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Artigos

  • Ficar igual ou mudar

    O Globo, em 09/10/2022

    E agora? Agora está na hora de encerrar as dúvidas, escolher um candidato que será definitivo por quatro anos. O que aconteceu no primeiro turno não interessa mais, já votamos nele e agora temos que escolher o candidato definitivo de nosso gosto. Tudo isso até o dia 30 de outubro, quando a coisa se encerra de vez.

     

  • Cultura é tudo

    O Globo, em 25/09/2022

    Acho que não preciso explicar o que significa, para mim, ocupar a cadeira número 7, a que foi de Nelson Pereira dos Santos, na Academia Brasileira de Letras (ABL). Às vezes, penso até que pode ter sido uma ousadia desavergonhada de minha parte, ter-me candidatado a ela.

  • O futuro do país

    O Globo, em 04/09/2022

    A gente sente sempre um certo orgulho pessoal quando alguém de valor reconhecido, alguém que pertence a um mundo ao qual você de algum modo deseja estar identificado, quando esse alguém diz alguma coisa que você aprova e com a qual se entusiasma. Desde que, em abril de 2019, fui aceito e recebido como membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), me sinto impregnado dessa síndrome, um jeito diferente de levar em frente certas emoções, através da cadeira número 7, cujo patrono é o grande Castro Alves.

  • Política criação

    O Globo, em 28/08/2022

    O cinema brasileiro sempre teve problemas com o Estado e era normal que fosse assim. Os políticos sempre têm críticas à criação, pois cabe aos políticos tentar convencer a população de que ela se comporta do jeito que precisa se comportar; enquanto à criação cabe dizer que ainda há um futuro a percorrer. 

  • Agora é pra valer

    O Globo, em 21/08/2022

    A partir de terça-feira, começou de fato a campanha eleitoral. Agora, sim, vale tudo. Ou quase tudo. Os candidatos até que têm se comportado com decência, como aliás se comportaram até agora. Talvez porque ainda estejam naquela fase de não saber direito o que podem e o que não podem fazer, dizer ou produzir como novidade qualquer para dar uma animada na campanha. Podemos dizer que, quem sabe, o Brasil está voltando a ser o Brasil, um país meio sem regras, tentando inventar um jeito de se comportar.

  • Hoje como ontem

    O Globo, em 14/08/2022

    Nas eleições de 2018, produzi neste espaço alguns textos que, embora ingênuos e quase nunca agressivos, acabaram provocando reações diversas e adversas, sendo algumas bastante ameaçadoras. Hoje, quatro anos depois, releio esses artigos e fico pensando em como tudo piorou tanto. Fico pensando em como se comportam hoje os que me ameaçaram em 2018 por quase nada. Será que devo até me esconder deles?

  • A vida no lugar da morte

    O Globo, em 07/08/2022

    É a Humanidade que está se desfazendo ou são os meios de comunicação que se multiplicaram e se aperfeiçoaram, colocando-nos imediatamente a par de tudo o que está acontecendo no mundo? Num passado não muito distante, nós levávamos um certo tempo para saber o que se passava na Europa ou em qualquer outro continente desse planeta.

  • Como ser feliz

    O Globo, em 31/07/2022

    Não preciso dizer que nunca vi na minha vida fotos tão belas sobre a Amazônia. Acho que todo mundo está cansado de ouvir isso das fotografias de Sebastião Salgado sobre a região. Eu já as tinha revisto em exposição, no Museu do Amanhã, uma mostra em cartaz com a participação de sua companheira, Lélia Wanick Salgado, mais uma vez preciosa e fundamental a nos iluminar com o que é especial naquilo tudo (só ela é capaz de destacar com precisão o que está exposto).

  • A disputa dos filmes

    O Globo, em 24/07/2022

    Os filmes continuam nos ensinando coisas que, de outro jeito, nunca saberíamos. Na versão recente de “Top Gun: Maverick”, o personagem de Tom Cruise diz que quer descobrir quem ele é mesmo. Ed Harris não responde exatamente o que ele pergunta, mas lhe dá uma deixa troncha: “Gente como você está em vias de extinção”. Cada cabeça participando desse diálogo guarda um sentido para a resposta. E fervem de pensar.

  • Onde cabemos todos

    O Globo, em 17/07/2022

    É claro que o Brasil não anda lá muito bem das pernas. Se você não tiver preconceitos, se for uma pessoa que não se importa em falar mal do que ama, não vai sofrer quase nada com essa intuição crítica difícil de ser ignorada. A única saída a que você pode recorrer é lembrar e repetir sempre que não é o Brasil que não anda muito bem das pernas. É o mundo.

  • No céu com diamantes

    O Globo, em 10/07/2022

    Talvez eu ande falando demais de gente que já morreu. Mas não posso deixar de saudar, por exemplo, Aldir Blanc e Paulo Gustavo, dois grandes artistas cujas leis de incentivo à cultura que levam seus nomes foram reavaliadas pelos deputados que negaram apoio ao veto do presidente. Como não posso deixar de dizer que Sergio Paulo Rouanet, falecido outro dia, vai fazer muita falta ao Brasil.

  • A bandeira do porvir

    O Globo, em 03/07/2022

    Danuza Leão se encantou, como costumava dizer Guimarães Rosa. Como todo gênio que atua em espaço escolhido a dedo pelo destino, Danuza foi uma agitadora de ideias femininas sem discurso óbvio e manjado. Um dia, seu papel social na formação de um Brasil moderno ainda será mais bem entendido e se lhe fará justiça (como a tantas outras mulheres do período), mesmo que o Brasil não tenha tomado o rumo com que ela e todos nós sonhamos. Talvez só nos livrando de quem hoje nos sufoca compreenderemos melhor o que Danuza nos propunha, mesmo que não tivesse consciência disso (será que não tinha mesmo?).

  • Sob árvores frondosas

    O Globo, em 19/06/2022

    Bem que eu queria escrever sobre outro assunto qualquer, preferia que nada disso tivesse acontecido, muito menos na Amazônia. Mas não dá. O assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips chocou o Brasil e o mundo, a morte deles no Vale do Javari é o único assunto que hoje interessa a todos nós. Por motivos distintos, mas sem exceção.

     

  • O que vem por aí

    O Globo, em 12/06/2022

    Foi um amigo, o jornalista Zevi Ghivelder, quem me lembrou do aniversário próximo da estreia de “The jazz singer”, o primeiro filme sonoro na história do cinema, lançado em Nova York, 95 anos atrás. Um musical, como não podia deixar de ser num país que sempre cultivou a música popular como rica manifestação de seu povo, uma marca plural e maior de sua cultura. De cineastas e críticos a jornalistas especializados e espectadores regulares, quase todos os que estiveram presentes à noite de gala condenaram a experiência. Diziam que aquilo não era cinema.

  • Como fazer

    O Globo, em 05/06/2022

    O Festival de Cannes desse ano se encerrou essa semana com a vitória de um filme sueco. Em 2019, o cinema brasileiro recebera grande destaque e prêmios com “Bacurau”, de Kleber Mendonça, e “A vida invisível”, de Karim Aïnouz. Mas há 60 anos atrás, ganharíamos a Palma de Ouro, o prêmio máximo do festival, com “O pagador de promessas”, realizado por Anselmo Duarte com produção de Oswaldo Massaini. Entre as duas datas, nossos filmes seguiram sendo exibidos em Cannes e em outros festivais internacionais, ganhando prêmios e virando sucessos pelo mundo afora. Mas nada se compara à Palma de Ouro.