Depois da tempestade
Assim como ninguém sabe quando e como vai acabar a praga desse vírus no planeta, ninguém pode saber o que será o mundo depois que ele for embora.
Assim como ninguém sabe quando e como vai acabar a praga desse vírus no planeta, ninguém pode saber o que será o mundo depois que ele for embora.
O canto é o mesmo de manhã, de tarde e, às vezes, à noite também.
Ninguém me contou, eu mesmo vi Jair Bolsonaro declarar na televisão que tinha informação segura de que a eleição americana tinha sido fraudada.
O que o presidente, seus parentes e aderentes têm praticado, contra aqueles que lutam contra a Covid, é uma perseguição política que produz, como resultado, a morte de mais vítimas de verdade.
Meu coração quase parou quando li, no Estadão de 27 de fevereiro, o título da matéria: “Livro conta como o ex-censor Roberto Farias dirigiu um filme censurado em plena ditadura”.
Assim que os jogos decisivos da noite de quinta-feira acabaram, meu amigo Joca me ligou eufórico para que nos encontrássemos, a fim de celebrar o Brasileirão do Flamengo.
Estamos perdidos, o Supremo acaba de proibir o esquecimento.
Já disse, mais de uma vez, que João Ubaldo Ribeiro foi um presente que Glauber Rocha me deu.
Uma irmã de minha avó, a quem chamávamos de tia Sinhazinha, foi enfermeira militar na Força Expedicionária Brasileira (FEB), lutando nos campos da Itália durante a Guerra no final dos anos 1940.
Quem me lê sabe que não costumo publicar nem discutir na coluna mensagens de leitores.
Pouco antes da conquista do planeta pelo coronavírus, pegava fogo o debate sobre a crise da democracia.
Joca, meu amigo que mora nos altos do Rio, numa casa cercada por trecho preservado da Mata Atlântica, me telefonou outro dia.
Por falar em Natal, alguma coisa está mudando em nossos corações.
Não se pode deixar de reconhecer que, vítimas de um equívoco, fomos meio largados no mundo por quem financiou a nossa “descoberta”.