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Artigos

  • As luzes de uma educadora

    Aprendi com o velho mestre Luís Caetano de Oliveira, que era um sábio, uma lição para mim inesquecível: as estrelas morrem, mas a sua luz continua a chegar até nós por muitos e muitos anos . Certamente é o que ocorrerá com a exemplar educadora que foi Edília Coelho Garcia. Ela nos deixou aos 91 anos de idade, mas suas admiráveis lições continuarão a iluminar os caminhos de muitas gerações de professores e especialistas brasileiros.

  • A caminho do terrorismo democrático

    Os ganhos de Mitt Romney nas pré-escolhas republicanas já são o indício promissor de derrubada do espectro temido ao fim de 2011. Vai-se ao isolamento da extrema direita do Tea Party, de Rick Santorum, respondendo, afinal, a um sentimento político americano de rejeição dos extremos. Mesmo se o candidato a avançar não proponha nada, mude de convicção a todo mês e tenha uma convicção absolutamente doméstica da coisa pública. De toda forma, deparamos um freio contra esse sinal dos tempos das radicalizações, frente a este recado tenebroso da Nigéria, de agora, do movimento Baba Tunde, de radicalidade muçulmana, passando da instalação da Sharia, da perseguição frontal dos cristãos e judeus, da destruição dos templos e morte dos crentes. É a etapa, também, em que a Primavera Árabe escreve o seu primeiro epitáfio, na descrença da democracia, como o liame da convivência das nações africanas e do Oriente Médio, liberadas do seu autoritarismo pós-independência, no meio século passado. El Baradei condena, de vez, o futuro das eleições egípcias, deparando o comando do processo pelas forças militares. O que estaria em jogo, entretanto, numa visão mais larga, é a contradição da consciência política desses Estados, ao se dar conta de que o último fruto da democracia será a islamização desses países e o risco da desaparição do laicismo. Não é outro o temor da Tunísia, ainda que o partido confessional vencedor não mantenha o mesmo perigo da Fraternidade Muçulmana, no Cairo, já associado ao pior radicalismo islâmico dos selafidas. O que importará, no novo paradoxo institucional, é o papel das Forças Armadas nesses territórios, como árbitros da liberdade religiosa, e instituições neutras da emergência da modernidade destes países. Esteia-se o Egito, no exemplo da Turquia, às, agora, vias de conflito com o governo, enquanto o exército, fiel à histórica revolução de Atatürk, é o contraponto ao islamismo de Erdogan, e à ameaça de uma torna ao Estado confessional.

  • A China inova

    A China, revelada esta semana mais urbana que rural, busca agora um crescimento qualitativo tanto no seu desenvolvimento social quanto no tecnológico.

  • Futebol e cerveja

    O pessoal da Fifa continua insistindo em detalhes a respeito da próxima Copa do Mundo a ser realizada no Brasil. Não compreendo como, após a decisão final da própria Fifa, quase um ano atrás, certos problemas pontuais não tenham sido esclarecidos por ambas as partes.

  • A competitividade chinesa

    O relatório intitulado “Tecnologia e competitividade em setores básicos da indústria chinesa”, fruto de um termo de cooperação entre a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, sob o comando do ministro Moreira Franco, do PMDB do Rio, e a Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia) da UFRJ, define a inovação tecnológica como o ponto central do desenvolvimento da China.

  • Questão de consciência

    Deparamos, no fruir do ano, os primeiros votos do Supremo relativos aos limites da ação fiscalizadora do Conselho Nacional de Justiça sobre o Judiciário. Está em causa a manifestação crítica que a nossa Corte terá sobre esta instituição, que começa, no país, o sistema de controles externos dos poderes públicos. O Conselho caracterizou-se como o maior avanço da nossa democracia profunda, permitindo a eliminação de toda a velha autonomia, no exercício da competência dos Poderes, e no dispor sobre a sua remuneração.

  • Poetas e poesias

    Não me lembro qual foi o poeta que se recusou a fazer um romance porque jamais escreveria esta frase: "A marquesa saiu às quatro horas". Era um fundamentalista em matéria de literatura. De minha parte, há mais de 60 anos que quase todos os dias escrevo que a marquesa ou a condessa, se não saiu às quatro horas, saiu às quatro e meia. E dai?

  • Davos social

    Houve época em que a reunião do Fórum Econômico Mundial aqui em Davos era um encontro que praticamente definia os caminhos do capitalismo mundial. A crise econômica que domina o mundo desde 2008, no entanto, retirou de Davos essa prerrogativa, resumindo as reuniões seguintes a debates estéreis sobre como sair da crise, sem que surgissem ideias criativas ou soluções viáveis.

  • Austeridade versus empregos

    Não é por acaso que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, abrirá o Fórum Econômico Mundial aqui em Davos. A Europa está no centro das discussões sobre como sair da crise atual, e enquanto os Estados Unidos parecem estar encaminhando uma lenta recuperação, a zona do euro não encontrou um consenso sobre como tratar o assunto de maneira conjunta.

  • Reinventar o capitalismo

    O clima aqui em Davos no primeiro dia de Fórum Econômico Mundial, se não chega a ser de pessimismo, é muito marcado pela necessidade de rever atitudes e procedimentos para que o capitalismo continue sendo o melhor sistema econômico disponível.

  • Em busca do caminho

    Desde janeiro de 2009, sob o impacto da crise econômica que estourara em setembro do ano anterior, o Fórum Econômico Mundial encontrava-se em uma situação de paralisia, como se deglutisse com dificuldade seus próprios erros, culpando-se por não ter entendido que a crise estava já instalada.

  • O rigor histórico

    Não faz muito, lembrei o encontro de dom Pedro II com Graham Bell, quando o imperador do Brasil, testando o telefone que acabara de ser inventado, assustado, teria dito: "Tem um homenzinho falando aqui dentro". Leitor interessado no rigor histórico reclamou junto à ombusdman deste jornal, dizendo que pesquisara no arquivo do Museu Imperial de Petrópolis e a frase ali registrada era: "Meu Deus, isto fala!".

  • Dilma e o sucesso sem surpresas

    Registra o país 59% de apoio, entre ótimo e bom, do governo Dilma. Sua crescente estabilidade foge das expectativas clássicas e da esperança das oposições, como alternativa de chegada ao Planalto. Essa dominante de opinião pública não se chocou com as derrubadas ministeriais, tal como, no passado recente, passou em branco pelo mensalão. É o que só aumentou a desarticulação do chamado "país do tudo bem", habituado ao quadro do velho status quo, entre as condenações moralistas do situacionismo, e, após, de quem lhes tomasse o poder. Esta toada pendular seria o cantochão da mudança, ora tão frontalmente desmontada pelo país de Dilma. Aí está o esfacelamento do DEM e o choque do PSD histórico, nas nossas áreas mais afluentes.

  • Uma agressão à diversidade cultural

    De vez em quando, talvez na falta do que fazer, alguém inventa algo totalmente fora de propósito. No caso da educação brasileira, quase tudo o que poderia ser teorizado consta de belíssimos e bolorentos relatórios. Isso não é coisa nova, pois até no Império buscava-se copiar o que vinha de fora, como uma típica e desnecessária manifestação de transplantação de cultura.