século XIX, enquanto João Calazans Filho deseja entrar para a casa de Machado, concorrendo à cadeira 27 que está vaga e, em sua contemporaneidade, aborda questões sociais e culturais com uma visão crítica e engajada, destacando a riqueza do povo brasileiro. Ambos exemplificam a força da literatura como meio de expressão e transformação social.

Ao longo de sua carreira, Calazans vem se envolvendo em projetos culturais e educacionais, dedicando-se a incentivar novos escritores e promover o gosto pela leitura entre jovens e adultos. O escritor vê na Academia Brasileira de Letras uma plataforma para expandir esses esforços e contribuir ainda mais para o fortalecimento da cultura e literatura brasileiras.

A literatura surgiu na vida de Calazans já na maturidade. Professor e educador, teve parte significativa de sua vida profissional voltada para o esporte, com a oportunidade de visitar inúmeros países, sempre com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de jovens talentos e a promoção de valores brasileiros por meio do fomento à prática esportiva.

"Mas, foi na literatura que encontrei, na maturidade, meu maior alicerce e alavanca de ação, a partir da produção cotidiana de escritos que dialogam com as múltiplas facetas da realidade humana", completa o escritor.

Matéria na íntegra: https://www.jornalocandeeiro.com.br/noticia-40634-escritorbaianoecandidatoavaganaacademiabrasileiradeletras

25/11/2024